segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Como se deve reagir ao excesso de informações disponíveis

A história da humanidade é dividida pelos historiadores em eras. As eras são longos períodos nos quais vigora uma característica predominante do modo de produção . Assim, por exemplo, na era medieval a produção era essencialmente agrícola. Em meados de 1800 novas técnicas de produção foram surgindo com a utilização de máquinas que passaram a substituir o trabalho humano e, desse modo, começava a era industrial.
De 1980 a 1990, houve um grande avanço na tecnologia de comunicação e o político tem de estar preparado para os desafios desta nova era
Nas últimas décadas do século passado, 1980 e 1990, houve um grande avanço na tecnologia de comunicação com o aumento das transmissões via satélite e surgimento da Internet. De lá para cá passamos a viver na era da informação. Por que era da informação? Porque existe uma super oferta de informações.
Mecanismos de difusão da informação
Sem dúvida a televisão e a Internet são os principais veículos de transmissão de informação. A Internet é um fenômeno recente mas a televisão nem tanto. O que mudou na televisão foi o surgimento dos canais a cabo.
Há 10 ou 15 anos os aparelhos de televisão eram fabricados com um seletor de canais redondos e com opção de 6 ou 7 canais. Naquele tempo era possível saber em instantes a programação que passava em todos os canais.
Com o advento da TV a cabo há uma oferta de 50, 60 ou mais canais. Ficamos sempre com a impressão de, ao optar por um canal, perder alguma programação interessante que esteja passando nos demais.
Já a Internet possibilita a comunicação com qualquer parte do mundo em tempo real dispensando muitas vezes a leitura da imprensa escrita (jornais e revistas). Quase sempre os mesmos conteúdos são encontrados nela a qualquer momento e em muitos casos, de modo mais econômico.
Nesse cenário o político muitas vezes é cobrado a responder assuntos sobre os quais não tem informação porque não leu determinado jornal, não entrou em algum site, não assistiu ao documentário que passou no canal x ou y. O fato é que, de modo geral, o eleitor não perdoa a desinformação, o que torna cada vez mais necessária a utilização de critérios na escolha da informação.
Selecionando informações
Informações sobre cidades podem tanto ser obtidas de recortes de jornais ou via Internet
Embora possamos afirmar que o grau de exigências de informações esteja relacionado ao âmbito de atuação do político, muitas vezes os fatos extrapolam fronteiras tornando acontecimentos locais, regionais ou nacionais em questões globais.
Para o político que atua no âmbito municipal certamente o que os eleitores mais podem cobrar é que, o vereador, prefeito ou secretario municipal esteja por dentro dos assuntos do seu município, seja o acidente que ocorreu na rua tal por causa de um buraco no asfalto, seja o casamento da filha dessa ou daquela família, enfim assuntos locais. Neste caso os principais veículos de informação são jornais de circulação e as estações de rádio comunitárias, o que se encontra tanto em grandes centros urbanos como em pequenas cidades do interior.
Os deputados estaduais, governadores e secretários de estado são cobrados pelos eleitores, tanto a respeito de informações de âmbito estadual, como questões relacionadas aos municípios ou regiões. Para deputados estaduais e secretários de estado as cobranças eleitores muitas vezes estão relacionadas a um aspecto específico.
Por exemplo, a ocorrência de geada ou seca que prejudicou esta ou aquela cultura no município ou a falta de merenda escolar, o crime violento na pacata cidade "y", etc. Neste caso, o político deve concentrar ou exigir de seus assessores o armazenamento de informações relacionadas a sua área de atuação ou região específica. Essas informações tanto podem ser recolhidas de recortes de jornais ou via Internet.
Para o governador de estado a necessidade de informação é maior porque há mais cobrança dos eleitores. Obviamente o governador não tem condições de saber tudo o que ocorre no seu estado e na sua administração. Neste caso a recomendação e que o político encarregue sua assessoria de selecionar e armazenar informações relevantes em arquivos organizados por assuntos. Quando for possível, o governador pode cobrar de seus assessores a elaboração de um boletim diário resumindo as notícias de seu estado.
Para os políticos que atuam no âmbito nacional, deputados federais e senadores, as exigências de informação dizem respeito ao país, ao estado e ao município ou municípios que formam sua base eleitoral. Neste caso, o político deve procurar ler pelo menos um dos grandes jornais nacionais, acompanhar o Diário da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal e encarregar sua assessoria de selecionar e armazenar informações de seu estado e região. Para aqueles deputados ou senadores que tiverem escritórios políticos no estado e num ou outro município, uma boa dica é incumbir sua assessoria local de organizar recortes de jornais em pastas e por assunto, para que o político possa ler quando estiver em visita às bases.
O local e o global
O candidato precisa ser criterioso e sistemático, selecionando sempre informações relevantes, para estar preparado para a era da informação
As sugestões aqui apresentadas são formas de selecionar e organizar métodos de informações essenciais uma vez que, não há possibilidade de acompanhar e digerir todas as informações que diariamente são oferecidas pelos mais diversos veículos.
Entretanto o político, em qualquer que seja o âmbito de sua atuação, deve estar sempre atento a acontecimentos que, embora ocorrido em lugar específico, rapidamente adquire dimensões globais e exige que o político esteja apto a esboçar sua posição para os eleitores.
Esses acontecimentos tanto podem envolver questões ambientais como a morte de uma baleia, o vazamento de algum navio petroleiro, a emissão de gases tóxicos por uma fábrica, como questões morais como a prática de eutanásia em algum paciente em estado terminal num hospital americano ou europeu, etc.
Em fim, não há mais fronteiras para fatos e informações. É preciso ser criterioso e sistemático, selecionando informações relevantes para sua área de atuação mas estar atento para assuntos que possam exigir seu posicionamento.

Estudar o comportamento político significa entender as razões que levam os indivíduos a participarem de uma eleição

Para a ciência política, estudar o comportamento político significa construir instrumentos que permitam compreender as razões que levam os indivíduos a participarem de uma eleição (irem às urnas), bem como os motivos pelos quais escolhem este ou aquele partido ou candidato.
A ciência política tenta descobrir quais são os motivos que levam os indivíduos a participarem de uma eleição/Foto: Elza Fiúza/ABr
No entanto, a construção de tais instrumentos analíticos é um processo de contínua transformação. Essa transformação ocorre por meio da soma de conhecimentos acumulados sobre determinados assuntos. Em outras palavras, ao se produzir novas explicações sobre o mesmo fenômeno, utiliza-se parte do conhecimento já produzido.
Nesse sentido, o chamado “Modelo de Michigan”, oriundo da Universidade de Michigan, foi o pontapé inicial de uma série de teorias que procuravam, e procuram interpretar o comportamento político dos eleitores.
O Modelo de Michigan
O modelo de Michigan foi elaborado por pesquisadores da Universidade de Michigan nos anos 1950, sob a liderança de Angus Campbell, tendo como obra mais expressiva, o livro The American Voter. A principal metodologia desta corrente era a utilização de surveys (pesquisas que utilizam questionários). A partir dos dados coletados por amostragens, os pesquisadores de Michigan procuraram extrair inferências capazes de predizer o comportamento geral dos eleitores, ou seja, construir instrumentos teóricos capazes de “antecipar” o voto do eleitor.
Grande parte das teorias produzidas por esses pesquisadores teve a influência da psicologia social. Segundo a metodologia do Modelo de Michigan, a orientação das escolhas políticas, assumidas pelos indivíduos, começa a se delinear a partir do ambiente social. Nesse sentido, a conclusão principal desta teoria é a de que, indivíduos em contextos sócio-culturais semelhantes tendem a fazer a mesma opção eleitoral, ou seja, votar de maneira igual.
Não obstante, antes de compreender as razões das escolhas eleitorais, o grande desafio explicativo para as escolas que interpretam o comportamento político, é saber o que leva um individuo a participar do processo eleitoral. Obviamente, em contextos institucionais nos quais o voto é obrigatório, como no Brasil, a participação eleitoral se justifica em função das sanções legais. O mesmo não ocorre nos Estados Unidos, onde o voto é facultativo.
As razões para participação eleitoral
Se o voto não é obrigatório, o que levaria um indivíduo a participar de uma eleição? Os pesquisadores de Michigan explicam a participação eleitoral a partir da crença individual no voto. Se um indivíduo acreditar que, com o seu voto, é capaz de influenciar o resultado da eleição, ele tenderá a comparecer às urnas.
Numa situação inversa, caso o indivíduo pense que seu voto é irrelevante, sua tendência é abster-se do ato de votar. A raiz do problema está exatamente no número de indivíduos que compartilham de uma ou de outra posição. Quanto maior for o número de indivíduos que acreditam ser dispensável sua participação no processo eleitoral, maior será o índice de abstenção, gerando, no limite, uma crise de legitimidade dos novos governantes, uma vez que, apesar do fato de o eleito ter obtido a maioria dos votos, grandes parcelas do eleitorado decidiram não comparecer as urnas. Dessa forma, a representatividade dos eleitos torna-se frágil.
Já quando a crença na eficácia do voto é mais enraizada na cultura política de determinado país, a participação eleitoral tende a ser elevada, e o número de abstenção torna-se um fenômeno apenas residual, com uma parcela muito pequena de eleitores que abrem mão do direito ao voto.
O problema das escolhas
Com relação ao tema das escolhas eleitorais, o comportamento político é analisado pelos teóricos de Michigan a partir da seguinte equação: C1=f(Ai, Aj), onde C1 significa um determinado comportamento político influenciado pela multiplicação dos fatores (f), Ai e Aj, ou seja, as escolhas dos indivíduos estão relacionadas à probabilidade da repetição de fatores sócio-ambientais. Isso significa que as opções eleitorais, segundo o Modelo de Michigan, estão relacionadas ao tipo de sociabilização dos indivíduos.
Para a escola de Michigan, as escolhas dos indivíduos estão relacionadas à probabilidade da repetição de fatores sócio-ambientais/Foto: Elza Fiúza/ABr
A construção de um sistema individual de opções políticas inicia na fase da adolescência. Nesse período, segundo o Modelo de Michigan, a convivência familiar, escolar, religiosa, etc., forma a personalidade do indivíduo, e determina suas escolhas como eleitor. Assim sendo, as escolhas dos eleitores poderiam ser previstas a partir do conhecimento de sua inserção social.
O resultado prático desta teoria, baseada no Modelo de Michigan, mostrou que a hipótese de que o tipo de sociabilização determina o comportamento político dos indivíduos era válida apenas para 15% do eleitorado norte-americano, ou seja, a maioria dos eleitores apresenta um comportamento errático. Esta constatação ataca o coração da teoria: se o comportamento futuro dos indivíduos é fruto do seu sistema de atitudes perante o mundo e, se essas atitudes não são coerentemente estruturadas, então não é possível prever nada.
Para resolver este dilema os teóricos de Michigan propõem dois caminhos: o estudo do grau de centralidade e do grau de motivação para a política. O primeiro aspecto diz respeito à centralidade da política na vida dos indivíduos, ou seja, a diferença entre o padrão de indivíduos com maior ou menor interesse pela política. O segundo aspecto diz respeito a fatores conjunturais que podem incidir sobre a motivação individual para o voto.
Indivíduos com maior interesse pela vida política nacional ou local tendem a ter um padrão de escolha política mais permanente (estruturado). Já indivíduos com menos interesse por questões políticas, seriam, segundo o Modelo Michigan, mais suscetíveis a impulsos momentâneos. Suas escolhas políticas dependeriam mais de fatores conjunturais do que fatores estruturais.
A partir desse aporte teórico produzido pelo Modelo Michigan, a interpelação do comportamento político foi ganhando novos componentes. Todavia, de uma forma ou de outra, as pesquisas produzidas pelos teóricos de Michigan estão na base desse tipo de estudo.

Feliz ano novo

Amigos

Gostaria de desejar a todos os meus sinceros agradecimentos por esse ano de 2007, e desejar um feliz 2008, eu quero que esse blog seja um espaço de amigos...


Obrigado por tudo


blog do Tulhão

Meu amigo Daniel

Daniel Scardua disse...
fala meu bom amigo!!!!como vai vc seu cachorro?????Sei que ando sumido da net, mas não morri ainda naum, viu????querido, espero q tenha tido um natal tão bom feliz quanto o meu!!!e passo hoje p desejar um ano novo releto de vitorias!!!fica bem meu irmão!!!bj p vc, p li e p o bb!!!!obrigado pelo link do meu blog aqui!!!!fica bem,Daniel Scardua...





Eu adoro esse cara veja o blog dele, ta nos melhores blogs no "blog do meu amigo Daniel Scardua"

Covas um mito....

Covas, um dos criadores do PSDB, evitou que o Partido entrasse no governo Collor na sua fase aguda
Fernando Henrique e Tasso Jereissati chegaram a ser convidados para o ministério
A história política de Mário Covas é muito rica e coerente, antes e depois de um episódio que poderia ter comprometido o futuro político do PSDB, Partido criado como dissidência do PMDB na Constituinte. Em março de 1992, numa reunião extraordinária da Executiva Nacional, Mário Covas liderou uma posição contrária ao ingresso no governo Fernando Collor. Na fase aguda de "salvação" de seu governo, Collor reformulara seu ministério com algumas figuras de destaque.
Mário Covas liderou uma posição contrária ao ingresso do partido no governo Fernando Collor
Era o que se chamava de ministério da governabilidade. E para ele estavam convidados pelo novo secretário do governo, Jorge Bornhausen, duas lideranças tucanas, Fernando Henrique Cardoso e Tasso Jereisssatti. Eles teriam admitido aceitar, mas condicionaram a uma confirmação à uma decisão partidária. Covas comandou a oposição aos convites e levou a melhor na votação. Naquele ato, o presidente Collor perdia o apoio da bancada do PSDB, decisiva para a situação em que se encontrava, mas em compensação, Fernando Henrique e Jereissati acabaram sendo poupados politicamente para seu futuros projetos. E o PSDB se preservava para o que viria logo a seguir, as eleições de 1994.
Este fato, mostra a sensibilidade política, coerência e retidão de Mário Covas, um dos responsáveis não só pela criação do PSDB, mas pelo zelo e obediência aos princípios que nortearam a fundação do partido que idealizara, ao lado de um grupo de companheiros. Ele foi um dos mais respeitados políticos da história brasileira, cuja dignidade na vida pública e pessoal tornou-se verdadeira referência. O episódio envolvendo Collor é apenas um de muitos em que Covas se envolveu mostrando sempre muita fidelidade ao programa partidário e objetivos perseguidos.
Sua morte, em 2001, depois de um longo período de sofrimento, com melhoras e recaídas, emocionou todo o país, que nele identificou sempre uma das grandes figuras da política brasileira e com contribuições a oferecer. Solidário e firme, convicto de suas idéias, combativo e humanista, a morte de Mário Covas, em 6 de março de 2001, privou o cenário nacional de uma de suas mais importantes figuras nas três últimas décadas.
De Santos para cenário nacional
Covas com Jânio Quadros no início de sua trajetória política
Mário Covas nasceu em Santos, São Paulo, em 21 de abril de 1930. Passou a infância em Santos, onde cursou o primeiro grau no Colégio Santista, e o segundo no Colégio Bandeirantes, em São Paulo, tendo se graduado em química industrial e logo depois tornando-se professor. Formou-se engenheiro civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, turma de 1955. Teve intensa militância na política estudantil dos anos 50 e foi vice-presidente da UNE, União Brasileira dos Estudantes, em São Paulo. Formado, prestou concurso público na Prefeitura de Santos, onde trabalhou como engenheiro.
Candidatou-se a prefeito de Santos em 1961, pelo PST, obtendo o segundo lugar na votação. No ano seguinte, e pelo mesmo partido, elegeu-se deputado federal.
Com a extinção dos partidos políticos, em 1966, foi um dos fundadores do MDB, pelo qual nesse mesmo ano se reelegeu deputado. Foi então escolhido líder da bancada oposicionista na Câmara dos Deputados. Aos 37 anos de idade, o jovem parlamentar já liderava uma bancada composta por figuras expressivas da vida política brasileira, como Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, Franco Montoro, Ivete Vargas, entre outros.
Como líder percorreu vários estados procurando estimular seus correligionários, inclusive nos momentos agudos por que passou o MDB do Rio Grande do Sul, onde as teses da autodissolução e renúncia coletiva estavam em debate. Covas propunha o combate político dentro das poucas possibilidades que a oposição desfrutava na época. Desde o primeiro mandato, iniciado em 1963, até o final do segundo, em 1968, Mário Covas foi todos os anos incluído na lista dos mais destacados parlamentares, organizada anualmente pelos jornalistas que cobrem o Congresso Nacional.
Reação contra os militares
Covas ao lado de FHC e Serra, seus companheiros de PSDB
O caso Márcio Moreira Alves, em 1968, gerou de sua parte uma forte reação. Não aceitava que um discurso pronunciado num pinga-fogo da Câmara, mesmo crítico, ganhasse a dimensão que assumiu e se transformasse em caso de "dignidade das Forças Armadas", que representaram contra o deputado. Não ficou só. A maioria rejeitou o pedido arquitetado pelo ministro da Justiça, Gama e Silva, mas a reação custaria o fechamento do Congresso, a edição de um novo e mais duro Ato Institucional e a sua própria cassação.
Em 16 de janeiro de 1969 teve seu mandato atingido pela ditadura militar e os direitos políticos suspensos por dez anos. Um dia antes da edição do AI-5, prevendo as reações que viriam contra o discurso feito pelo deputado Márcio Moreira Alves, Covas fez um veemente discurso na Câmara: "Creio no povo, anônimo e coletivo, com todos seus contrastes, desde a febre criadora à mansidão paciente. Creio ser desse amalgama, dessa fusão de almas e emoção, que emana não apenas o poder, mas a própria sabedoria. Creio na palavra ainda quando viril ou injusta, porque acredito na força das idéias e no diálogo, que é o seu livre embate."
Alijado da vida política do país, Covas dedicou-se à atividade privada. Embora proscrito, nunca perdeu contato com seus companheiros e com a política.
A recuperação do prestígio
Ao recuperar a plenitude de seus direitos políticos, em 1979, com a decretação da anistia, foi eleito presidente do MDB de São Paulo, mas o pluripartidarismo o levaria a articular o PMDB, ocupando sua presidência regional. Eleito deputado federal com 300 mil votos em 1982, foi nomeado em março de 1983 secretário dos Transportes do governo Franco Montoro. Indicado pelo governador de São Paulo e aprovado pela Assembléia Legislativa, tornou-se prefeito da capital em 10 de maio, cargo que ocupou até 31 de dezembro de 1985.
Nos 33 meses de gestão na Prefeitura, Covas costumava dizer que sua missão seria "encurtar as distâncias sociais" da cidade e dar prioridade a obras e serviços na periferia. Desse período ficaram algumas fortes lembranças, como os mutirões para construção de guias e posterior pavimentação de ruas e a intervenção nas empresas privadas de ônibus. A campanha para escolher seu substituto centralizou as atenções políticas do país reunindo Fernando Henrique Cardoso e Jânio Quadros. Fernando Henrique ainda no PMDB, como Covas, era o favorito, mercê da boa administração de seu correligionário e do governador estadual, Franco Montoro, mas cometeu alguns erros políticos que foram bem aproveitados pelo ex-presidente. Um deles foi se deixar fotografar dias antes da eleição sentado na cadeira do prefeito...
Constituinte e PSDB
Mário Covas foi eleito senador, em 1986, com 7,7 milhões de votos
Após deixar a Prefeitura, Mário Covas foi eleito senador, em 1986, com uma das maiores votações: 7,7 milhões de votos. Líder do seu partido na Assembléia Nacional Constituinte, foi um dos articuladores das comissões temáticas que garantiram a participação de vários segmentos organizados da sociedade na elaboração da nova Carta. Já tinha, no entanto, projetos políticos bem delineados: criar um partido da social-democracia e candidatar-se ao Palácio do Planalto. Seria tudo uma questão de tempo.
Um tempo de confronto
Guerreiro por natureza, Mário Covas não entregava os pontos antes de uma boa briga verbal. "Não agüento ficar quieto. Tem horas em que meu sangue de espanhol parece ferver", dizia ele. Exibia sua habilidade em discursos na tribuna e em conversas ao pé do ouvido. Turrão, assustava os adversários ao começar os discursos com fala mansa e entremeá-los com saraivada de argumentos. Passional, emocionava platéias e conseguia virar votações. Foi o que aconteceu em momentos cruciais da política nacional.
Em 1968, com a sombra da ditadura militar, Covas obteve a última vitória da palavra contra a força. Armado com sua oratória, o deputado de 38 anos, que liderava a bancada do MDB, reverteu uma votação que parecia perdida, defendendo o mandato do colega Márcio Moreira Alves, contra quem o ministro da Justiça, autorizado pelos ministros militares, solicitava licença para processar. Naquele 12 de dezembro de 1968, um dia antes da decretação do AI-5 - o ato institucional que fechou o Congresso e suspendeu garantias e direitos constitucionais, Covas ajudou a provocar um racha na Arena para atrair os dissidentes da sigla. Indignado com a tentativa do governo Costa e Silva de cassar Moreira Alves, que, em setembro, fizera um discurso considerado ofensivo às Forças Armadas, ele foi um dos que comandou a rejeição do pedido de licença para processar o colega. Foram 216 votos contra, 141 a favor e 12 em branco, uma vitória estimulada por muitos fatores, um dos quais seu discurso dizendo que as Forças Armadas não poderiam desagravar uma instituição pelo caminho do desrespeito a um poder: "Como acreditar que as Forças Armadas brasileiras, que foram defender em nome do povo brasileiro, em solo estrangeiro, a democracia no mundo, coloquem como imperativo de sua sobrevivência o sacrifício da liberdade e da democracia no Brasil? Sou, senhor presidente, por fundamentação e por índole, um homem que mentalmente crê. Creio no regime democrático, que não se confunde com a anarquia, mas que em instante algum possa rotular ou mascarar a tirania. Creio no Parlamento, ainda que com suas demasiadas fraquezas, que só desaparecerão se o sustentarmos livre, soberano e independente."
Covas, assim como Brizola, apoiou Lula no 2º turno da eleição presidencial de 1989
Garra na Constituinte
Quase 20 anos depois, outro pronunciamento já como senador, Mário Covas mudaria mais uma vez os rumos da política. Conquistou a liderança do PMDB na Constituinte, em 1987, ao enfrentar o poderoso Ulysses Guimarães e os interesses do governo José Sarney. Começavam ali seus desentendimentos com líderes do PMDB que acabariam evoluindo para a formação do PSDB, ainda durante os trabalhos da Constituinte. Tinha voltado à tribuna para enfrentar o que chamou de outro tipo de opressão, usando o argumento do excesso de poder, agora contra o próprio Ulysses e seu candidato à liderança na Constituinte.
Choque de capitalismo
O PSDB já estava formado, reunindo dissidentes do PMDB em sua maioria. Os objetivos eram maiores, não se limitando à Constituinte, mas também participar de uma eleição presidencial, como forma de difundir o novo partido. E o nome aclamado foi o seu. Lançado, Covas fez da tribuna do Senado um histórico pronunciamento apontando as razões de sua candidatura, saudado até por adversários.
Ali, poderia ser traçada a linha divisória da velha alternativa entre a direita autoritária e a esquerda populista, e tendo como opção uma visão moderna da política. Covas apresentou no Senado sua plataforma de candidato, com a famosa expressão "choque de capitalismo". Aplaudido de pé, ele antecipou vários pontos que ainda hoje estão na agenda política.
"O Brasil não precisa apenas de um choque fiscal. Precisa, também, de um choque de capitalismo, um choque de livre iniciativa, sujeita a riscos e não apenas a prêmios."
"Só existe soberania quando há uma população com condições para sobreviver com dignidade."
"Basta de gastar sem ter dinheiro. Basta de tanto subsídio, de tantos incentivos, de tantos privilégios sem justificativas ou utilidade comprovadas. Basta de empreguismo. Basta de cartórios."
"Uma reforma urbana é fundamental, tanto quanto a realização da reforma agrária."
"Vamos fazer uma auditoria na dívida externa."
"O regime parlamentar pode banir o autoritarismo."
"A social-democracia partilha da crítica mundial ao Estado superdimensionado."
Convenção do PSDB em 1994 que escolheu Mário Covas candidato a governador de São Paulo
"Só se pode falar em país capitalista se seu mercado interno for forte."
"O problema fundamental é a impunidade, que criou um tipo de cultura."
"Não aceitamos a tese neoliberal do Estado."
"Compreendo a função política na democracia como instrumento eficaz para a transformação e aperfeiçoamento das estruturas."
"Ser nacionalista hoje em dia é defender uma política nacional de desenvolvimento."
"Desigualdade não se corrige com estagnação. Corrige-se redistribuindo renda e também crescendo ao mesmo tempo."
"O PSDB não preconiza o calote. Nossa proposta é a redução da dívida externa ao valor do mercado secundário."
"Há necessidade de privatização em alguns setores. Eu não privatizo, por exemplo, a Petrobras, pelo seu significado simbólico para a própria libertação da economia nacional."
"O desenvolvimento econômico deve passar necessariamente pela justiça social."
Foi uma eleição muito disputada, era a primeira depois do regime militar, e na qual Mário Covas brigou até o fim para ir ao segundo turno. Obteve o quarto lugar, com 7.790.392 votos, atrás de Fernando Collor e Lula, que foram ao segundo turno, e Leonel Brizola.
O governo paulista
Seu grande inimigo em São Paulo sempre foi Paulo Maluf. Aqui, os dois aparecem numa capa da revista Veja SP
Mário Covas permaneceu no Senado, combatendo o governo Collor, que terminou em fins de 1992. Itamar Franco fez um governo de coalizão, recrutando quase todos os partidos. A oportunidade dos tucanos viria em 1994, quando Fernando Henrique, vindo de uma passagem exitosa na Fazenda com a implantação do Plano Real, despontou como candidato, e Mário Covas voltou-se para a sucessão do governo paulista. Ambos venceram.
Covas sempre dizia que não queria ser presidente, mas governador, e, depois de ter perdido a eleição de 1990 para Luiz Fernando Fleury, concorreu e ganhou em 1994. A partir de então, mesmo participando ativamente das ações partidárias no âmbito estadual e nacional, Covas voltou-se para a administração estadual.
Quando assumiu tinha pela frente uma dívida considerável e o grave problema do Banespa, para a qual contou com apoio federal no seu processo de saneamento. Exigente com sua equipe e polêmico com a oposição, Covas imprimiu um estilo próprio no comando do Estado, não fugindo ao debate por vezes público e agitado.
Reeleição e o drama começa
Mário Covas durante campanha, em 1998, pela reeleição ao cargo de governador de São Paulo
Concorreu à reeleição em 1998 e saiu vitorioso, mas aí passou a enfrentar a enfermidade, lutando com muita coragem para compatibilizar o tratamento com a administração, até que foi vencido. Houve momentos de muita emoção nessa fase, envolvendo governo, oposição e público. E Covas lutou até o fim, vendo seu drama ser acompanhado por todos. Num desabafo chegou a dizer, refletindo todo seu estado de espírito, em janeiro de 2001, que não iria morrer, "porque não queria morrer!".
Foi toda uma fase marcada por muitos momentos de esperanças, emoções e tristeza. Ao submeter-se a uma cirurgia de próstata, no início de tudo, os médicos detectaram um câncer de bexiga, que é retirada. Uma nova bexiga é reconstruída com partes do intestino.
Em 1999, Covas tomou posse como governador reeleito depois de terminada sua licença médica, mostrando a mesma firmeza e procurando transmitir a sensação de que superara seus problemas médicos. Torna-se então superativo, procurando imprimir um ritmo administrativo capaz de superar as deficiências orgânicas e aos prognósticos indefinidos.
Esforço final
Nessa atividade, Covas decide participar intensamente do governo, inclusive enfrentando manifestações e protestos, comparecendo a muitos eventos desfavoráveis ao governo. A ponto de sofrer agressões de desafetos, como uma bandeirada na cabeça durante manifestação de professores em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, episódio registrado pela TV e que obteve ampla repercussão. Ao tentar entrar na Secretaria da Educação, na praça da República (região central de São Paulo), onde professores em greve estavam acampados, Covas é atingido por pedras e paus e sofre um ferimento na testa e outro no lábio superior.
Saúde agravada
Os problemas de saúde se mostram insuperáveis. No dia 19 de julho, os médicos confirmam que Covas tem um tumor maligno entre a nova bexiga e o reto, mesma região atingida pelo câncer em 1998. No dia 24 de outubro de 2000, Covas adia sua internação para a noite do dia 29, data da eleição, e confirma publicamente seu voto em Marta Suplicy , no segundo turno para a Prefeitura de São Paulo, coerente com sua histórica postura antimalufista.
Dia 31 de outubro, Mário Covas deixa o Incor (Instituto do Coração), um dia depois de se submeter a uma angioplastia para desobstrução de artéria coronária e colocação de um "stent" (prótese em forma de tubo) para mantê-la aberta. Um mês depois, no dia 30 de novembro, viaja 640 km de helicóptero, e 60 km de carro para vistoriar obras na capital paulista, Campinas e em São José dos Campos. Políticos tucanos acompanham o governador Mário Covas em sua última cerimônia antes da internação. No dia 19 de novembro, Covas é internado no Incor para se submeter à segunda cirurgia de retirada de um tumor maligno em menos de dois anos.
Solidariedade nacional
Covas, ao lado de sua esposa, se emociona durante entrevista coletiva no Incor
Nessa época, foram enviadas centenas de cartas e telegramas, correntes de orações foram realizadas por todo o país. Mensagens pessoais já eram encaminhadas ao governador, quando este ia inaugurar e inspecionar obras. Nestes meses foram estabelecidas fortes relações entre Covas e o povo de São Paulo. O clima emocional tomava conta do Estado. Sentindo o agravamento, no dia 22 de janeiro de 2001, Covas anuncia oficialmente o afastamento de suas funções de governador do Estado de São Paulo. Seu vice, Geraldo Alckmin, assume interinamente o governo. No dia 25 de janeiro, mesmo afastado, Covas participa de inauguração de obras na Castelo Branco. O sofrimento chega ao fim no dia 6 de março: Mário Covas morre de falência múltipla dos órgãos por volta das 5h30.
Frases reveladoras
A força de Covas, no entanto, se traduzia por algumas frases que revelavam sua lucidez mesmo nos momentos mais difíceis:
"Eu tinha medo disso. Mas como posso reclamar se Deus me deu a vida? Quem ganha o principal não pode discutir o acessório." (Depois da cirurgia a que se submeteu para a extração de dois tumores no intestino - dezembro de 2000)
"Tem sido tão bom para mim que o meu grau de dívida com a sociedade é muito grande. Errei muitas vezes, vou continuar errando, mas não posso deixar de reconhecer que, mesmo sem ter pedido, recebi tudo de que precisava." (Em entrevista coletiva, depois da cirurgia para a retirada de um tumor na bexiga - novembro de 2000)
Mário Covas participa do sorteio de casas populares em Itaquera
"A gente vai tocando para a frente. Quando cair, a gente pára. Não sou maluco, eu conheço a minha força. Ninguém quer se suicidar. Esta é a obra social mais importante de todo o meu governo. Por isso fiz questão de vir até aqui." (Um dia depois de se licenciar do cargo para tratar do câncer, visitando uma favela urbanizada - dezembro de 2000)
"O que me move é tentar, no limite das minhas forças, cumprir a minha tarefa." (Na mesma ocasião - dezembro de 2000)
"Um dia isso vai acontecer. E todos sentirão a minha falta." (Ao ser questionado se teria medo de morrer, depois de sair do hospital - outubro de 2000)
Depoimento de Lula
Mesmo em trincheiras opostas, Mário Covas e Lula tinham muita coisa em comum. É do atual presidente da República o depoimento feito logo após sua morte:
"Covas foi um adversário leal. Com ele, podíamos sempre conversar abertamente. Esse tipo de político faz muito bem ao Brasil, ao contrário de outros que não têm ética nem cumprem compromissos. Mesmo quando estávamos em pólos opostos ele contribuía com grandes idéias para o debate. Dava prazer fazer política com Covas. A verdade é que ele deixa uma grande lacuna ética na política brasileira.
Covas e Lula no final dos anos 70
Covas tinha fama de mal-humorado, mas lutava e era honesto naquilo que falava. Acredito que o Brasil tenha perdido um exemplo de ética, de dignidade e de moral. Perdeu o Brasil, perdeu o PSDB, e, acima de tudo, também perdeu o povo brasileiro. Isso não significa deixar de lado todas as nossas diferenças políticas e partidárias. Mas é hora de fazer o reconhecimento devido a uma pessoa por quem eu nutria um profundo respeito e admiração. Isso porque Covas tinha caráter e tinha palavra.
Na Assembléia Nacional Constituinte, quando fomos colegas, os conservadores, além de atacar a esquerda, tinham o objetivo de neutralizar e diminuir o peso de Mário Covas, que era então o principal negociador do PMDB e agia de forma honrada, cumprindo à risca o que acordava conosco. Por mais que você pudesse discordar de Covas, você podia confiar na sua palavra. Tinha a certeza de que ele cumpriria os acordos e sabia também que ele poderia dizer não, mesmo quando seria mais fácil dizer sim.
Além disso tudo, ele sempre teve comigo um comportamento muito ético e decente, numa história que vem desde a solidariedade nas greves de 1979 e 1980, passando pela própria Constituinte, quando atuou com muita dignidade, e culminando no segundo turno das eleições de 1989, quando foi para o palanque comigo em São Paulo e no Rio de Janeiro, além do recente apoio à candidatura de Marta Suplicy na última eleição para a prefeitura de São Paulo.
Em termos conjunturais, a morte do governador Mário Covas pode complicar ainda mais a relação entre a oposição e o governo federal. Acredito que agora fique mais difícil esse diálogo. Covas tinha uma relação profunda com o PT, apesar das divergências. Esse era um dos fatores que facilitavam o entendimento entre nós."
É preciso dizer também que, dentro do PSDB, inclusive na sua alta cúpula, muita gente não gostava de Covas, muita gente o considerava muito duro. É bom lembrar que, não fosse por causa dele, certos tucanos teriam embarcado sem pestanejar na canoa furada do governo de Fernando Collor de Melo.
Por Carlos Fehlbe

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Operação antiCPMF restabeleceu o entendimento na oposição.


A aliança PSDB/DEM abalada durante a maior parte do ano, ainda com reflexos da campanha presidencial, pode estar de volta com mais vigor. O entendimento entre os dois partidos na votação da CPMF foi um sinal importante. Ela começa pelos cardeais Fernando Henrique e Jorge Bornhausen, mas se exterioriza através dos líderes Arthur Virgílio e José Agripino no Senado. Se ela esteve presente na votação mais importante do ano, talvez abra o caminho para embates futuros.
Gilberto Kassab e Geraldo Alckmin
Fora do Senado, o teste maior virá com as eleições municipais, o fato político mais importante do ano. A principal delas deverá travar-se em São Paulo, onde há interesses conflitantes na disputa pela prefeitura de São Paulo. Gilberto Kassab, do DEM, e que era o vice-prefeito de José Serra, está no cargo. Este é cobiçado pelo PSDB que se considera a maior força política do Estado e já cogita lançar Geraldo Alckmin. Até argumentando que o PT dispõe de bons nomes, como Marta Suplicy.
Na equação satisfatória desta equação reside o maior desafio para a manutenção do bom momento nas relações entre PSDB e DEM, já com vistas às eleições presidenciais, O entendimento entre PSDB e DEM (ex-PFL) vem de longe, desde a primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso em 1994. Teve uma pausa na campanha de José Serra em 1998, em função do episódio Roseana Sarney, candidata lançada pelo PFL e que renunciou em sinal de protesto por ações da PF que a prejudicaram.
As relações entre os dois partidos foram recuperadas lentamente diante de um adversário comum, o presidente Lula. E passam agora por um bom momento. Para isso está contribuindo decisivamente o bom momento entre os dois partidos no Senado.
Desafio do governo
Se no Senado é que PSDB e DEM mantêm uma oposição forte e unida, também é lá que o Palácio do Planalto por força desta situação enfrenta sua maior dificuldade. Nem na relação com os governadores de oposição a dificuldade é tão expressiva. Claro que a relação de dependência dos estados diante do governo federal contribui para tanto, a ponto de ter sido intensamente acionada (sem êxito) pelo governo federal para mudar o resultado na votação da CPMF.
E, nesta operação, não fazendo distinção entre governadores da oposição ou de partidos do governo. Apostando na carência de recursos e a necessidade óbvia de apoio financeiro a tentativa se fez presente. Até porque os estados dependem muito dos recursos e boa vontade de Brasília.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

A casa caiu para o presidente operário

Ola amigos....
O governo perdeu a votação da CPMF, precisava de 49 votos para ganhar mas teve apenas 45 votos, minha gente, o negócio ficou preto para o governo, que arrecadava 40 bi de reais por ano, pense isso por mês, 3,4 bi, muito dinheiro que rendeu a reeleição do Senhor Presidente e os desvios de verbas que deveriam ser destinadas a saúde, mas utilizadas para a ampliação do Bolsa Familia, que ampliou o numero de pessoas que ficaram dependentes de um misero 90 reais para sustentar familias de baixa renda. Isso é um absurdo....
Mas os senadores foram felizes em acabar com imposto que não só era do cheque, mas de todas as movimentações financeiras.
Parabens senadores, parabens Brasil por esse ato de coragem, agora espero que o governo tome vergonha na cara e manda para a discução a reforma tributaria, politica e da previdencia.

Graças a Deus minha conta ficará com alguns reais a mais.....

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CPMF É DERRUBADA NO SENADO


13/12/2007 - 01h12 - Atualizado em 13/12/2007 - 09h12
Senado derruba prorrogação da CPMF
Decisão retira dos cofres do governo R$40 bilhões em 2008.Estados devem ser afetados com cortes em repasses federais.
ROBERTO MALTCHIKALEXANDRO MARTELLO Do G1, em Brasília
entre em contato
O plenário do Senado rejeitou na madrugada desta quinta-feira (13), por 45 votos contra 34, a proposta de prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011.

Logo após a derrota, o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, disse que
o governo não pretende apresentar uma nova Proposta de Emenda Constitucional (PEC) em 2008 para reimplementar a CPMF. "Vamos pensar numa proposta diferente”, disse o ministro.

A incidência da CPMF sobre as movimentações financeiras vai terminar no dia 31 de dezembro deste ano.

A decisão ocorreu após um longo processo de negociações - mal sucedidas - envolvendo governo e oposição e representa a redução em R$ 40 bilhões na arrecadação federal no ano que vem.

Com a derrota, o governo terá que apresentar uma nova Proposta de Emenda Constitucional, no ano que vem, para a criação da CPMF, caso queira renovar a cobrança do tributo. Neste caso, uma vez aprovada, o reinício da cobrança ainda levaria 90 dias, por conta da legislação tributária brasileira.

Última cartada
Em uma última cartada para tentar aprovar a prorrogação do chamado "imposto do cheque", o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), propôs adiar novamente a votação da CPMF por mais um dia.

Ele sustentou que o adiamento seria necessário para que a oposição pudesse avaliar, com calma, uma nova proposta do governo federal - confirmada por meio de
carta assinada pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e das Relações Institucionais, José Múcio. Também foi enviada uma carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), confirmando a oferta dos ministros.
A nova proposta, segundo Jucá, englobaria ou a transferência total dos recursos arrecadados por meio da CPMF para a área de Saúde no decorrer dos próximos três anos, ou a extinção do tributo a partir de 2009, sendo que, antes disso, seria debatida a reforma tributária.

O esforço foi em vão: a oposição rejeitou a proposta, quase que de imediato.

Já no início da madrugada, o senador Pedro Simon (PMDB-RS), último orador inscrito para falar na tribuna, ainda fez um apelo: adiar a votação. "Faço um apelo dramático. Vamos ler e debater esse documento e voltar a daqui a 11 horas e 56 minutos. Ninguém ganha [hoje], seja qual for o resultado", disse. O governo buscou o adiamento numa articulação de bastidores no plenário, mas a oposição não cedeu.
Recado
Mesmo antes da sessão, a oposição já cantava vitória. O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), avaliava que a derrubada da CPMF não significaria que o "Brasil vai acabar". “Em período de crise internacional, o Brasil não acabou. Não vai acabar. E acredito que o Brasil tem firmes condições de, sem a CPMF, sofrer um ajuste pelo lado da despesa, cortando supérfluos. O presidente poderia tomar alguma medida para abrir um debate sobre reforma tributária", disse o tucano.

"Se tiver vontade de fazer reforma tributária, em tempo recorde, com sua maioria na Câmara, e com nossa boa vontade no Senado, ele aprovaria em tempo recorde em ano eleitoral”, acrescentou. Já o líder do Democratas (DEM), José Agripino (RN), dizia que a derrota seria um recado para o governo. “É um ponto de inflexão da classe política. O governo não vai poder aumentar mais a carga tributária. Mostra que o Brasil vai crescer com a queda da carga tributária”, disse. No outro lado, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) tinha uma opinião bem diferente dos líderes da oposição. “Será um caos financeiro. Um caos nas finanças públicas. Alguns programas sociais, alguns fundos setoriais serão prejudicados, por exemplo, o Bolsa Família”, observa.
Negociações
Antes da votação, governo, oposição e representantes dos estados travaram uma intensa negociação, com diferentes propostas, todas sem um resultado positivo para Planalto. O governo resistiu em aceitar uma proposta elaborada pelo Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde para que o orçamento da saúde crescesse R$ 45 bilhões até 2010. Para isso, os recursos da CPMF para o setor deveriam ser ampliados progressivamente, chegando a 80% da arrecadação do tributo em 2010. Os outros 20% da CPMF continuariam livres para os gastos do Executivo, por meio da DRU. Enquanto isso, o Palácio do Planalto acenava com uma ampliação menor dos recursos destinados pelo tributo para a saúde, com um incremento de R$ 36 bilhões. A regulamentação da emenda 29, que já foi aprovada pela Câmara, prevê um incremento de R$ 24 bilhões ao orçamento da Saúde até 2011

domingo, 2 de dezembro de 2007

Fiz Aniversario que legal

Ola amigos estou no dia 03 de dezembro completando meus 33 anos de vida e fico feliz por isso, pois foram 33 anos bem vividos. Não tenho nada a reclamar, sou um previlegiado, tenho uma familia maravilhosa, com minha esposa Lili e meu filho Miguel. Tenho a honra de ter minha mãe e minha irmã e aminha vó Helena vivinha da silva aos 86 anos, ganhei uma nova familia com a minha esposa, a minha sogra a Regina meu sogro Bene e minha cunhada Bruna, o pessoal da Miriane (minha comadre), com o George (cumpadre), Daniel, Guilherme, Joaninha, Daiane; a Eliane e as crianças, o Leo, a Rose (in memorian) e familia, en tese tudo bom.




Mas tenho muitos amigos que se foram como o Xandão que num assalto foi morto friamente em 2003, deixando muito saudade. Meu pai seu Zé Vitalino, tio Pedro, Gilberto da Crisma, minha prima Sonia, nosso sempre governador Mario Covas, Franco Montoro, Sergio Mota, veio Bittencort, amigos que se foram e me deixaram muitas saudades...




Mas tenho muitos amigos vivos em várias epocas, o pessoal do Jd. Roberto em Osasco, do Pestana, do São Victor, do Cirino em Osasco, de Barueri, do Escola Mirthes (EEPSG de Barueri) sou dessa epoca, escotismo (bandeirante e do Rondon), da rua Inacio de Camargo, da Igreja(Pe. Danilo, e a trupe dos coroinhas, 1° comunhão, da Crisma, Catequese, Grupo de Jovens, Canto, administração, Recanto Infantil), do Raposo, dos empregos que tive em Barueri, do PSDB, (O Gatti e seu grupo, Getulio, Vivi, Bolaxa, Mario Lopes entre outros), da Radio (Palnalto FM), das minhas ex namoradas, do C...do Padre, Rampas, da minha campanha para vereador, da Camara de Barueri, da Prefeitura, da Juventude do PSDB (Ronaldo Corinthiano e esposa, Anderson, Telma, Gersão, Vivian, Bolaxa, Gordo, Ronnie, entre outros que não me lembro), o gremio do Mirthes, do Desafio, da Lider, do Jornal Primeira Hora, do Bosco do Jornal Cidade de Barueri, ACIB, da Cooperserv, do PT, PFL, PDT, PSB, PMDB, meus parentes.




Carapicuiba, que me recebeu muito bem, PSDB, a familia da minha esposa (Dona Edy, Wanderlei, Tia Ceição e o tio Bastião, tia Dadinha e tio Zacarias (in memorian), amigos que fiz na Vila, da Igreja (Pe. Claudio, Catequese, Pastoriais do Dizimo, Coração de Maria, Liturgia, entre outros) JPSDB,´prefeitura, Camara, todos meus amigos de vários bairros, da Casa do Empreendedor em especial, contadores, entre outros....




Fora os amigos dee outras cidades e denominações que participo, como o PSDB estadual, onde atuei por 13 anos na JPSDB estadual...










Por isso que tenho muita alegria de viver e de estar vivo que é muito importante.






Abs





Serra é favorito a 2010 e 3o mandato é rejeitado, diz pesquisa



SÃO PAULO (Reuters) - O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), é o favorito para suceder o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição de 2010, de acordo com pesquisa Datafolha. Os possíveis candidatos petistas ficaram na faixa de um dígito das intenções de voto.
O deputado federal Ciro Gomes (PSB), ex-ministro de Lula, aparece com chances, superando o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), nos cenários em que os dois potenciais candidatos são colados lado a lado. Serra e Aécio travam disputa dentro do PSDB para a indicação à eleição que ocorre daqui a três anos.
Serra, que perdeu o pleito presidencial de 2002 para Lula, recebeu entre 37 e 38 por cento das intenções de voto na pesquisa divulgada na edição de domingo do jornal Folha de S. Paulo.
No cenário em que os candidatos são Serra, Ciro, a ex-candidata à Presidência Heloísa Helena (PSOL), a ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT), e o ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), o tucano surge na frente com 37 por cento das intenções de voto. Ciro fica em segundo, com 18 por cento, e aparecem na sequência Heloísa Helena (13 por cento), Marta (6 por cento) e Jobim (2 por cento).
Na mesma situação, mas com Aécio no lugar de Serra, Ciro teria 27 por cento, Heloísa Helena, 18 por cento, o governador mineiro 15 por cento, Marta ficariam com 9 por cento e Jobim teria 3 por cento.
A pesquisa do Datafolha indica ainda que 50 por cento da população aprova o governo Lula, dois pontos percentuais acima do levantamento anterior, feito em agosto. Para 35 por cento, o governo é considerado regular. Ruim ou péssimo foi a avaliação para 14 por cento dos entrevistados. O combate à fome e à miséria é o ponto alto da gestão Lula e o setor pior avaliado é o da saúde.
O direito a um terceiro mandato para o presidente Lula também foi abordado na pesquisa. Um total de 65 por cento rejeitou essa possibilidade, a partir de uma pergunta sobre se os brasileiros concordariam com uma mudança na lei para que Lula volte a concorrer em 2010. Mas 31 por cento concordam com o mecanismo, que vem sendo negado publicamente pelo presidente.
A sondagem foi realizada entre 26 e 29 de novembro com 11.741 pessoas em 390 municípios de 25 unidades da federação. A margem de erro é de dois percentuais.
(Por Carmen Munari)

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

As coisas estão acontecendo rapido demaisl




Ola amigos...


Hoje inicio colocando opinões minhas sobre algumas coisas do cotidiano...


Vocês perceberão que as coisas ocorrem muito rapido, acredite o mundo de 20 anos pra cá tem tido farias revoluções como o avanço da tecnologia, da ciencia, da ecologia, a degradação social, entre outros. Nesta semana vimos vários absurdos como a morte de 7 torcedores do Bahia no Estadio da Fonte Nova, que será demolido. O caso do Governo Lula que tem vários indicios de corrupção e nada acontece contra seu governo. A morte de vários policiais que são pegos em emboscadas no Rio de Janeiro; A banalidade contra a vida sta num estagio absurdo, ninguem merece.
As coisas tem tido uma rapidez voraz, vejam por exemplo a clonagem, já estão fazendo experimentos com animais para que seus orgão fiquem compativeis ao ser humano, hoje nenhum filho fica sem pai depois da descoberta do DNA, sendo comum os exames hoje comprovarem a paternidade, hoje temos tv de plasma, computadores de mão abaixo dos R$ 1800,00, jogos que simulam a vida e nos faz pensa. Mas tambem existe o lado mal da coisa, terroristas utilizam microoranismos para fazer uma guerra biologica, hoje os bandidos tem tecnologia de ponta em armamentos e muito dinheiro para abastecer a coruupção na policia e em orgão publicos.
Mas isso só ocorre porque todos nós temos acesso as informações atraves do radio, da tv, internet, celulares, jornais, conversas, em resumo, ate nisso a tecnologia age, e ai as coisas vão acontecendo rapido demais.

Julio Cesar dos Santos é coordenador da Casa do Empreendedor da Prefeitura de Carapicuiba, Diretor Coordenador do Instituto Teotonio Villela de Carapicuiba, é membro do PSDB de Carapicuiba, foi Conselheiro Politico Nacional da JPSDB/SP.


terça-feira, 27 de novembro de 2007

Bruno Covas é eleito presidente nacional da Juventude PSDB


21 de Novembro de 2007
Deputado quer que lideranças mantenham a coerência e os ideais do partido
O deputado estadual Bruno Covas foi eleito presidente nacional da Juventude PSDB nesta quarta-feira, dia 21, durante o 3º Congresso e a 9ª Convenção do partido, realizados em nível nacional, na cidade de Brasília.
Eleito por uma chapa de consenso (batizada com o nome de Julio Redecker, deputado federal do Rio Grande do Sul morto este ano no acidente da TAM), Bruno terá como vice Leonardo de Souza, de Goiás. E Geovani Pereira, do PSDB de Minas Gerais, ocupará o cargo de secretário geral.
Estavam presentes o presidente nacional do partido, senador Tasso Jereissati; os deputados paulistas José Aníbal, Lobbe Neto e Duarte Nogueira, a senadora Marisa Serrano, do Mato Grosso do Sul; Marconi Perillo, ex-governador de Goiás; e os senadores Flexa Ribeiro, do Pará; e Sérgio Guerra, de Pernambuco, além de outras lideranças do partido.
No discurso, cobranças ao partido
Durante o discurso feito logo após o resultado da eleição, Bruno revelou quais serão os próximos projetos da Juventude PSDB. E foi além. Disse que espera do partido a realização de uma discussão interna que faça jus à frase do Hino Nacional, que diz ..."verás que um filho teu não foge à luta..." .
O deputado recomendou uma postura mais firme das lideranças para que mantenham a coerência com os ideais do partido e o posicionamento adotado pelo PSDB. E ao lembrar o cenário político atual, Bruno pediu ainda que a bancada do partido no Senado vote pela cassação de Renan Calheiros, apoiando o movimento Fora Renan. Bruno ressaltou que a Juventude PSDB não vai admitir senador tucano votando contra a cassação.
Em sua fala, o deputado destacou a importância de se destinar parte dos recursos do Instituto Teotônio Vilela (ITV) à juventude tucana, para cursos de formação política. Para ele, o jovem bem informado fará a defesa dos princípios democráticos que norteiam o partido.
Outra bandeira defendida em seu discurso é sobre o trabalho a ser desenvolvido para contar com candidatos jovens à eleição para prefeito e vice, em 2008, e para deputados em 2010.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

TSE impõe fidelidade partidária a senadores, governadores, prefeitos e presidente

16/10/2007 - 21h35
RENATA GIRALDIda Folha Online, em Brasília
Por unanimidade, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu estender a fidelidade partidária para os ocupantes de cargos majoritários --presidente da República, governadores, senadores e prefeitos. Seis ministros do TSE seguiram o voto do relator, Carlos Ayres Britto, que recomendou a retirada do mandato de quem trocar de legenda após ser eleito por outro partido.
"A soberania do voto popular é exercida para sufragar candidatos partidários, não avulsos", disse o relator. "Não se pode negar o óbvio: neste tipo de competição homem a homem, candidato a candidato, o prestígio individual tende a suplantar o partidário."
Ayres Britto entende que o mandato pertence ao partido e não ao político eleito. Votaram com ele os ministros José Delgado, Ari Pargendler, Caputo Bastos, Gerardo Grossi e Cezar Peluso, além do presidente do tribunal Marco Aurélio Mello.
Mello já havia dito que era favorável à aplicação da regra da fidelidade partidária para todos os políticos --sejam eles eleitos pelo sistema proporcional ou majoritário.
No começo do mês, STF validou uma decisão do TSE e reconheceu a aplicação da fidelidade partidária para os eleitos pelo sistema proporcional --deputados estaduais, federais e vereadores.
O STF entendeu que a regra é válida desde 27 de março --data de julgamento do TSE, que impôs a fidelidade partidária. No entanto, ressaltou que os parlamentares terão amplo direito de defesa para argumentarem os motivos que os levaram a mudar de legenda.
Aplicação
Semelhante ao que foi definido para deputados e vereadores, a determinação do TSE terá apenas caráter administrativo e indica o entendimento do tribunal sobre a fidelidade partidária. Esse entendimento, contudo, não será aplicada imediatamente a nenhum caso concreto.
Para os majoritários, a data de aplicação deverá ser fixada pelo STF. O julgamento de hoje não fez referência a isso.
Questionamentos
Os ministros do TSE responderam a uma consulta do deputado Nilson Mourão (PT-AC) que perguntou se "os partidos e coligações têm o direito de preservar a vaga obtida pelo sistema eleitoral majoritário, quando houver pedido de cancelamento de filiação ou de transferência do candidato eleito por um partido para outra legenda".
A expectativa é que o TSE aprove na próxima semana resolução disciplinando a tramitação desses processos. Como o definido pelo STF, os políticos terão amplo direito de defesa. Para argumentar a mudança de legenda, os "infiéis" poderão justificar perseguição política e descumprimento do partido de seu programa.
Para o presidente do TSE, Marco Aurélio Mello, a aplicação da regra da fidelidade partidária deve valer para todos os políticos ---sejam eleitos pelo sistema proporcional ou majoritário.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Legislativo, veja o que ocorre



Este é um caminho a ser trilhado muito diferente das outras esferas do governo
São 14h e 30min em Londres. O Big Ben acaba de soar a badalada dos 30 minutos. De uma sala localizada numa extremidade do Westminster Palace sai pelos corredores uma estranha procissão. Ao passar pelos policiais, estes retiram o chapéu e gritam “Tirem os chapéus, estranhos".
O "mundo do legislativo" é diferente das demais esferas de governo
À frente dela o "sargent of arms", devidamente fardado, nas mãos a maça de prata, símbolo de autoridade. Atrás dele o "speaker", figura igualmente curiosa, vestindo uma capa negra, na cabeça uma cabeleira de cachos dourados (wig), embaixo do braço o chapéu negro (capellum).
A seguir, em seqüência, numa fila dupla, homens e mulheres, de um lado os ministros do governo, encabeçados pelo Primeiro Ministro, e de outro os MP (Members of Parliament) da oposição, à frente dos quais vão os componentes do Gabinete das Sombras ("Shaddow Cabinet").
Enquanto o "sargent of arms" informa, numa cantilena que se repete, a procissão vai ganhando novas adesões até chegar às portas do salão onde se reúne o Parlamento. Lá chegando, a procissão estanca e ele dá três batidas na porta com a maça e pronuncia a frase...
Abre-se a porta em par, os membros entram e ocupam lugares em bancos, dispostos ao cumprido, paralelamente às paredes laterais, e o "speaker" dirige-se para o espaço que lhe é reservado, junto à parede dos fundos do salão, de frente para a porta.
Não há mesas individuais para os MPs, nem um suporte para apoiar-se e escrever. Mais estranho ainda. Se todos comparecerem ao mesmo tempo, não haverá lugar para todos sentarem. Muitos terão que ficar em pé. Este ritual repete-se a cada sessão do Parlamento.
Não é novidade que esta é uma situação "sui generis". Afinal, a Inglaterra venera suas tradições, constrói em torno delas toda uma dramatização e ritualiza-a em procedimentos.
Na imensa maioria dos parlamentos, os procedimentos são bem mais simplificados e "normais", assemelhando-se às reuniões que se fazem nos governos. Entretanto, o "mundo do legislativo" é diferente das demais esferas de governo, muito diferente... Quem é legislador já sabe. Quem, nesta eleição, conquistou um mandato legislativo, logo ficará sabendo.
Tudo no Legislativo precisa ser pensado a partir da sua peculiar constituição. Ele é um órgão plural e igualitário.
Tudo que caracteriza a ação do legislativo, decorre desta condição:
- Suas hierarquias formais são funcionais e não políticas. Jamais poderão subordinar ou obliterar os poderes inerentes ao mandato que uma parcela da população outorgou ao representante que elegeu; - Diferenças pessoais entre os legisladores, seja de instrução, recursos, antiguidade, prestígio, votação, não alteram a igualdade absoluta dos mandatos; - O representante, individualmente considerado, é politicamente fraco frente aos membros do executivo. A "Casa", contudo, é tão ou mais poderosa do que o executivo; - O legislador encontra sua força política na sua associação com outros legisladores. Este é um poder que foi concebido como coletivo. Nele a individualidade é livre para se manifestar, mas pouco eficiente como poder;
O legislador encontra sua força política na sua associação com outros legisladores
- Por estas condições o trabalho legislativo é muito mais difícil, complexo e demorado do que a ação do executivo; - Por elas também, o estilo do trabalho parlamentar tem a marca da negociação, dos acordos, dos compromissos, das infindáveis conversas e reuniões, da busca constante da maioria mediante transigências mútuas e concessões; - Destas mesmas condições provém a imagem negativa junto à opinião pública que, desinformada, vê nesta cultura de acordos, negociações e compromissos, sinais de falta de espírito publico, de falta de princípios, quando não de corrupção;
- Delas também provém o maior desafio político do parlamentar: "Como se destacar entre dezenas de colegas, como deixar sua marca; como fazer diferença; como ser percebido como um parlamentar eficiente ao fim de seu mandato?"; - Esta condição é também responsável por outros desafios, não menos importantes para o sucesso de uma carreira política:
Deve especializar-se em alguma área ou deve cultivar uma postura eclética, atuando em todas as áreas?
Deve tornar-se um líder parlamentar, um legislador que sabe fazer a complexa máquina funcionar, que adquire os talentos e a autoridade para levá-la a decisões, e a quem os demais membros recorrem para conselho e orientação, ou deve preocupar-se em ser um líder político junto à opinião pública?
Como manter sua independência e ao mesmo tempo a sua fidelidade ao partido e ao governo?
Como deve votar quando suas convicções apontam numa direção e a opinião dos seus eleitores aponta noutra?
Qual o limite de transigência que pode ter com o bloco do governo, se estiver na oposição?
Deve procurar "pular" para o executivo, assim que a oportunidade se oferecer, ou deve cumprir seu mandato legislativo até o final?
Deve concentrar o melhor de si mesmo no trabalho pouco visível das comissões da Casa, ou nos debates de Plenário e nos discursos?
Estas são algumas das difíceis e complexas decisões que o legislador precisa tomar, no exercício de seu mandato. Nenhuma delas atormenta o funcionário do executivo.
É por todas estas razões, também, que o Mundo do Legislativo é tão diferente, tão incompreendido e muitas vezes tratado com tanta injustiça pela opinião pública e comentaristas.

Nota Fiscal Paulista





Agora em São Paulo é assim: até 30% do ICMS recolhido pelo estabelecimento comercial será devolvido ao consumidor. Isso vai reduzir, de fato, a carga tributária individual dos cidadãos. O Governo do Estado de São Paulo instituiu a lei que cria o Programa de Estímulo à Cidadania Fiscal e vai implantar o projeto da Nota Fiscal Paulista a partir de 1° de outubro 2007. O projeto da Nota Fiscal Paulista vai devolver dinheiro para os consumidores. Ele será um incentivo para que os cidadãos que adquirem mercadorias exijam do estabelecimento comercial o documento fiscal. Os consumidores identificados pelo CPF ou CNPJ no momento da compra, vão receber créditos e ainda vão se habilitar a concorrer a prêmios. O objetivo é incentivar nos cidadãos o hábito de exigir a nota ou o cupom fiscal.

Em cada compra, o consumidor solicita sua Nota Fiscal/Cupom Fiscal ou Nota Fiscal on-line e informa seu CPF/CNPJ.
O vendedor registra o CPF/CNPJ do comprador. Ele emite o Cupom Fiscal, a Nota Fiscal tradicional ou gera, no site, a Nota on-line.
Após o recolhimento do ICMS pelo estabelecimento, a Secretaria da Fazenda creditará ao consumidor a parcela do imposto a que ele tem direito, proporcional ao valor da compra.
O crédito poderá, dentro de cinco anos, ser utilizado para reduzir o valor do débito do IPVA, transferido para a conta corrente, poupança, creditado em cartão de crédito, transferido para outra pessoa ou devolvido em prêmios.

O Programa de Estímulo à Cidadania Fiscal do Estado de São Paulo será implementado, em razão da atividade econômica preponderante, do regime de apuração do imposto ou do porte econômico do fornecedor, conforme cronograma parcial abaixo:
Cronograma de Implementação do Programa de Estímulo à Cidadania Fiscal
Mês/Ano
Código de Nacional de Atividade Econômica - CNAE
Out. 2007
5611_2/01 - Restaurantes e similares
Nov. 2007
4721_1/01 - Padaria e confeitaria com predominância de produção própria
4721_1/02 - Padaria e confeitaria com predominância de revenda
5611_2/02 - Bares e outros estabelecimentos especializados em servir bebidas
5611_2/03 - Lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares
5612_1/00 - Serviços ambulantes de alimentação
5620_1/01 - Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para empresas
5620_1/02 - Serviços de alimentação para eventos e recepções - bufe
5620_1/03 - Cantinas - serviços de alimentação privativos
5620_1/04 - Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar


Maiores informações no site http://www.nfp.fazenda.sp.gov.br/

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

MUDSLINGING

Nos EUA, a expressão usada para descrever uma campanha de ataques pessoais é "mudslinging", isto é, atirar lama no adversário
Em primeiro lugar foi a primeira vez que um candidato gay, no caso uma candidata lésbica, abertamente concorreu para o Congresso, e, em segundo lugar, porque a disputa entre duas mulheres (sua adversária era Jo Musser) constitui-se numa das campanhas mais negativas, o que não é o mais comum, em se tratando de mulheres. Mulheres, ao contrário de homens, tendem a fazer campanhas positivas, e relutam mais que eles, para ingressar em campanhas negativas.
A questão da orientação sexual de Tammy Baldwin foi explorada na fase inicial da campanha
A questão da orientação sexual de Tammy Baldwin foi explorada na fase inicial da campanha, mas não por sua adversária. A mídia referia-se habitualmente a ela como "Tammy Baldwin, a primeira deputada estadual lésbica de Wisconsin", e, um líder negro do partido republicano, que adquiriu uma breve mas expressiva exposição na mídia nacional, e o apoio de setores conservadores da sociedade, atacou-a como uma "lésbica de esquerda". Estes ataques provocaram uma mobilização da comunidade gay de Wisconsin, e o interesse e apoio de organizações gay de todo o país, inclusive com apoio financeiro.
A opositora Jo Musser, que defendia os direitos das minorias gays, recusou-se a tratar do tema em sua campanha. Começada a campanha, Baldwin teve sucesso em "definir sua adversária para os eleitores". O foco da campanha foi a questão dos programas de saúde. Baldwin conseguiu fixar em sua adversária a imagem de defensora dos interesses das empresas de seguro saúde, denunciando que os maiores contribuintes da campanha de Musser eram aquelas empresas.
Jo Musser contra atacou com vários comerciais negativos, sendo um deles o comercial "lama", que explorou um filão que, em várias oportunidades, já havia sido aproveitado por outros candidatos. Nos EUA, a expressão usada para descrever uma campanha de ataques pessoais é "mudslinging", isto é, atirar lama. Os comerciais que exploram este tema reproduzem literalmente o ato de jogar lama seja na foto do candidato, seja em pessoas comuns.
A peça é, obviamente, muito agressiva e chama a atenção pelo inusitado e pela surpresa que causa no espectador. É um comercial "mal educado", grosseiro, mas o fato é que consegue ser retido na memória, e passa com clareza a idéia que pretende comunicar.
O Comercial
Este é um comercial de 30 segundos que foi produzido por David Welch e Associados para a campanha de Jo Musser. Comercial abre com um apresentador que diz: "Voltaremos logo após esta mensagem comercial".
Nos EUA, a expressão usada para descrever uma campanha de ataques pessoais é "mudslinging", isto é, atirar lama
Sobrevém outra voz que substitui a imagem do apresentador: "Ih! É outro comercial de Baldwin. Baldwin acredita que, se jogar bastante lama, nós não seremos capazes de ver o trabalho de Jo Musser, seu verdadeiro desempenho".
Enquanto isso aparece um casal de idade sentado em frente a um aparelho de TV com lama pelo rosto e pelo corpo. "A verdade? Como comissária de seguros, Jo Musser protegeu-nos da perda de nossos planos de saúde. Ela multou companhias de seguro por tirarem vantagens dos mais velhos."
Aparecem na tela pessoas idosas de sexo diferente, com o "lettering" em baixo: "Protegeu os idosos das companhias de seguro".
Volta a cena o casal, agora com mais lama no corpo e o locutor em off: "Jo Musser conseguiu cobrar milhões em ações contra companhias que se recusavam a pagar os benefícios dos idosos. Se Tammy Baldwin tivesse um retrospecto como o de Jô Musser para mostrar, ela não precisaria esconder o seu na lama".
O apresentador retorna e conclui: "E quando voltarmos, Tammy Baldwin vai continuar sua campanha de baixo nível".

O pouso no escuro: ignorar o que o povo pensa

Melhor do que decidir o que dizer é saber o que o eleitor quer ouvir
Em torno de 90% dos casos, as campanhas estão muito mais preocupadas em decidir o que vão dizer aos eleitores (e como vão dizer), do que em saber o que eles estão interessados em ouvir. O mesmo vale para a eleição. Esta, quando despojada de seus elementos acessórios e circunstanciais, se resume a:
O candidato precisa comunicar sua mensagem aos eleitores alvo
Transmitir a mensagem certa aos eleitores potenciais
Não há muito mais que você possa fazer na campanha eleitoral. O que lhe compete fazer é persuadir o eleitor que a sua candidatura, os seus projetos, e a sua liderança, é o que ele está precisando naquela eleição. Você só conseguirá o voto dele convencendo-o, persuadindo-o disso. Não há outra forma.
Logo, transmitir a mensagem certa significa comunicar aquela que vai ao encontro do que o eleitor mais deseja e espera do resultado daquela eleição. Em outras palavras, você, ao assim agir, estará falando aquilo que eles entendem e que estão interessados em ouvir.
Resta dirigir esta mensagem aos eleitores alvo, isto é, aqueles que já decidiram votar em você (os certos), e os que poderão vir a votar em você (os potenciais), e que formam um bloco de eleitores que é quantitativamente suficiente para elegê-lo. Há, contudo, umas regras que precisam ser obedecidas, para que este objetivo se realize.
Na realidade, todas podem ser resumidas numa só: Você precisa saber antes, com o máximo de detalhe e precisão, o que o eleitor espera, deseja, prioriza, para aquela eleição.
Sem essa informação, recolhida com o máximo de precisão, você se encontra naquela situação referida no título desta coluna: tentando aterrissar seu avião à noite, numa pista sem iluminação. Em outras palavras, você não tem como saber se estará aterrissando na pista ou fora dela!
Para que o objetivo de "pousar bem o avião" seja atendido, é necessário atender alguns pré-requisitos:
Adquirir conhecimentos confiáveis sobre o eleitor, como se informa, suas prioridades, circunstâncias de vida e tendências políticas;
Segmentar o eleitorado em blocos homogêneos de eleitores em função de variáveis politicamente relevantes, com suas respectivas e diferenciadas prioridades
Definir as formas de comunicação: de alta e de baixa intensidade, em função do tamanho do eleitorado, do tempo disponível e do perfil dos segmentos
Formatar a mensagem de forma a ser entendida, retida na memória, identificada com a candidatura, e aprovada pelo eleitor, na comparação com as outras;
Ajustar a imagem do candidato à mensagem e à expectativa do eleitor.
O eleitor real e o abstrato: Para quem fazer campanha?
A comunicação política, no período eleitoral, deve levar em conta a especial situação do eleitor real
Estes procedimentos prévios, e outros mais, são necessários porque comunicação política, no período eleitoral, deve levar em conta a especial situação do eleitor real. Este eleitor, ao contrário dos modelos utópicos de cidadania, é um indivíduo com baixo envolvimento político, baixo conhecimento, interesse, e informação.
Resumidamente, trata-se de um cidadão comum, mais interessado e envolvido com as circunstâncias que cercam a sua existência, do que com as grandes questões da política. Ele é:
Eleitor de baixa informação sobre política;
Eleitor com baixa disposição para buscar informação;
Eleitor com tempo reduzido para se informar sobre política;
Eleitor que, em conseqüência, tem pouco interesse nos assuntos políticos;
Eleitor que não costuma integrar associações políticas, como partidos;
Eleitor que, excluída sua participação na eleição, em razão do voto obrigatório, tem muito baixa participação política;
Eleitor que, como decorrência, carece de um quadro conceitual lógico e sistemático, com o qual interpretar os fatos políticos, e organizar as informações a que tem acesso;
Eleitor que, durante as campanhas eleitorais fica sujeito a um "bombardeio" de informações, sobre fatos, números, propostas, declarações, pesquisas, etc;
Eleitor sujeito a "pressões cruzadas" de pessoas que lhe são próximas, que competem pelo seu voto.
Este é o eleitor real, o que vota no dia das eleições. Mas não é para esse eleitor que a imensa maioria dos candidatos dirige a sua mensagem. Não é para eles que a campanha costuma ser concebida e produzida. O ato caracterizado de "pousar no escuro" significa, que o candidato vocacionado para a derrota, ignora este eleitor, o subestima, pressupõe que sabe o que ele quer, o que ele sente, e dispensa esforços metódicos e sistemáticos para conhecê-lo.
Pousar no escuro significa que candidato decide ignorar os desejos do eleitor real
Nestes casos, é para um cidadão abstrato e basicamente indiferenciado, que a sua comunicação será produzida e realizada. O resultado não pode ser outro: o choque de percepções que derrota o candidato que assim procede.
É um diálogo de cegos: o eleitor busca infrutíferamente um candidato que autênticamente se identifique com seus sentimentos e necessidades, enquanto que o candidato dirige-se a um eleitor abstrato, genérico e indiferenciado.
Pousar no escuro é ignorar o eleitor real, aquele cujas características políticas listamos acima. Você não tem o poder de mudar aqueles parâmetros, logo, deve levá-los em conta para conseguir fazer com que sua mensagem chegue a ele e seja por ele compreendida.
Desnecessário dizer que isso torna a campanha muito mais difícil de equacionar politicamente. Demanda pesquisa, análise, debate, testes, muita criatividade, muita sensibilidade e, pré-requisito de tudo isso, muita humildade.
A maioria dos candidatos não se dispõe a esse trabalho. Prefere produzir uma mensagem genérica, para depois ajusta-la às diferentes situações que a campanha apresente.
Saiba, pois que, se você decidir trabalhar mais, e "fazer o pouso por instrumentos" muito provavelmente "aterrissará na pista", porque seus adversários provavelmente estarão praticando "o pouso no escuro".

Entrar na selva da política sem conhecer as feras - final



No artigo anterior, pudemos conhecer algumas das espécies que habitam o "selvagem" ambiente político. Além dos tipos pessimista, arrogante, desconfiado, passional e da perigosíssima serpente ofendida, há outras "feras" escondidas na "floresta". Esteja sempre muito atento e aprenda a aguçar seu instinto, a fim de se proteger dos "ataques" e tirar proveito das habilidades de cada um dos gêneros dessa curiosa "fauna".
Como já se viu, alguns tipos parecem inofensivos, mas podem se tornar extremamente perigosos, como é o caso da serpente ofendida. Suas armas secretas escondem-se por trás da aparência de fraqueza e inferioridade. Há outros - os tipos arrogante e passional, por exemplo - que se apresentam com as garras à mostra, mas nem sempre são tão ameaçadores.
A serpente ofendida é uma das feras mais perigosas da selva política
Tanto aqueles que já foram descritos como os que serão apresentado nesta coluna existem e você terá que trabalhar com eles. É verdade que possuem utilidade e valor, mas também um alto nível de periculosidade.
A sabedoria do político está em:
saber identificá-los o mais cedo possível;
conhecer seus traços psicológicos e comportamentais; suas manias, hábitos, preconceitos, obsessões e limites dentro dos quais operam;
para evitar:
julgá-los pelas aparências;
criar expectativas que não se realizarão;
e ser surpreendido por comportamentos que não esperava.
Os tipos
O formalista leal - Este é um tipo interessante. Trata-se de um "catão", sempre atento aos deslizes dos outros - inclusive os que você comete - rígido no aspecto moral e jurídico, obsessivamente apegado à legislação positiva, com uma verdadeira devoção aos princípios da hierarquia e da ordem. Por este último aspecto, tende a ser uma pessoa extremamente leal a seu chefe, assumindo a condição de seu protetor. Como tal, ele será prestigiado por sua fidelidade e seu zelo protetor. No entanto, para os demais auxiliares, ele é encarado como um "chato", um "empatador", alguém que só vê dificuldades, ilegalidades e riscos nos projetos e planos deles. Você vai precisar de paciência para lidar com o formalista leal, que com seus hábitos protocolares, detalhistas e cautelosos torna-se enfadonho e cansativo. Mas atenção: ele pode ser muito valioso, pelo seu cuidado defensor. É uma pessoa que exige sua atenção, já que muito do que tem a dizer será revelado, sempre reservadamente, somente a você. Será necessário chegar a um acordo operacional sobre o grau de risco tolerável em suas decisões e nas de seus auxiliares. Embora convencional, ele deve possuir alguma maleabilidade capaz de moderar sua postura intransigente, a fim de combinar a necessária proteção com a imprescindível capacidade de correr riscos.
Monte sua equipe de trabalho como fazem os treinadores de futebol: valorizando a habilidade de cada um. Atuando na posição certa, até os jogadores menos preparados podem mostrar bons resultados
O inseguro- Ele vê perigo por todos os lados e hesita em decidir - e agir - para não correr riscos. O inseguro é sempre uma pessoa indecisa. Mantém uma tênue linha divisória com o desconfiado e o pessimista, empregando os argumentos de um e de outro para revestir sua insegurança com uma casca de prudência. É facilmente detectável, uma vez que tal traço de personalidade se aplica a todas as matérias - tanto nas de governo como nas pessoais, nas questões sérias e importantes e, também, nas banais e irrelevantes. Não o designe para funções que exijam agilidade administrativa, capacidade de ação, iniciativa e criatividade. Pode ser um assessor útil, considerando que a insegurança exige que ele seja preciso e minucioso no trabalho que desenvolve. Trata-se não de uma qualidade profissional, mas de um defeito pessoal que pode, numa função de aconselhamento, se tornar uma virtude. O otimista incurável - Bastante similar ao passional, difere dele por não ser monotemático. Enxerga tudo sob uma perspectiva positiva, sempre vê o "lado bom das coisas", acredita que tudo é possível. Cuidado com sua capacidade de envolvimento. Ele administra doses generosas de "veneno doce".
O otimista incurável também é nocivo, ele administra doses generosas de "veneno doce"
Muitos governantes têm "um fraco" por tipos como o dele. Afinal, no governo, são muitas as notícias ruins, incomodações, preocupações e crises. Assim, o otimismo é sempre bem-vindo. O problema é que, nas piores crises e dificuldades, você deve lidar com a realidade - por pior que ela seja - e não se "anestesiar" com sentimentos otimistas irreais. Deixe para aliviar a tensão depois que a dificuldade tenha sido superada.
O otimista incurável é um guia que o conduz para a ilusão, a fantasia, o mundo dos desejos. Haverá ocasiões em que seu comportamento será razoável, mas será por acaso, e não resultado de uma análise objetiva. Por isso, ele é qualificado como incurável. E, também, para diferenciá-lo daqueles que, pela avaliação direta e realista, chegam a uma visão afirmativa do quadro político e a uma projeção otimista para o futuro.
Em síntese, os principais tipos que você vai encontrar na "selva" política, para usar outra analogia, formam uma equipe de futebol que dispõe de atacantes (o arrogante, o otimista incurável, o passional), mas também de muitos zagueiros (o inseguro, o desconfiado, o formalista leal e a serpente ofendida). Você deve estar pensando "quem ocupa, então, o meio de campo?". É você, que é, ainda, o técnico e o capitão do time.
É você quem deve saber como "escalar" a equipe - tirando proveito do melhor de cada um - e providenciar a "cobertura" para as falhas, além de conceber a estratégia e os movimentos táticos para o jogo. É você quem deve ligar a defesa e o ataque, manter o moral do time e conseguir, com o plantel que dispõe, marcar os gols que lhe darão a vitória

11 de setembro - o que tem atras disso

A nação mais poderosa do mundo foi atacada, e teve um dos seus símbolos destruído, não por uma ação militar comandada por um Estado, mas por um ato terrorista

Para efeitos de pesquisa ou de didática, historiadores e cientistas sociais costumam adotar datas de acontecimentos relevantes como referências para as mudanças de época, entendendo-se aqui época como um grande período de tempo no qual vigora um determinado paradigma, que estrutura os sistemas políticos e sociais, bem como as relações internacionais.


No dia 11 de setembro de 2001, a nação mais poderosa do mundo foi atacada, e teve um dos seus símbolos destruído
A título exemplo, podemos nos referir a Revolução Americana de 1776 e a queda da Bastilha de 1789 como o início da Modernidade; e a desagregação da União Soviética, como um processo que determina o fim da Guerra Fria, que se inicia logo após a Segunda Guerra Mundial, e que, durante décadas dividiu a ordem política mundial em dois grandes blocos: o socialista e o capitalista.

Com a queda do Muro de Berlim em 1989, muitos cientista sociais decretaram o triunfo da civilização ocidental, com a preponderância dos ideais de cunho liberal. Segundo essa visão, a democracia liberal haveria de prosperar entre os mais diversos países, o que significaria o “fim da História”, com o “congelamento” da ordem política mundial em um sistema de Estados-Nações, governados por regimes democráticos.

Esse entusiasmo durou até os atentados de 11 de setembro de 2001, quando a nação mais poderosa do mundo, em termos econômicos, militares e culturais, foi atacada, e teve um dos seus símbolos destruído, não por uma ação militar comandada por um Estado, mas por uma facção terrorista, que foi capaz de burlar todo o sistema de segurança norte-americano, e promover um morticínio sem precedentes, ao menos nessa modalidade de ação: o terrorismo.


Os significados do 11 de setembro

Passados seis anos dos atentados de 11 de setembro, a configuração de uma nova ordem política mundial ainda não está completamente desenhada. No entanto, já é possível afirmar que a existência de grupos terroristas, com tal capacidade de destruição e de morticínio, atacando alvos civis em momentos de alta concentração de pessoas, vai exigir dos serviços de inteligência, novas medidas de segurança. Isso significa uma profunda mudança de paradigma, que impõe aos Estados nacionais novas concepções de segurança interna.

A imagem do Estado nacional começa a se configurar no continente europeu com o Tratado Westphália em 1648. Esse tratado demarca a divisão geográfica da Europa e reconhece a soberania do Estado-Nação como referência para as relações internacionais em termos políticos, econômicos e militares.

Em outras palavras, a partir de Westphalia, as negociações políticas e econômicas, bem como os conflitos militares, não seriam mais tratados no âmbito dos pequenos reinados e territórios, mas sim no âmbito de uma instituição política e jurídica denominada Estado.

Com a intensificação da globalização, no início dos anos de 1990, o papel econômico e político do Estado-Nação passou a conviver paralelamente, com instituições supranacionais, ou seja, instituições que não estavam subordinadas a um único Estado, mas que eram resultado de um acordo entre vários Estados. Tais acordos visavam a criação de regras mínimas em termos de comércio entre paises, uma vez que, a globalização possibilitou o crescimento das empresas multinacionais. Essas empresas distribuem seus estabelecimentos industriais e comerciais, em vários pontos do planeta, sempre buscando as condições que são mais favoráveis para seus negócios, o que eleva de modo significativo o grau de interdependência entre as economias nacionais. A criação de instituições como a Organização Mundial do Comércio e o Fundo Monetário Internacional pode ser vista como resultado concreto da internacionalização da economia, cujas tendências já se manifestavam no Pós-Segunda Guerra.


Os atentados de 11 de setembro de 2001, possibilitaram a legitimação do governo Bush, até então uma liderança sem marca própria
No âmbito político a ONU (Organização das Nações Unidas), criada logo após a Segunda Guerra Mundial, visava, sobretudo, estabelecer negociações diplomáticas entre os Estados nacionais, a fim de evitar outro conflito bélico em escala catastrófica.

Todas essas instituições supranacionais não fizeram desaparecer a figura do Estado-Nação, mas reduziu parte de sua soberania uma vez que, seus governos tiveram que condicionar muitas de suas decisões internas aos acordos internacionais.

Contudo, até os atentados de 11 de setembro de 2001, a segurança interna dos Estados nacionais levava em conta, como maior ameaça, o potencial ataque de outro Estado-Nação e não de grupos terroristas.


O Governo Bush e a escalada do terrorismo

Os atentados de 11 de setembro de 2001, possibilitaram a legitimação de um governo até então sem uma marca própria. Basta para tanto, lembrar que a eleição de George W. Bush ocorreu em meio ao questionamento dos resultados do arcaico colégio eleitoral, instituição política que congrega os delegados eleitos pelos cidadãos para elegerem o presidente da República.

A partir dos atos terroristas, o governo Bush passa a implementar uma política externa de caráter estritamente conservador, e marcada, sobretudo, pelo unilateralismo, ou seja, uma política externa que age apenas segundo os interesses estratégicos dos Estados Unidos, sem se submeter à fóruns e acordos internacionais. Mesmo sendo fato consumado a consolidação dos Estados Unidos como a única superpotência existente após a desagregação da União Soviética, governos anteriores buscaram, no mínimo preservar a Organização das Nações Unidas como instituição mediadora dos conflitos políticos internacionais, ainda que, conduzida segundo os interesses dos Estados Unidos por meio da ideologia designada como soft power.

Em resposta aos atentados, Bush dissemina uma verdadeira “ideologia de cruzada”, dando às suas ações militares, uma fundamentação quase religiosa. A tosca política externa do governo Bush dividiu o mundo entre o “eixo do bem” e o “eixo do mal”, enquadrando no primeiro os aliados dos Estados Unidos e, no segundo, os países islâmicos e a Coréia do Norte.

Sob o pretexto de responder aos atentados e às potenciais ameaças, Bush bombardeia o Afeganistão, país acusado de abrigar o grupo terrorista Al- Qaeda, e invade o Iraque em 2003, alegando a existência de possíveis armas de destruição em massa em poder de Sadan Hussein. Tais ações militares trouxeram na verdade poucos resultados concretos.

A invasão do Iraque se revela hoje, uma questão que coloca republicanos e democratas num beco sem saída. O governo norte-americano se vê obrigado a manter tropas militares no território iraquiano na tentativa de evitar que o país mergulhe numa guerra civil aberta.

Perspectivas


A “missão” de democratizar o Iraque dificilmente será concluída com êxito
É pouco provável que a “missão” de democratizar o Iraque seja concluída com êxito, o que nos coloca uma série de interrogações a respeito das perspectivas da ordem política mundial desencadeada pelo 11 de setembro.

Na verdade, o que os atentados terroristas revelam, é que os Estados nacionais necessitam desenvolver sistemas de segurança capazes de lidar com um inimigo que, muitas vezes, não se localiza, geograficamente, no espaço de um Estado-Nação, mas que se dissemina por várias regiões, tornando extremamente complexas as possibilidades de reação dos países vítimas do terrorismo.

Ora, se o inimigo não se localiza em Estado, de nada adianta ocupações militares em larga escala. Assim como as instituições supranacionais foram criadas para conduzir as relações internacionais no campo econômico e político, é necessário que os Estados-Nações desenvolvam mecanismos de cooperação na área de inteligência a fim de estreitar o cerco sobre os grupos terroristas.

Esta é a principal lição deixada pelo 11 de setembro, e que necessita ser assimilada pelos futuros governantes, em especial, os norte-americanos.

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Carapicuíba reivindica Poupatempo e Acessa São Paulo





No dia 24 de agosto, o prefeito Fuad Chucre, o deputado federal Fernando Chucre e o secretário do Trabalho, prof. Luiz Gonzaga estiveram em audiência com o secretário de Gestão Pública do Estado de São Paulo para reivindicar a implantação de unidade fixa do Poupatempo em Carapicuíba, bem como unidades do programa Acessa São Paulo.
Para justificar o pedido, o prefeito Fuad apontou o grande contingente populacional de Carapicuíba, disse que dispõe de área pública na região central e recursos do Fumef (Fundo Metropolitano de Financiamento e Investimento) para executar as obras.
O deputado federal Fernando Chucre disse ao secretário Beraldo que já havia conversado com o governador José Serra sobre a destinação desses programas para Carapicuíba e que o governador deu sinal verde, tanto para o Poupatempo quanto para os postos do Acessa São Paulo.
O secretário do Trabalho, prof. Luiz Gonzaga apresentou, ao secretário Sidney Beraldo, dados estatísticos revelando que, em Carapicuíba, a demanda por serviços oferecidos pelo Poupatempo está acima da média da Região Metropolitana de São Paulo.
O Acessa São Paulo é um programa que visa levar à população as novas tecnologias da informação e comunicação, em especial acesso à internet, visando promover o desenvolvimento social, cultural, intelectual e econômico dos cidadãos.
Ao final da audiência ficou definido que a Secretaria de Gestão Pública enviará à Carapicuíba uma equipe técnica para verificar locais e espaços públicos que poderão abrigar o Poupatempo e o Acessa São Paulo.

Prefeitura de Carapicuíba, Sebrae e Fecomercio promovem oficina



O Sebrae e a Federação do Comércio, com o apoio da Prefeitura de Carapicuíba, por intermédio da Secretária do Trabalho, estão promovendo oficinas sobre Técnica de Exposição de Produtos, dia 31/07/2007 e Atendimento para Conquistar Clientes, dia 01/08/2007, ambas no horário das 10:00 horas às 12:00 horas.
Para o secretario do Trabalho, prof. Luiz Gonzaga, as oficinas têm a finalidade de preparar os lojistas para melhorar as vendas, sobretudo neste período que antecede o dia dos pais.
Para o prefeito Fuad Chucre as oficinas promovidas pelo Sebrae e a Fecomercio vem de encontro com as perspectivas da prefeitura de estimular a estrutura dos lojistas de Carapicuíba para enfrentar a concorrência da região.
As oficinas são gratuitas e serão desenvolvidas no Centro de Formação da Prefeitura, à av. Miriam, 153 Centro. As inscrições podem ser feitas ligando para o número 0800 728 0202.