sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Carapicuíba reivindica Poupatempo e Acessa São Paulo





No dia 24 de agosto, o prefeito Fuad Chucre, o deputado federal Fernando Chucre e o secretário do Trabalho, prof. Luiz Gonzaga estiveram em audiência com o secretário de Gestão Pública do Estado de São Paulo para reivindicar a implantação de unidade fixa do Poupatempo em Carapicuíba, bem como unidades do programa Acessa São Paulo.
Para justificar o pedido, o prefeito Fuad apontou o grande contingente populacional de Carapicuíba, disse que dispõe de área pública na região central e recursos do Fumef (Fundo Metropolitano de Financiamento e Investimento) para executar as obras.
O deputado federal Fernando Chucre disse ao secretário Beraldo que já havia conversado com o governador José Serra sobre a destinação desses programas para Carapicuíba e que o governador deu sinal verde, tanto para o Poupatempo quanto para os postos do Acessa São Paulo.
O secretário do Trabalho, prof. Luiz Gonzaga apresentou, ao secretário Sidney Beraldo, dados estatísticos revelando que, em Carapicuíba, a demanda por serviços oferecidos pelo Poupatempo está acima da média da Região Metropolitana de São Paulo.
O Acessa São Paulo é um programa que visa levar à população as novas tecnologias da informação e comunicação, em especial acesso à internet, visando promover o desenvolvimento social, cultural, intelectual e econômico dos cidadãos.
Ao final da audiência ficou definido que a Secretaria de Gestão Pública enviará à Carapicuíba uma equipe técnica para verificar locais e espaços públicos que poderão abrigar o Poupatempo e o Acessa São Paulo.

Prefeitura de Carapicuíba, Sebrae e Fecomercio promovem oficina



O Sebrae e a Federação do Comércio, com o apoio da Prefeitura de Carapicuíba, por intermédio da Secretária do Trabalho, estão promovendo oficinas sobre Técnica de Exposição de Produtos, dia 31/07/2007 e Atendimento para Conquistar Clientes, dia 01/08/2007, ambas no horário das 10:00 horas às 12:00 horas.
Para o secretario do Trabalho, prof. Luiz Gonzaga, as oficinas têm a finalidade de preparar os lojistas para melhorar as vendas, sobretudo neste período que antecede o dia dos pais.
Para o prefeito Fuad Chucre as oficinas promovidas pelo Sebrae e a Fecomercio vem de encontro com as perspectivas da prefeitura de estimular a estrutura dos lojistas de Carapicuíba para enfrentar a concorrência da região.
As oficinas são gratuitas e serão desenvolvidas no Centro de Formação da Prefeitura, à av. Miriam, 153 Centro. As inscrições podem ser feitas ligando para o número 0800 728 0202.

Prefeitura de Carapicuíba comemora um ano da Casa do Empreendedor






A Prefeitura de Carapicuíba comemorou, no último dia 27, o aniversário de um ano da Casa do Empreendedor, órgão ligado à Secretaria do Trabalho. O evento ocorreu no salão de festa Paraíso, um dos mais conceituados da cidade e teve o patrocínio de empresas parceiras do programa.
Além do anfitrião, o secretário do Trabalho, prof. Luiz Gonzaga, a festa atraiu personalidades importantes como o prefeito Fuad Chucre, a secretária de Promoção Social, Sônia Valois, o secretário de Habitação, Ailton Palito, o vereador Marcos Neves, o presidente da Câmara de Osasco, vereador Osvaldo Verginio, o presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo, Joseph Couri, o presidente da AESCCA, Gilberto Freitas, a delegada do Conselho Regional de Contabilidade Maria do Amparo, a diretora Regional da Grande São Paulo Oeste da SERT-SP, Dra. Rismalia Musarra, o gerente do Banco Nossa Caixa, Paulo Afonso, empresários e contadores.
Em discurso vibrante e comovente, o secretário do Trabalho, prof. Luiz Gonzaga disse que neste primeiro ano de atividades a Casa do Empreendedor prestou mais de 700 atendimentos a 32 clientes fixos (escritórios de contabilidade) e 100 clientes esporádicos. “Agora, nossa meta é transformar a Unidade de Legalização Empresarial de Carapicuíba em Escritório Regional da Junta Comercial de São Paulo e aprovar a Lei do Comércio Legal para ajudar a prefeitura reduzir a informalidade e ampliar a arrecadação”, enfatizou Gonzaga.
O prefeito Fuad Chucre disse em seu discurso que a Casa do Empreendedor foi uma idéia do seu filho, o deputado federal Fernando Chucre, que está sendo administrada com dinamismo e competência pela Secretaria do Trabalho. “Empresários e contadores que antes se dirigiam à Junta Comercial de São Paulo para dar entrada em processo, agora têm a opção de fazer este serviço aqui na cidade, economizando tempo e dinheiro”, salientou Fuad.
Durante o evento, o coordenador da Casa do Empreendedor, Júlio César apresentou, em data-show, um esboço do projeto Comércio Legal e, junto com o prefeito Fuad Chucre e o secretário do Trabalho, prof. Luiz Gonzaga, prestou homenagem a todos os escritórios de contabilidade que são clientes do órgão.
A Casa do Empreendedor de Carapicuíba atende contadores de toda a região e está localizada à av. Rui Barbosa, 540, sala 40, Conjunto Comercial, Calçadão do Centro, Fone 4185-3772.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Perspectivas para as contas públicas


Amir Khair

As análises convencionais avaliam o desempenho das contas públicas observando o crescimento das despesas primárias do governo federal (despesas exclusive juros). Diante do seu crescimento, os analistas apontam para uma deterioração fiscal. Tais análises não separam as despesas de custeio das relativas a investimentos, não avaliam as finanças estaduais e municipais e ignoram os juros - principal despesa pública.Essas limitações são resolvidas quando a análise é feita sobre os principais termômetros das contas públicas: os resultados nominais (receitas menos despesas, inclusive juros) e a relação entre a Dívida Líquida do Setor Público e o Produto Interno Bruto (PIB). Esses indicadores captam a realidade fiscal de todo o setor público (União, Estados e municípios) e tiveram ao longo dos últimos anos resultados favoráveis. O resultado nominal passou de um déficit de 9,4% do PIB em 2002 para 2,1% em junho. A Dívida Líquida do Setor Público passou nesse período de 50,5% do PIB para 44,3%.Com a queda da Selic é provável que neste ano o déficit nominal fique abaixo de 2%, considerado um nível bom, internacionalmente, e que a Dívida Líquida do Setor Público continue sua tendência de queda.Esses resultados foram obtidos por causa da manutenção de superávits primários - receitas menos despesas, exclusive juros - elevados para compensar a pesada conta de juros, que nos últimos dez anos representou em média 8% do PIB.Para obter os resultados primários elevados, o setor público aumentou a carga tributária, que passou de 31,9% em 2002 para 34,2% em 2006, com elevação de 2,3 pontos porcentuais.Dessa carga tributária de 34,2% foram abatidos 6,8% de juros, sobrando uma carga tributária líquida de 27,4% do PIB, usados pelo setor público para pagar custeios e investimentos. Neste ano poderão sobrar mais 2% do PIB, pois, pela arrecadação até julho, a carga tributária deverá crescer 1,2 ponto porcentual e os juros devem cair para 6%. É com esse adicional que o setor público contará para ampliar seus investimentos e atividades.No âmbito estadual, os Estados mais endividados, como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, obtiveram autorizações do governo federal para elevarem ainda mais suas dívidas em troca de apoio à prorrogação da CPMF e da Desvinculação das Receitas da União (DRU) - desvinculação de 20% dos tributos da União para amortizar sua dívida. Mais uma herança fiscal para os sucessores.Ainda para ajudar as finanças de Estados e municípios, tramita no Congresso Nacional uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC 12/2006) para reduzir drasticamente os pagamentos de precatórios (dívidas com os contribuintes), mais conhecida como o calote dos precatórios. A intenção é atender à demanda política de prefeitos e governadores inadimplentes que têm muita força de atuação no Congresso. O governo do Estado de São Paulo seria o mais beneficiado, pois é o maior devedor do País, devendo mais do que a soma de todos os demais Estados. Os analistas parecem desatentos a esse fato, que constitui precedente preocupante.No aspecto conjuntural da economia, com reflexo nas finanças públicas, a crise internacional deverá passar ao largo do País, pois nossa dependência do mercado americano foi sendo reduzida nos últimos anos com a diversificação de exportações para países emergentes e com a ação das empresas brasileiras na conquista e ampliação de mercados externos.Atualmente, as empresas brasileiras estão capitalizadas, não há dependência externa de petróleo e de matérias-primas básicas e o mercado interno - carro-chefe da economia - deverá permanecer aquecido pelo crescimento contínuo da massa salarial e da oferta de crédito resultante da queda da Selic.Os reajustes reais do salário mínimo e as políticas de transferência de renda, como o Bolsa-Família, o Benefício de Prestação Continuada, ao se intensificarem, gradativamente, impactarão processos de inclusão social e ampliação do consumo das camadas de mais baixa renda.Políticas de estímulo à construção civil já estão apresentando resultados para a geração de empregos e barateamento na aquisição das moradias para a classe média e de menor renda.O BNDES, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil estão fortemente capitalizados com políticas agressivas de expansão de crédito a taxas de juros mais atrativas que as ofertadas pelo sistema financeiro privado, induzindo-os a competir e com isso ampliando a oferta, a demanda e o crescimento da economia.O maior aliado das finanças públicas, no entanto, é o crescimento do PIB. Amplia a receita pública e é o denominador dos indicadores ficais. Assim, quanto maior o PIB menor a relação dívida sobre PIB, o mesmo valendo para o resultado nominal e para as despesas públicas. Como existem condições objetivas de crescimentos superiores a 4% nos próximos anos, todos os indicadores fiscais tendem a melhorar.Com juros em queda, carga tributária em elevação, ampliação de endividamento dos maiores Estados, calote nos precatórios e crescimento do PIB, o setor público deverá navegar em águas tranqüilas em suas finanças para os próximos anos.Este é um cenário possível. A conferir.Amir Khair, mestre em Finanças Públicas pela FGV, é consultor.Celso Ming está em férias.

Contra a CPMF

Brasileiro trabalha até 9 dias para pagar a CPMF Hoje, em média, o brasileiro trabalha sete dias do ano somente para pagar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira. Em 1997 eram três dias. Estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) detalha, por atividade profissional, o peso desse tributo no bolso do trabalhador.A CPMF, diz o texto, tem incidência cumulativa em todas as cadeias de produção e de consumo, incidindo reiteradamente em todas as fases econômicas, desde a circulação da matéria-prima, passando pela industrialização, distribuição e comercialização do produto ou serviço ao consumidor final, sem que haja possibilidade de se deduzir o montante cobrado nas etapas anteriores.A partir do rendimento bruto médio de cada atividade, o IBPT aplicou a alíquota da CPMF sobre o montante que passa por transações bancárias. Sobre os equipamentos (veículos, imóveis, máquinas, etc) utilizados no exercício da atividade, calculou o montante da contribuição incidente sobre o bem, ponderando-se pelo seu tempo médio de vida útil. Sobre os insumos básicos para a prestação de serviço (combustível ou custo de transporte, uniforme, matérias), calcula-se a CPMF incidente.E, sobre os tributos diretos necessários para o exercício da atividade, calcula-se também a CPMF incidente. Com isso é possível saber, por exemplo, que um taxista e um caminhoneiro trabalham nove dias/ano cada para pagar o tributo (R$ 241,65), enquanto profissionais da saúde e liberais, serralheiros, mecânicos e artistas chegam a seis dias/ano (R$ 161,10).

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Este é um conceito da vida diária, que pode ser aplicado também para muitos outros aspectos da vida
Nenhum conceito é mais usado na linguagem da política do que o de poder. Falar em política é falar em poder. Entretanto, este é um conceito da vida diária, que se aplica também para muitos outros aspectos da vida, diferentes da política.
Bertrand Russell costuma dizer que o "poder é a produção de efeitos desejados"
Além disso, poder é um conceito muito próximo de outros, particularmente do termo influência.
O que é, então, verdadeiramente o poder na política? Em que consiste? Qual a sua função na vida social? O que o distingue de outros termos assemelhados, como influência? Porque as sociedades organizam-se com base no poder, e não em outros princípios? O poder pode ser visto como uma massa de energia que a sociedade coloca nas mãos do governante, dentro de marcos legais estabelecidos, para realizar os objetivos dos seus membros.
Esta massa de energia é composta de recursos financeiros, de ativos instalados e em operação (usinas, estradas, redes de energia etc), e de pessoal contratado para operar as instalações públicas e fazer a "máquina" do governo funcionar, em todas as suas frentes.
Quem comanda esta massa de energia detém o poder, comanda o governo, assumindo a responsabilidade pelo funcionamento do governo (provendo bens e serviços públicos para a população) e pelas suas realizações (tudo que é feito além do que já existia). Este é o poder político, em qualquer nível. O enunciado acima é válido para uma cidade, para um Estado assim como para o País.
Luta-se pelo poder exatamente para adquirir o comando desta "massa de energia", com a qual torna-se possível realizar objetivos de natureza coletiva. Por sua própria natureza, o poder não convida, manda; não sugere, determina.
Há toda uma estrutura legal que legitima inclusive o "uso ou ameaça do uso da sanção física" para garantir que as decisões do poder (obtidas em respeito à Constituição) sejam cumpridas e obedecidas pelos cidadãos. Portanto, o poder é uma energia muito eficiente para realizar tarefas e para afetar o comportamento das pessoas.
Enquanto a influência, para induzir um comportamento, dependerá sempre da aceitação do influenciado, da sua anuência, o poder induz o comportamento desejado, independente da anuência, aceitação, boa ou má vontade do indivíduo afetado. A influência é sugestiva, o poder é autoritário, embora, numa democracia, seja o exercício de uma autoridade legítima, dentro dos marcos legais estabelecidos. Por que as sociedades se organizam com base no poder e não com base na influência? Porque a provisão de bens e serviços públicos, da qual depende a própria sobrevivência da sociedade, exige que o governo tenha capacidade de ação e meios à sua disposição para executá-los, mesmo contrariando interesses de sua população.
O governo deve realizar a provisão de bens e serviços públicos, da qual depende a própria sobrevivência da sociedade
Ninguém gosta de pagar impostos, e, se este pagamento fosse voluntário, não haveria como financiar o governo; ninguém gosta de ir para a guerra, e se esta decisão fosse voluntária, não se poderia organizar as Forças Armadas para a defesa nacional. Da mesma forma, todos gostariam de dirigir seus carros como bem entendem. Mas se isso ocorresse, o trânsito se tornaria um caos.
Os exemplos podem ser multiplicados, mas em todos os casos nos defrontaremos com a realidade de que, se a vida social tivesse a sua base fundada na influência, na persuasão, jamais haveria a certeza de que os bens públicos (saúde, educação, segurança, limpeza, transporte, investimentos etc) seriam providos à população.
Somente fundando-se a vida social no poder, pode-se ter segurança de que os serviços e bens públicos serão providos aos indivíduos, e que estes terão que adaptar seu comportamento às regras legalmente vigentes.
Segundo Bertrand Russell, na sua elegante definição, o "poder é a produção de efeitos desejados". O poder é simplificador, é um "atalho". Como ele se exterioriza por comandos, garantidos por sanções, a probabilidade de que tais comandos venham a ser observados e cumpridos é muito alta.
Esta é a razão porque os grupos sociais se organizam politicamente para conquistar o poder. Quem o conquista, ganha o governo, e, com ele, o poder. Em outras palavras, ganha o direito legítimo de usar aquela "massa de energia" para realizar os objetivos para os quais foi escolhido.
O competente exercício do poder, então, não é apenas um atributo ou qualificativo de uma liderança. Muito mais que isto, ele é um imperativo da sobrevivência da sociedade, do seu ordeiro regramento, e da vida civilizada.

O governante que se encontra no poder e busca a reeleição é normalmente estabelece o foco de sua campanha nas realizações de seu governo

O governante que se encontra no poder e busca a reeleição é normalmente estabelece o foco de sua campanha nas realizações de seu governo
O governante que se encontra no poder e busca a reeleição é quase que compulsoriamente conduzido a buscar o foco de sua campanha ou nas realizações de seu governo, ou nos atributos pessoais que comprovou possuir.
A campanha do governante pela reeleição tende a apontar para o passado mais que para o futuro
Como tal, a campanha pela reeleição tende a apontar para o passado mais que para o futuro. Mais ainda, o futuro tende a ser encarado como a continuidade do que está funcionando, com algumas mudanças. Em conseqüência, o enorme hemisfério da mudança, que é o que os eleitores encontram de mais atrativo numa eleição, fica entregue aos opositores.
A tendência para privilegiar a continuidade decorre de razões psicológicas e de razões políticas. Psicologicamente, o candidato tende a acreditar na sua obra, a valorizar o que realizou com tanto esforço e preocupação. Negar isto equivale a negar a si mesmo. Politicamente a razão se encontra no fato de que o candidato não é um personagem solitário. Em torno dele formou-se um governo composto de outros políticos e aliados que, além das mesmas razões psicológicas, possuem interesses em comum. Fica pois, muito difícil para um candidato a reeleição, mudar além das idéias, prioridades e estilo, seus companheiros, aliados, e os interesses que eles representam.
Por estas razões, para um candidato à reeleição há uma tendência muito forte para manter as linhas principais das políticas praticadas, o que, por mais que se tente mascarar, traduz sempre a predominância da continuidade sobre a mudança. O presidente Bush (pai), em 1992, concorria à reeleição. Na época em que este comercial foi divulgado sua batalha ocorria ainda dentro do seu partido (Republicano), para conseguir ser escolhido como o candidato oficial. Contra ele havia outros candidatos do partido (notadamente Buchanan, que lhe deu combate) e ele precisava tirar partido de seu desempenho como Presidente, para vencer seus adversários.
Ficou então famoso o seu comercial sobre "liderança", cujo texto lido por um locutor foi inusitadamente longo. Bush ganhou a Convenção, foi escolhido candidato, e disputou a presidência com Clinton, do Partido Democrata, para o qual perdeu. O comercial o apresenta como um modelo de líder, do tipo que os americanos esperam que ocupe a Presidência da República.
O comercial
O comercial tenta mostrar que o presidente em Bush é uma liderança forte no comando da América
O comercial abre com cenas de Bush com Boris Yeltsin. A seguir corte para cenas de Bush caminhando na varanda da Casa Branca, seguida de cenas de Bush no escritório oval (escritório presidencial) sentado à mesa, conversando com uma pessoa em sua frente. Enquanto estas cenas passam o locutor em off: "Talvez nenhum outro Presidente em nossa história tenha mostrado ao mundo uma liderança tão forte. O medo da guerra nuclear diminuiu, os terroristas estão sob aviso e os ditadores controlados". Aparece então um quadro de fundo preto com um título em letras brancas: "A agenda de Bush", que permanece em foco, enquanto frases aparecem em seqüência no quadro, abaixo do título:
Reforçar nossa economia
Tornar a América mais competitiva
Mudanças na Previdência: fazer trabalhar as pessoas que podem trabalhar
Reforma educacional: responsabilidade e resultados
Enquanto as frases vão sendo impressas sobre o quadro, o locutor: "Na política doméstica ele enfrentou um Congresso rebelde, impondo 26 vetos e conseguindo mantê-los. Agora, ele tem um plano de revitalização da economia para tornar a América mais competitiva no mundo. A Agenda Bush: mudar o sistema de previdência para exigir que todas as pessoas capazes e em boas condições de saúde trabalhem. Ela exige também responsabilidade e resultados de nossas escolas para termos mais e melhor educação pelo dinheiro que colocamos nelas".
Surgem no quadro novas frases:
Reforma judiciária
Mudança em Washington: reforma do orçamento
"A reforma judiciária deve eliminar processos com reclamações de custos exagerados que aumentam também exageradamente os custos dos seguros e prejudicam os negócios. Mudança em Washington, impondo prazos ao Congresso e redução de déficit para beneficiar os contribuintes"
Retorna a cena para Bush na mesa do salão oval: "Os advogados, os lobistas, os líderes do partido democrata vão combater este presidente a cada passo desta caminhada. Mas este homem que já mudou o mundo, vai mudar a América".
Aparece na tela enquanto o locutor diz: "Presidente Bush. O futuro da América em mãos experientes".

noticias da politica

Presidente do PMDB nega que o caso complique de alguma forma o Partido
Para o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer, seu partido deseja um julgamento justo e não político para o senador Renan Calheiros, presidente do Senado. Apesar das históricas diferenças entre ambos, Temer hoje mais próximo do governo, fez sua primeira declaração objetiva e de apoio ao presidente do Senado, que sempre militou em corrente partidária adversa. Além de dizer que o caso não atrapalha o PMDB, Temer afirmou também que o episódio político não prejudica a atividade político-partidária. E revelou que tem conversado com Renan, que lhe assegurou que, para todas as acusações, tem apresentado uma contraprova.
O presidente do PMDB, Michel Temer, chega ao Palácio do Planalto para conversar com o presidente Lula/Foto: José Cruz/ABr
Quanto à CPMF, outra polêmica política que começa a envolver o Congresso, o presidente do PMDB garante que o governo não deverá partilhar a contribuição do imposto com Estados e municípios. O presidente nacional do PMDB vai se reunir com os presidentes dos principais partidos para discutir as questões relacionadas à CPMF e à Reforma Tributária nos próximos dias. E observou que não sabe a maneira como o governo deverá agir nos mecanismos de compensação para Estados e municípios na Reforma Tributária.

Renan não vai cobrar apoio
Renan Calheiros que vive momentos decisivos no Senado não vai cobrar apoio dos senadores para ser absolvido nos processos por quebra de decoro parlamentar a que responde no Conselho de Ética da Casa. Não vê também qualquer vinculação deste episódio com a necessidade do governo aprovar a prorrogação da CPMF até 2011, o que poderia envolver empenho do PMDB na votação, em troca de uma possível absolvição do senador. E diz o porquê: "A CPMF só vai chegar ao Senado no final de setembro, início de outubro. O meu processo não tem nada a ver com a CPMF, é uma decisão dos meus pares. Eu não vou cobrar apoio de absolutamente ninguém", deixou claro o senador.
Seu propósito é pedir que seus colegas "observem os fatos, as provas, os documentos" apresentados por ele para que votem de acordo com as suas consciências: "Seja qual for o calendário do Conselho, vou aproveitar para mostrar a verdade que eu carrego comigo. Quando tínhamos pressa para demonstrar a verdade, havia quem falasse mal. Hoje eu não tenho pressa, eu quero é que a verdade aflore, que o povo fique convencido da minha inocência".
O senador revela que se colocou à disposição do Conselho e estar disposto a encaminhar novos documentos ao Conselho se necessário: "Eu mandarei quantos documentos forem necessários. Manda documento quem tem documento, quem não tem documento fala, fica no discurso".
Renan responde a três processos no Conselho de Ética do Senado. O que envolve a jornalista Mônica Veloso com que teve uma filha fora do casamento, a de ter procurado o INSS para reverter dívida de R$ 100 milhões da Schincariol depois que a empresa comprou fábrica de seu irmão, o deputado Olavo Calheiros e a de ter usado laranjas para comprar um grupo de comunicação em Alagoas em sociedade oculta com o usineiro João Lyra.

Plano de Segurança
No lançamento do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, ontem, o presidente Lula afirmou que o combate à criminalidade se faz com políticas sociais. "Nós precisamos levar junto com a urbanização a escola, o posto médico, a área de lazer", afirmou o presidente Lula, destacando que é preciso atacar antes "de as pessoas se tornarem criminosas".
O programa contará com investimentos de R$ 6,7 bilhões até 2012. Deste montante, R$ 483 milhões deverão ser aplicados ainda neste ano. As atenções iniciais estarão voltadas para 11 regiões metropolitanas, que apresentam os maiores índices de violência do Brasil.
Em seu discurso, Lula afirmou que o governo está "apostando todas as fichas" para recuperar a juventude e fez um apelo às famílias. "Se o pai, a mãe e o tio não estiver convencido de construir a parceria conosco, nós teremos muito mais dificuldade de vencer a batalha."
Mercados: calma
A instabilidade dos mercados de ações nos Estados Unidos ontem não impediu que a Bovespa operasse em alta durante todo o dia e encerrasse os negócios com ganho de 1,33%, a 49.206 pontos.
Com o fechamento de hoje, o Ibovespa, principal índice de ações do país, completa dois dias de valorização, após registrar seis baixas seguidas desde 9 de agosto. O dólar fechou em alta de 0,25%, cotado a R$ 2,029 na venda.

Outro processo
Um mês após ter recebido representação do PSOL contra Gim Argello, a Mesa do Senado decidiu examinar o caso do senador, acusado de quebra do decoro parlamentar. A sessão da Mesa que tomará a decisão de enviar ou não o caso Argello ao Conselho de Ética da Casa está marcada para a tarde de hoje. Argello assumiu na última sessão realizada pelo Senado antes do recesso parlamentar, na vaga do titular da vaga, Joaquim Roriz.

A oratória da sedução II: Como construir o discurso

O único objetivo deste tipo de oratória é produzir um efeito nas pessoas que a ouvem
Você jamais vai entender o verdadeiro significado da oratória da sedução, enquanto não compreender que seu objetivo não é nem persuadir, nem revelar abertamente seu pensamento e sentimentos, como é o caso na oratória convencional.
Ao usar a oratória da sedução, o candidato deve faszer um esforço para entrar na "pele" dos que o escutam, isto é, comunicar-se com os sentimentos deles: medos, inseguranças, esperanças, expectativas, desejos.
O único objetivo da oratória da sedução é produzir um efeito nas pessoas que a ouvem. Esta é a marca registrada deste tipo de oratória. Mas, que "efeito" é este que se deve produzir?
Para responder a esta pergunta, que é chave para entender-se o significado da oratória da sedução, é preciso antes, fazer um esforço para livrar-nos dos hábitos com os quais estamos muito familiarizados.
Em primeiro lugar, conter o desejo de revelar seus sentimentos e pensamentos. Nosso primeiro assunto, ao começar a falar, e, por vezes, o único, costuma ser nós mesmos. Isto é humano, normal e natural.... mas não na arte da sedução.
Em segundo lugar, você deve fazer um esforço para entrar na "pele" dos que o escutam, isto é, comunicar-se com os sentimentos deles: medos, inseguranças, esperanças, expectativas, desejos...
Em terceiro lugar, você deve ter fixado na mente que vai falar não para o cérebro das pessoas e sim para o coração. Tudo muda, na forma habitual de comunicação: os termos que se usa, a forma de falar, as imagens mentais que se busca produzir, o ritmo do discurso, e o uso das palavras.
Em quarto lugar, as palavras. Elas não devem ser encaradas como instrumentos que você maneja para revelar seus pensamentos, sua argumentação, sua lógica racional de convencimento. Elas são usadas para "confundir", "hipnotizar", "sensibilizar". Novamente, é oportuno lembrar o que foi dito na coluna anterior comparando a oratória da sedução com a convencional: na primeira, as palavras funcionam como uma melodia, enquanto que na segunda como um ruído.
Em quinto lugar, o conteúdo do seu discurso de sedução. Não se pode esquecer que, embora diferente da convencional, a oratória da sedução tem também o objetivo de obter a adesão das pessoas para a sua causa. Logo, precisa ter conteúdo, precisa apontar um rumo.
Este conteúdo, entretanto, tem que ser compatível com os sentimentos que este tipo de oratória provocou no público. Não pode ser uma "súbita reentrada", à guisa de conclusão, na oratória convencional, alinhando argumentos lógicos e racionais. Isto seria como despertá-los do sonho, provocaria um conflito de percepção que poria a perder toda a ação de sedução já realizada. O conteúdo terá que ser acima de tudo "vago" e "ambíguo" para que eles preencham, com a sua imaginação e com suas fantasias, o que você deixou de dizer.
Na oratória de sedução, o conteúdo tem de ser coerente com os sentimentos que este tipo de oratória irá provocar no público. Senão isto equivaleria a "despertar as pessoas do sonho".
Quem seduz, possui um mistério e um "charme" próprio. Não pode ser tão facilmente decodificado. Quem fala, explicando tudo, é o professor; o sedutor fala sugerindo. Ora, a sugestão completa-se pela imaginação, jamais pela explicitação. É fundamental deixar este espaço para o alvo da sedução completar. Ao completá-lo, o círculo da sedução se fecha. O alvo espontâneamente se "envolveu", passo indispensável para a "entrega".
Veja-se, como exemplo, o clássico discurso de Marco Antônio, descrito por Plutarco (Vidas) e transposto para o teatro pela pena genial de Shakespeare.
Morto César, pela conspiração de Brutus, a este compete vir a público explicar, nas escadarias do Senado, as razões para o assassinato de César. Seu discurso (dentro da oratória tradicional) alinhou razões lógicas para o regicídio. Ele e seus companheiros desejavam salvar Roma da ditadura. O povo aceitou a justificativa, e acatou os argumentos. Afinal, Brutus era um homem reputado como honrado, e era filho de César.
É então que Marco Antônio, depois do discurso de Brutus, toma a palavra. Ele começa seu discurso concordando com Brutus e com a massa (O discurso da sedução focaliza naquilo que as pessoas querem ouvir. Não há outra porta por onde entrar no mundo do outro, sem chamar a atenção e sem provocar reações defensivas).
A cada frase em que concorda com Brutus, termina repetindo, como numa litania, "Mas Brutus é um homem honrado". Pouco a pouco, Marco Antônio, começa a introduzir, como contraponto às acusações feitas a César por Brutus, um "mas" que apresenta o lado bom de César.
A partir de então sua linguagem fica emocionada. Ele fala do amor de César pelo povo romano, pelos amigos, por Brutus. Em breve, a passagem da concordância com as acusações, para o elogio a César, e, ato contínuo, para a "sugestão" sobre as intenções dos que o mataram, se completa.
Marco Antônio começou agradando o público e repetindo as acusações a César, sempre enfatizando que foram feitas por Brutus e que Brutus é um homem honrado. Ele inverte a estrutura do discurso e, depois de mostrar que "apesar das acusações, César havia feito muito bem para Roma e os romanos", (sempre com a anuência e aceitação do público), ele transita para o elogio aberto de César e faz um suspense sobre o testamento de César. Cria um clima de expectativa e curiosidade sobre o testamento ao dizer que se eles (o povo) conhecessem o testamento que ele tinha em mãos, então reconheceriam toda a grandeza de César e a mesquinhez e ambição de seus assassinos. A provocação produz o resultado esperado, e o povo passa a exigir que ele mostre o testamento.
O discurso de Marco Antônio, após a morte de Júlio César, é um clássico dos clássicos da oratória da sedução
Marco Antônio, então, já com total domínio da audiência, manda que todos se aproximem do corpo, ergue o manto de César e mostra o sangue, e as perfurações por onde os punhais haviam passado, em especial mostra onde o punhal de Brutus atingiu César, e lê o testamento, no qual Cézar deixava sua fortuna para o povo romano.
Foi o coup de grâce. O povo revoltado, vira-se contra os agressores de César, o mesmo povo que no inicio, ao ouvir as explicações de Brutus, aprovara o regicídio.
A peça oratória de Marco Antônio, é um clássico dos clássicos da oratória da sedução. Como o povo aceitara as acusações a César, ele também fingiu que aceitava, ainda que sempre focando em Brutus (Brutus é um homem honrado). Sem jamais afastar-se do apoio popular, introduziu ao lado da acusação aspectos positivos de César - de natureza emocional- que o povo também aceitou. A seguir, aumentou os positivos e pôs em dúvida os negativos, e o povo o acompanhou, para finalmente, remover os negativos e mostrar a grande injustiça.
A peça oratória é de grande dramaticidade. Marco Antônio faz o povo se aproximar do corpo morto de César, teatralmente apresenta o manto perfurado e molhado de sangue, e finalmente revela o conteúdo do testamento.
Todo o discurso é o oposto da oratória convencional e um marco da oratória da sedução.
Ele não contra-argumentou o discurso de Brutus. Ele não afirma, sugere; não acusa, lança dúvidas; ele não justifica César o estadista, fala do César que amava seu povo; não convoca o povo contra os conspiradores, deixa para eles completar o raciocínio e chegar a esta conclusão; o ritmo do discurso, cadenciado pela frase "Mas Brutus é um homem honrado", tem qualquer coisa de hipnótico; suas palavras são "untuosas", vagas, ambíguas; e, quando a temperatura do povo está alta, recorre, sem qualquer hesitação, à dramaturgia do corpo e do manto.
Muitas vezes, ao longo da história, este tipo de peça oratória fúnebre, com objetivos políticos, será usada. No Brasil mesmo, o povo que condenava Vargas e o "mar de lama", após o suicidio, e os inflamados discursos, muda de posição e volta-se contra os inimigos dele, com os quais, até a pouco concordavam.
O discurso fúnebre como peça de oratória da sedução, é apenas um tipo entre muitos outros. O que há de comum a todos é a arte de envolver o público pela emoção e pelos sentimentos.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Reunião de lideranças traça esquema e o objetivo, em princípio, é reduzir a alíquota para 0,2%

O comando nacional do PSDB começou a definir ontem uma posição sobre a votação da CPMF no Congresso. O objetivo é buscar uma posição comum entre as bancadas da Câmara, do Senado e governadores sobre a proposta, a ser defendida. Em princípio, segundo Jereissatti, o PSDB quer reduzir a alíquota cobrada para, no máximo, 0,2% (o percentual é de 0,38%), e dividir a arrecadação com estados (20%) e municípios (10%) para aplicação obrigatória na saúde. A reunião contou com os governadores Aécio Neves , José Serra , Cássio Cunha Lima e Teotônio Vilela Filho, o ex-presidente Fernando Henrique, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, os senadores Sérgio Guerra , Cícero Lucena, Arthur Virgílio e o vice-governador de Santa Catarina, Leonel Pavan.
Senador Tasso Jereisati (PSDB-CE) discursa no plenário pedindo que o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) afaste-se do cargo/Foto: Antonio Cruz/ABr
O comando tucano presente ao encontro pretende, agora, buscar apoio do DEM, do PMDB no Senado, do PDT e do PP. Para o presidente tucano, Tasso Jereissati "não se justifica mais que esse imposto, que é injusto socialmente porque praticamente cobra igualmente do mais pobre ao mais rico, continue a vigorar com alíquota tão alta".
O governo, no entanto, está mobilizado e decidido a manter a Contribuição, prorrogando-a até 2011. O projeto deve ser votado primeiro pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara provavelmente hoje. E deve ser a grande batalha parlamentar do ano.
"Renan coage a oposição"
Para a senadora Marisa Serrano, relatora ao lado de dois outros senadores no Conselho de Ética, a oposição sente-se ameaçada e coagida com a permanência do presidente do Senado, Renan Calheiros no cargo. Ela chama atenção para o recente episódio em que o senador-presidente discutiu da tribuna com o líder do DEM José Agripino, na semana passada, além de outras manifestações no plenário, ora da mesa, ora da tribuna. Para ela, será difícil "votar com um presidente do Senado assim". Admite, contudo, que a votação ocorrerá, mas fica difícil com essas ameaças e com o presidente no cargo.
Seu alerta envolve também a votação da CPMF no Senado, sob a presidência de Renan, tema da reunião dos tucanos ontem em Belo Horizonte, onde também esteve...
O novo processo
A propósito do atual cenário no Senado, o segundo-vice presidente, Álvaro Dias, que é do PSDB, acha que dificilmente a Mesa Diretora recusará o pedido de novo processo contra o presidente da Casa, Renan Calheiros, pela acusação de que usou "laranjas" para comprar veículos de comunicação em Alagoas. "Não vejo chance de não passar. Será uma mera formalidade, sem analisar o mérito", acredita o senador tucano. Caberá a ele presidir essa reunião. Renan ficará de fora por ser o próprio investigado. O substituto seria o primeiro vice-presidente, Tião Viana que estará ausente de Brasília a partir de hoje para cumprir compromissos no seu Estado.
A reunião ficou para quinta-feira às 10h, pois Renan precisa ser notificado 48 horas antes da reunião. O entendimento de Álvaro Dias é o de que a Mesa Diretora deve agir como nos outros dois processos autorizando as investigações, sem avaliar o mérito das representações.
Processos e depoimento
O corregedor do Senado, Romeu Tuma vai convidar o usineiro João Lyra para depor, sobretudo depois das declarações à "Veja" de que Renan foi seu sócio em empresas de comunicação em Alagoas. Apesar das reiteradas negativas do presidente do Senado. Existe também a possibilidade da tarefa ser transferida por Tuma ao Conselho de Ética. Quanto ao outro processo, envolvendo o caso da Schincariol, o presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha espera por uma resposta ao convite que fez para a comissão de três relatores do primeiro processo assumir também a nova investigação.
Marta não concorre
A ministra do Turismo, Marta Suplicy, não será candidata à Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2008. Ela considera o Ministério do Turismo é desafiador e há muito para se fazer no Brasil todo, apontando como opção petista o senador Aloizio Mercadante, embora admita que o Partido terá que estudar e se debruçar com vistas à escolha do candidato. Sobre uma candidatura ao governo estadual em 2010 ela não foi tão categórica. Foi mais reticente.

Lula volta e ouve relatórios sobre CPMF e Renan

De retorno de sua viagem ao exterior, o presidente Lula deve colher de seus ministros e assessores mais próximos, ainda hoje, informações sobre a crise política no Senado, envolvendo o seu presidente Renan Calheiros. E como reflexo, suas repercussões sobre a votação da CPMF. Ainda no exterior, Lula chegou a falar sobre o episódio manifestando sua preocupação com as votações por causa das denúncias contra Renan. Ainda esta semana, o presidente voltará a reunir-se com o Conselho Político, passando em revista o novo cenário e também receberá a proposta do Ministério da Fazenda, Guido Mantega, sobre a reforma tributária. O fato é que o envolvimento do governo com a crise no Congresso é inevitável porque ele será atingido pela obstrução oposicionista. Tucanos começam a preparar programa Começou por São Paulo a troca de opiniões entre economistas do PSDB visando o novo programa que será proposto no Congresso do Partido, nos próximos meses. Nesta segunda-feira, os líderes do PSDB tendo Aécio à frente vão ingressar nesse debate. As lideranças tucanas emprestam muita importância ao Congresso que pode traçar rumos para o partido.
CONFIRA
O corregedor do Senado, Romeu Tuma, estuda propor que o empresário João Lyra, de Alagoas, explique a sociedade com o presidente da Casa, senador Renan Calheiros, envolvendo propriedade de rádios naquele Estado. Tema que voltou à evidência no fim de semana na mídia com novas reportagens.
Agências reguladoras, que estão em pauta desde o início de julho, quando projeto do Executivo, ganhou urgência, serão destaque, esta semana, na Câmara. O projeto devolve aos ministérios atribuições das agências, como a outorga ou extinção de direito de exploração do serviço e celebração do contrato.
DE PRIMEIRA
Começa a batalha da CPMF: a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara vai votar a constitucionalidade da PEC que prevê a continuidade da sua cobrança. Um acordo de lideranças vai permitir a votação. Mas é só o começo...
Senador quer reduzir número de congressistas O senador Alvaro Dias apresentou propostas de emenda constitucional e um projeto de lei complementar sugerindo a redução do número de deputados e senadores, mantendo o número de vereadores. Pela proposta, o Senado perderia 27 membros, ficando com 54 - dois por estado -, a Câmara dos Deputados teria 405 integrantes - 108 a menos que a composição atual - e a composição das Assembléias Legislativas teria o triplo do número de deputados federais daquele estado, até o limite de 15, a partir do qual serão acrescidos tantos quantos forem os deputados federais acima de cinco. Os projetos prevêem uma redução escalonada do número de parlamentares nos próximos quatro pleitos.
HISTORINHA
ONG de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) enviou carta ao governo, manifestando preocupação com a posição brasileira no caso dos boxeadores cubanos Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara. O assunto continua em debate no Congresso e o ministro da Justiça pode ser convocado pelo Senado.
FRASES
"Não existe política macroeconômica de esquerda ou de direita. Existe política macroeconômica mal ou bem feita." Pedro Malan, ex-ministro da fazenda no governo FHC.
"Nada justifica manutenção da CPMF." Fernando Henrique Cardoso, para quem agora há desperdício de recursos.
"Direito dos lutadores cubanos foi ignorado." Celso Lafer, ex-ministro das Relações Exteriores.
"Eles quiseram voltar." Tarso Genro, ministro da Justiça sobre polêmica dos pugilistas cubanos.
"A questão é de ter um Conac vertebrado, ou seja, com a capacidade de fixar as diretrizes. E isso já está acontecendo". Nelson Jobim, ministro da Defesa.
"Acho que podemos discutir uma redução gradual da CPMF e uma eventual repartição com estados e municípios." Jorge Bittar, deputado federal do PT
"A economia brasileira é mais parecida com uma selva do que com uma economia." Eduardo Gianetti da Fonseca, economista e professor.
"Há um déficit de comunicação no PSDB e um superávit no PT." Lourdes Sola, cientista política.
"É na economia que mora o grande perigo político." Eliane Cantanhêde, colunista da Folha de São Paulo
"Uma gangue tomou conta da Infraero." Demostenes Torres, relator da CPI do Apagão no Senado, ouvindo acusações de procuradores do Ministério Público Federal.

Tema Pararelo

Presidente da entidade reúne-se com embaixador cubano no Brasil
O presidente nacional da OAB, Cezar Britto, reúne-se hoje com o embaixador de Cuba no Brasil, Pedro Nuñez Mosquera, pretendendo obter informações a respeito dos pugilistas cubanos, Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara, que foram deportados para aquele país e tem gerado polêmicas no Congresso. O encontro será durante almoço na Embaixada de Cuba. O pedido de esclarecimentos sobre a situação dos dois atletas foi decidido pelo Conselho Federal da OAB, em sessão plenária.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Brito, concede entrevista em Brasília/Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr
O dirigente da OAB leva uma posição definida para o encontro: a entidade deve cobrar reciprocidade no tratamento aos esportistas, uma vez que está exigindo também um julgamento justo para os cubanos presos nos Estados Unidos.
A OAB solicitou à União dos Juristas de Cuba, que acompanhe a situação dos pugilistas e mantenha a entidade brasileira informada. E pode até enviar um representante do Conselho Federal da OAB à Cuba para constatar pessoalmente a situação dos atletas deportados.
Dilma e agências
A ministra, Dilma Roussef, que defende o aperfeiçoamento das agências reguladoras, argumentando que elas não podem ser, ao mesmo tempo, reguladora e poder concedente, deve falar aos congressistas na próxima quinta-feira a respeito do tema. Para ela, é necessário ter uma "discussão ampla" sobre o assunto e estabelecer mudanças nos cargos dos diretores dessas agências.
"Quem faz planejamento e política setorial são os ministérios, isso está mais claro em algumas agências do que em outras. O poder concedente é a União e seus ministérios, a agência tem que regular, fiscalizar. Acho que devemos buscar ajustes no papel das agências, tentar aperfeiçoar. É muito importante que isso ocorra", diz a ministra antecipando sua posição e o que dirá basicamente aos parlamentares.
Ela vai focalizar a contradição do papel das agências entre ser fiscalizadora e concedente das outorgas.
Prisão de deputado
O ex-deputado federal Lino Rossi, apontado como operador da máfia das ambulâncias dentro do Congresso, foi preso ontem pela Polícia Federal no Aeroporto Internacional de Brasília, quando tentava embarcar para Guarulhos. Rossi foi indiciado pelo Ministério Público acusado de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. A ordem de sua prisão foi expedida pelo juiz da 2ª Vara Federal de Mato Grosso, Jefferson Schneider, responsável pelo processo.
Ele é apontado como encarregado de cooptar parlamentares para que apresentassem emendas visando a liberação de recursos destinados à compra de ambulâncias por prefeituras.
Reforma, de volta
A votação da reforma política está na pauta de hoje no plenário da Câmara, apesar dos maus resultados anteriores. Por isso mesmo restaram apenas dois temas com alguma possibilidade de serem aprovados: financiamento público de campanha e fidelidade partidária.
PT, PR e PDT se reúnem pela manhã para tentar novo acordo sobre os itens da reforma política. O texto sobre financiamento incluiria um teto de gastos com base na média da última eleição. O partido poderia optar entre o financiamento público e o privado, mas ambos teriam o mesmo limite de gastos.

poder da logomarca

O poder da logomarca
A imagem se impõe como um dom. Ela desencoraja perguntas, cria associações convincentes, resiste a interpretações não desejadas, comunica instantaneamente e forja vínculos que transcendem as diferenças sociais
A história prova que o simbolismo das logomarcas é mais forte do que se imagina. Em 1536, o então futuro rei da França, Henrique II, conheceu a sua primeira amante, Diane de Poitiers. Diane tinha 37 anos na época, e era viúva de um grande senescal da Normandia. Henrique, por sua vez, era um jovem de 17 anos. Com o tempo ficou evidente que Henrique preferia Diane à sua jovem esposa, Catarina de Médici.
Diane de Poitiers usou símbolos e imagens para seduzir o rei da França, Henrique II
Em 1547, o rei Francisco morre e Henrique sobe ao trono. Essa nova situação era arriscada para Diane de Poitiers. Ela tinha acabado de completar 48 anos, e começava a mostrar os traços da idade. Agora que Henrique era rei, talvez voltasse para a cama da rainha e fizesse o que os outros reis tinham feito - escolher amantes entre o grupo de beldades que faziam parte da corte francesa - a inveja da Europa - afinal, Henrique estava com apenas 28 anos.
Mas Diane não desistiu e continuou enfeitiçando o amante como vinha fazendo há doze anos. As armas de Diane eram os símbolos e as imagens. Logo no início de seu relacionamento com Henrique, ela criou um emblema interligando as suas iniciais com as dele, para simbolizar a união dos dois. A idéia funcionava como um amuleto: Henrique espalhou esta insígnia por toda a parte - nos mantos reais, nos monumentos, igrejas, e até na fachada do Louvre, que na época era o palácio real de Paris.
As cores favoritas de Diane eram o preto e o branco, que ela sempre usava, e sempre que possível, a insígnia aparecia nestas cores. Assim que Henrique subiu ao trono, Diane foi mais além: decidiu identificar-se com a deusa romana Diana. Diana era a deusa da caça, passatempo tradicional da realeza e uma paixão de Henrique. Igualmente importante na arte renascentista, a deusa Diana significava castidade e pureza. Simbolizando o seu "casto" relacionamento com Henrique, isto a distinguia das ligações adúlteras das amantes reais do passado.
Para realizar essa associação, Diane começou transformando totalmente o seu castelo, em Anet. Mandou colocar abaixo o que estava construído, e no seu lugar ergueu um prédio com magníficas colunas dóricas, cópia de um templo romano. Foram usadas pedras brancas salpicadas de sílica preta, reproduzindo as cores que eram marca registradas de Diane.
O emblema com as suas iniciais e as de Henrique apareciam nas colunas, portas, janelas e tapetes. Ao mesmo tempo, os símbolos de Diana - luas em quarto crescente, veados e cães de caça - enfeitavam os portões e as fachadas. Enormes tapeçarias retratando episódios da vida da deusa cobriam o chão e as paredes. No jardim ficava a famosa escultura de Goujon, Diane Chasseresse, que hoje está no Louvre, e que tem uma incrível semelhança com Diane de Poitiers. Quadros de Diana apareciam por todo o castelo.
Em 1548, quando o casal apareceu junto, em Lyons, para uma comemoração real, o povo da cidade os recebeu com um quadro retratando uma cena de Diana. O maior poeta da França na época, Pierre de Ronsard, compôs versos em homenagem a Diana. Na verdade, instalou-se uma espécie de culto à deusa Diana, inspirado pela amante do rei. Até a sua morte, em 1559, já com mais de sessenta anos, Diane continuou com Henrique, que lhe deu o título de duquesa, uma riqueza incalculável, e demonstrava uma devoção quase religiosa a sua amante.

Defender-se com palavras é um negócio arriscado, elas são instrumentos perigosos, e podem se perder pelo caminho. As palavras nos convidam a refletir sobre elas com as mossas próprias palavras. Ficamos cismando e acabamos acreditando no contrário do que dizem. O visual, por outro lado, encurta o caminho nesse labirinto de imagens. Ele ataca com um poder emocional e um imediatismo que não dá espaço para reflexões e dúvidas. Como a música, ele passa por cima do pensamento racional.
O imperador romano Constantino passou quase a vida toda adorando o sol como um deus. Mas olhou para o astro-rei e viu sobreposta uma cruz. A visão o levou a se converter para o cristianismo.
As palavras colocam as pessoas na defensiva. A imagem se impõe como um dom. Ela desencoraja perguntas, cria associações convincentes, resiste a interpretações não desejadas, comunica instantaneamente e forja vínculos que transcendem as diferenças sociais. As imagens são instrumentos quintessenciais do poder. O símbolo tem o mesmo poder, seja ele visual (a estátua de Diana) ou uma descrição visual de algo visual (as palavras "Rei Sol").
O primeiro passo quando se usa símbolos e imagens é compreender a predominância da visão sobre os outros sentidos. Antes do Renascimento, dizem, todos os sentidos operavam num plano relativamente igual. Desde aquela época, entretanto, a visão se tornou dominante, e é o sentido de quem mais dependemos, e no qual mais confiamos. Como disse Baltasar Gracián, "A vida é geralmente vista, raramente ouvida". Fatores como a cor, por exemplo, têm uma enorme ressonância simbólica.
O visual contém também um grande poder emocional. O imperador romano Constantino passou quase a vida toda adorando o sol como um deus. Mas, um dia, ele olhou para o sol e viu sobreposta uma cruz. A visão da cruz sobre o sol lhe mostrou a ascendência de uma nova religião, e logo depois ele não só se converteu ao cristianismo, como levou todo o Império Romano a fazer o mesmo. Todas as pregações e todo o proselitismo do mundo não teriam tido o mesmo efeito.
Mais eficaz do que tudo é uma nova combinação - a fusão de imagens e símbolos que ainda não tenham sido vistos juntos - mas cuja associação demonstre claramente a sua nova idéia. A criação de novas imagens e símbolos, a partir de outros antigos, tem um efeito poético. O poder dos símbolos pode ser usado para unir e animar pessoas.
Durante a rebelião contra a coroa francesa, em 1648, aqueles que permaneceram fiéis ao rei subestimaram os rebeldes, comparando-os aos estilingues (em francês, froudes) que os garotinhos usavam para assustar os grandalhões. O cardeal de Retz decidiu transformar este termo depreciativo no símbolo dos rebeldes: a rebelião ficou historicamente conhecida como a fronde, e os rebeldes como frondeurs. Eles começaram usando faixas nos chapéus, simbolizando o estilingue, e a palavra se tornou o seu grito de guerra. Sem ele, a rebelião poderia ter perdido aos poucos sua força.
As coisas mudam no jogo dos símbolos: não é mais possível posar de "rei sol" ou se envolver no manto de Diana, mas você pode se associar a esses símbolos de uma forma mais indireta. E, é claro, pode criar a sua própria mitologia a partir de personagens mais recentes da história.
Milton Paraná Politica para políticos

noticias da politica

Renan volta a ser visado pela oposição na reabertura do Senado
Conselho de Ética quer ouvi-lo e também a jornalista Mônica Veloso
Nem o recesso, nem o acidente aéreo, reduziram o interesse da oposição em retomar com interesse o caso Renan Calheiros. A senadora Marisa Serrano, uma das relatoras do processo por quebra de decoro parlamentar do presidente do Senado, quer tomar depoimento de Renan, assim que a Polícia Federal finalizar a perícia nos documentos apresentados por ele para justificar os recursos utilizados no pagamento de pensão à jornalista Mônica Veloso. Renan Calheiros é acusado de ter essas despesas pessoais pagas por um funcionário da Construtora Mendes Júnior. Em sua defesa, ele alegou que os recursos proveriam de operações de compra e venda de gado.
Senador Renan Calheiros (PMDB-AL) concede entrevista. Foto: Geraldo Magela - Agência Senado
Para a senadora tucana, será difícil acabar o relatório sem ouvir a pessoa principal. Todos documentos necessários à conclusão da perícia que envolve negócios de Renan foram enviados à Polícia Federal durante o recesso parlamentar. Os resultados das investigações serão encaminhados ao Conselho entre os dias 14 e 15 de agosto. O colegiado teria 15 dias para finalizar e votar o relatório. Mas sem deixar de ouvir a jornalista Mônica Veloso, ainda que "reservadamente".
"Até hoje, Mônica não nos enviou resposta ao ofício que solicitava que ela demarcasse como recebia os recursos, em que local e se era em espécie ou em cheque. Para nós, é importante ter um documento nesse sentido. O pedido foi feito antes do recesso." A senadora Marisa Serrano disse ainda que, para a nova representação que o PSOL protocolou contra o senador Renan Calheiros o Conselho de Ética terá que abrir um outro processo, com a designação de outro relator, ou relatores.
A representação do PSOL pede que o Conselho de Ética investigue se o parlamentar beneficiou a empresa Schincariol junto ao INSS, além das acusações de que Renan teria grilado terras em Alagoas junto com seu irmão, o deputado Olavo Calheiros. Ao mesmo tempo o PSOL representou contra o irmão de Renan à Mesa Diretora da Câmara. Ele é acusado de ter vendido uma fábrica de cerveja à Schincariol no município de Murici, com preço acima da média do mercado. Renan, em contrapartida, teria atuado para reverter dívida de R$ 100 milhões da empresa no INSS e em débitos com a Receita Federal.
O argumento dos relatores do caso Renan no Conselho de Ética, Renato Casagrande, Marisa Serrano e Almeida Lima é que a representação inicial do PSOL, que questiona a ligação do peemedebista com a empreiteira Mendes Júnior, não faz nenhuma menção às denúncias que ligam o senador à Schincariol.
Outro processo
O PSOL realiza hoje um protesto nas ruas da cidade-satélite de Ceilândia e na rodoviária de Brasília. A manifestação é contra a corrupção e pela apuração de denúncias contra o no senador Gim Argello por crimes como tráfico de influência e grilagem de terra. O partido pressiona para evitar que o processo seja arquivado. “O senador José Nery tem feito intensas articulações junto à Mesa Diretora, à Corregedoria, com o senador Romeu Tuma para que o processo seja encaminhado, logo, ao Conselho de Ética”.
PMDB mais perto
A nomeação de Luiz Paulo Conde para a presidência de Furnas além de consolidar o apoio do PMDB ao governo Lula, que já recrutou Nélson Jobim numa situação de emergência, deve aproximar ainda mais o Partido do Planalto e tornar a base aliada mais fortalecida no segundo semestre. A especulada volta de Silas Rondeuau, se confirmada, também vai contribuir nessa direção. E num momento importante, o da tentativa de prorrogar CPMF e a DRU. Essas votações devem entrar na pauta da reunião do Conselho Político do Governo, hoje.
Governador ganha liminar
O Tribunal Superior Eleitoral concedeu liminar ao governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima para mantê-lo no cargo. De acordo com o TSE, ficam suspensos os efeitos da decisão do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, que cassou seu mandato e o do vice-governador, José Lacerda Neto.
O pedido de cassação foi feito pelo PCB (Partido Comunista Brasileiro). Cássio da Cunha Lima é acusado de abuso de poder político, por distribuir 35 mil cheques, por intermédio da FAC (Fundação de Ação Comunitária), durante a campanha eleitoral do ano passado. A decisão de cassação está suspensa até que o TSE julgue o recurso ordinário, que ainda será interposto no tribunal pela defesa do governador.
Carlos Fehlberg
Diálogos da caixa-preta abrem debate em torno das causas do acidente da TAM
Presidente da CPI diz que a TAM e a Airbus têm muito a explicar
Os integrantes da CPI do Apagão Aéreo da Câmara divulgaram ontem trechos da transcrição do diálogo ocorrido entre o piloto e o co-piloto do avião do vôo 3054 da TAM e a torre de controle do aeroporto de Congonhas, na zona Sul de São Paulo. A tendência de técnicos, integrantes da CPI e oficiais da Aeronáutica é a de continuar o estudo em busca de conclusões definitivas. Para eles só o cruzamento de todos os dados vai revelar se houve falha técnica ou humana. O debate está aberto e uma investigação aprofundada deve revelar o que aconteceu.
O relator da CPI do Apagão Aéreo na Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), vê no computador as informações das caixas- pretas do avião da TAM Foto: Antonio Cruz/ABr
A caixa preta
18:18:24.5 [Comandante faz comunicado aos passageiros. Ouve-se o som de assobio e em, seguida, a comissária pede para abrir a porta. O piloto pergunta se está tudo OK. A comissária responde que tudo na cabine está OK, e então pergunta aonde eles vão pousar]Piloto: Eu acabei de informar.Comissária: Desculpe, eu não ouvi ela dizendo.Piloto: Mas ela ouviu, Congonhas.Comissária: É Congonhas? Então ótimo. Ela deve ter ouvido. Obrigada.18:43:04.3 Piloto: Lembre-se, nós temos apenas um reverso.Co-piloto: Sim... só o da esquerda.[No rádio, TAM 3054 reduz a velocidade para aproximação e chama a torre na freqüência 127.15]Co-piloto: 12715, câmbio.Piloto: Boa tarde.Piloto: Flaps 2.Co-piloto: Velocidade checada.Co-piloto: Flaps a 2.Co-piloto: Torre de São Paulo, aqui é TAM 3054.Torre: TAM 3054, reduza a velocidade mínima para aproximação, o vento é norte com 06 [nós]. Eu vou informar quando liberar três cinco à esquerda.Co-piloto: Boa tarde, reduzindo ao mínimo possível [a velocidade].Piloto: Trem de pouso abaixado.Co-piloto: Trem de pouso abaixado.Piloto: Flaps 3.Co-piloto: Velocidade checada.[Check list final, a aeronave passava por Diadema]18:46:10.4 Co-piloto: Tripulação, preparar para pousar.[avisando no sistema de voz do avião]Piloto: Pousando sem azul. (...) Pista à vista, pousando. Pergunte a ele [a torre] sobre as condições de chuva, as condições da pista, e se a pista está escorregadia.Co-piloto: TAM em aproximação final, a duas milhas de distância. Poderia confirmar as condições?Torre: Está molhada, e ainda escorregadia. Eu vou informar quando 35 esquerda estiver liberada, 3054. A torre informa que uma aeronave está começando a decolar.Piloto: Molhada e escorregadia!Torre: TAM 3054, 35 à esquerda liberada para pousar. A pista está molhada e escorregadia e o vento é 330 a 8 nós.Co-piloto: 330 a 8, é o vento.Piloto: Checado.Torre: 3054?Co-piloto: 3054, entendido.Piloto: O pouso está liberado?Co-piloto: liberado para pousar.(som do piloto automático desconectando. Som de três cliques indicando a reversão do CAT2 ou 3 para CAT1, para vôo manual) 18:47:56.9 (O GPS emite um aviso de aproximação do solo)Co-piloto: O quê?Piloto: Iniba o aviso do GPS para mim.Co-piloto: Okay. Um ponto agora, OK?Piloto:Okay[Som do movimento do acelerador. Barulho do motor aumenta. Som de toque na pista] 18:48:26.3 Co-piloto: Reverso número 1 apenas. Spoilers [sistema de freios] nada.Piloto: Aaiii. [suspiro] Veja isso.Co-piloto: Desacelera, desacelera.Piloto: Não consigo, não consigo. Ai meu Deus... Ai meu Deus.Co-piloto: Vai vai vai, vira vira vira vira. Vira vira para... não, vira vira.[Som de colisão]Voz na cabine: Ah, não.[Pausa no barulho de colisão. Som de um grito de voz feminina. Som de colisão]
Fonte: Agência Câmara
Ministro reservado
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que não lhe cabe comentar as informações sobre o conteúdo das caixas pretas do Airbus da TAM que explodiu no Aeroporto de Congonhas no dia 17 de julho. "Estou conhecendo as hipóteses, mas não cabe a mim emitir qualquer juízo, até porque isso seria prematuro", afirmou. "Mesmo que tivesse competência para fazê-lo, não há elementos, ainda, para afirmar definitivamente qualquer coisa", disse Jobim, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto
Falhas nos aviões
Nesses depoimentos às CPIs que estão sendo previstos também está incluído o do presidente da TAM, Marco Antonio Bologna. À tarde, a comissão vai ouvir o representante da Airbus no Brasil, Mário Sampaio. Integrantes da CPI querem esclarecer dúvidas sobre falhas na aeronave, que podem ter provocado o acidente.
Ela quer apurar se a aeronave tinha problemas em seu sistema de frenagem e no reverso. Parte dos deputados acredita que a posição dos manetes no momento do acidente pode ter impedido a aeronave de frear. "A TAM e a Airbus têm muito a nos dizer. As duas podem esclarecer muita coisa, principalmente sobre os manetes, que, segundo o que vimos, podem ter contribuído para o acidente", disse o relator da CPI, deputado Marco Maia.
Galeão cotado
O governador do Rio, Sérgio Cabral deve entregar hoje ao presidente Lula em Brasília, um estudo técnico da Firjan defendendo o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) como parte da solução da crise aérea. Segundo a Firjan, o estudo informa que o aeroporto carioca é a melhor opção para absorver vôos de Congonhas, em São Paulo, que deixou de ter a função de "hub" - distribuidor de vôos nacionais - depois do acidente com o Airbus da TAM, no último dia 17.
O investimento para adequar o Tom Jobim é de R$ 150 milhões, segundo a federação, e já estão previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que também prevê mais R$ 90 milhões para outras obras no aeroporto.
Ministro no Senado
A CPI do Senado que investiga a crise no setor aéreo do País ouve o depoimento do ministro da Defesa, Nelson Jobim, na próxima semana. O objetivo é conhecer os planos de metas emergenciais e de médio prazo do governo para o setor de aviação. A CPI ainda marcou para hoje à tarde os depoimentos dos presidentes da TAM, Marco Antonio Bologna, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuannazzi, do chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro Jorge Kersul Filho, e do presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro José Carlos Pereira.
No Senado também há movimentação e o relator da CPI, Demóstenes Torres, anuncia as ações previstas: "Vamos fazer as oitivas de todos, além de cobrarmos perícias na pista de Congonhas que consideramos imprescindíveis. Na semana que vem já teremos as transcrições das caixas-pretas do Airbus para que sejam traduzidas. Também vamos adquirir um software para que possamos ouvir as transcrições dos diálogos registrados pela caixa de voz".
O relator disse acreditar que uma série de fatores provocaram o acidente com o Airbus da TAM. Demóstenes afirmou que o Senado vai aproveitar as investigações já realizadas pela CPI do Apagão na Câmara sobre o acidente. "Vamos apurar se houve falha humana exclusiva, se ocorreu deficiência da máquina ou falhas na pista de Congonhas. Um fato consumado é que a pista era pequena demais, o que impediu o piloto de qualquer manobra para impedir o choque".
Carlos Fehlberg