terça-feira, 21 de agosto de 2007

O governante que se encontra no poder e busca a reeleição é normalmente estabelece o foco de sua campanha nas realizações de seu governo

O governante que se encontra no poder e busca a reeleição é normalmente estabelece o foco de sua campanha nas realizações de seu governo
O governante que se encontra no poder e busca a reeleição é quase que compulsoriamente conduzido a buscar o foco de sua campanha ou nas realizações de seu governo, ou nos atributos pessoais que comprovou possuir.
A campanha do governante pela reeleição tende a apontar para o passado mais que para o futuro
Como tal, a campanha pela reeleição tende a apontar para o passado mais que para o futuro. Mais ainda, o futuro tende a ser encarado como a continuidade do que está funcionando, com algumas mudanças. Em conseqüência, o enorme hemisfério da mudança, que é o que os eleitores encontram de mais atrativo numa eleição, fica entregue aos opositores.
A tendência para privilegiar a continuidade decorre de razões psicológicas e de razões políticas. Psicologicamente, o candidato tende a acreditar na sua obra, a valorizar o que realizou com tanto esforço e preocupação. Negar isto equivale a negar a si mesmo. Politicamente a razão se encontra no fato de que o candidato não é um personagem solitário. Em torno dele formou-se um governo composto de outros políticos e aliados que, além das mesmas razões psicológicas, possuem interesses em comum. Fica pois, muito difícil para um candidato a reeleição, mudar além das idéias, prioridades e estilo, seus companheiros, aliados, e os interesses que eles representam.
Por estas razões, para um candidato à reeleição há uma tendência muito forte para manter as linhas principais das políticas praticadas, o que, por mais que se tente mascarar, traduz sempre a predominância da continuidade sobre a mudança. O presidente Bush (pai), em 1992, concorria à reeleição. Na época em que este comercial foi divulgado sua batalha ocorria ainda dentro do seu partido (Republicano), para conseguir ser escolhido como o candidato oficial. Contra ele havia outros candidatos do partido (notadamente Buchanan, que lhe deu combate) e ele precisava tirar partido de seu desempenho como Presidente, para vencer seus adversários.
Ficou então famoso o seu comercial sobre "liderança", cujo texto lido por um locutor foi inusitadamente longo. Bush ganhou a Convenção, foi escolhido candidato, e disputou a presidência com Clinton, do Partido Democrata, para o qual perdeu. O comercial o apresenta como um modelo de líder, do tipo que os americanos esperam que ocupe a Presidência da República.
O comercial
O comercial tenta mostrar que o presidente em Bush é uma liderança forte no comando da América
O comercial abre com cenas de Bush com Boris Yeltsin. A seguir corte para cenas de Bush caminhando na varanda da Casa Branca, seguida de cenas de Bush no escritório oval (escritório presidencial) sentado à mesa, conversando com uma pessoa em sua frente. Enquanto estas cenas passam o locutor em off: "Talvez nenhum outro Presidente em nossa história tenha mostrado ao mundo uma liderança tão forte. O medo da guerra nuclear diminuiu, os terroristas estão sob aviso e os ditadores controlados". Aparece então um quadro de fundo preto com um título em letras brancas: "A agenda de Bush", que permanece em foco, enquanto frases aparecem em seqüência no quadro, abaixo do título:
Reforçar nossa economia
Tornar a América mais competitiva
Mudanças na Previdência: fazer trabalhar as pessoas que podem trabalhar
Reforma educacional: responsabilidade e resultados
Enquanto as frases vão sendo impressas sobre o quadro, o locutor: "Na política doméstica ele enfrentou um Congresso rebelde, impondo 26 vetos e conseguindo mantê-los. Agora, ele tem um plano de revitalização da economia para tornar a América mais competitiva no mundo. A Agenda Bush: mudar o sistema de previdência para exigir que todas as pessoas capazes e em boas condições de saúde trabalhem. Ela exige também responsabilidade e resultados de nossas escolas para termos mais e melhor educação pelo dinheiro que colocamos nelas".
Surgem no quadro novas frases:
Reforma judiciária
Mudança em Washington: reforma do orçamento
"A reforma judiciária deve eliminar processos com reclamações de custos exagerados que aumentam também exageradamente os custos dos seguros e prejudicam os negócios. Mudança em Washington, impondo prazos ao Congresso e redução de déficit para beneficiar os contribuintes"
Retorna a cena para Bush na mesa do salão oval: "Os advogados, os lobistas, os líderes do partido democrata vão combater este presidente a cada passo desta caminhada. Mas este homem que já mudou o mundo, vai mudar a América".
Aparece na tela enquanto o locutor diz: "Presidente Bush. O futuro da América em mãos experientes".

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