quarta-feira, 12 de setembro de 2007

MUDSLINGING

Nos EUA, a expressão usada para descrever uma campanha de ataques pessoais é "mudslinging", isto é, atirar lama no adversário
Em primeiro lugar foi a primeira vez que um candidato gay, no caso uma candidata lésbica, abertamente concorreu para o Congresso, e, em segundo lugar, porque a disputa entre duas mulheres (sua adversária era Jo Musser) constitui-se numa das campanhas mais negativas, o que não é o mais comum, em se tratando de mulheres. Mulheres, ao contrário de homens, tendem a fazer campanhas positivas, e relutam mais que eles, para ingressar em campanhas negativas.
A questão da orientação sexual de Tammy Baldwin foi explorada na fase inicial da campanha
A questão da orientação sexual de Tammy Baldwin foi explorada na fase inicial da campanha, mas não por sua adversária. A mídia referia-se habitualmente a ela como "Tammy Baldwin, a primeira deputada estadual lésbica de Wisconsin", e, um líder negro do partido republicano, que adquiriu uma breve mas expressiva exposição na mídia nacional, e o apoio de setores conservadores da sociedade, atacou-a como uma "lésbica de esquerda". Estes ataques provocaram uma mobilização da comunidade gay de Wisconsin, e o interesse e apoio de organizações gay de todo o país, inclusive com apoio financeiro.
A opositora Jo Musser, que defendia os direitos das minorias gays, recusou-se a tratar do tema em sua campanha. Começada a campanha, Baldwin teve sucesso em "definir sua adversária para os eleitores". O foco da campanha foi a questão dos programas de saúde. Baldwin conseguiu fixar em sua adversária a imagem de defensora dos interesses das empresas de seguro saúde, denunciando que os maiores contribuintes da campanha de Musser eram aquelas empresas.
Jo Musser contra atacou com vários comerciais negativos, sendo um deles o comercial "lama", que explorou um filão que, em várias oportunidades, já havia sido aproveitado por outros candidatos. Nos EUA, a expressão usada para descrever uma campanha de ataques pessoais é "mudslinging", isto é, atirar lama. Os comerciais que exploram este tema reproduzem literalmente o ato de jogar lama seja na foto do candidato, seja em pessoas comuns.
A peça é, obviamente, muito agressiva e chama a atenção pelo inusitado e pela surpresa que causa no espectador. É um comercial "mal educado", grosseiro, mas o fato é que consegue ser retido na memória, e passa com clareza a idéia que pretende comunicar.
O Comercial
Este é um comercial de 30 segundos que foi produzido por David Welch e Associados para a campanha de Jo Musser. Comercial abre com um apresentador que diz: "Voltaremos logo após esta mensagem comercial".
Nos EUA, a expressão usada para descrever uma campanha de ataques pessoais é "mudslinging", isto é, atirar lama
Sobrevém outra voz que substitui a imagem do apresentador: "Ih! É outro comercial de Baldwin. Baldwin acredita que, se jogar bastante lama, nós não seremos capazes de ver o trabalho de Jo Musser, seu verdadeiro desempenho".
Enquanto isso aparece um casal de idade sentado em frente a um aparelho de TV com lama pelo rosto e pelo corpo. "A verdade? Como comissária de seguros, Jo Musser protegeu-nos da perda de nossos planos de saúde. Ela multou companhias de seguro por tirarem vantagens dos mais velhos."
Aparecem na tela pessoas idosas de sexo diferente, com o "lettering" em baixo: "Protegeu os idosos das companhias de seguro".
Volta a cena o casal, agora com mais lama no corpo e o locutor em off: "Jo Musser conseguiu cobrar milhões em ações contra companhias que se recusavam a pagar os benefícios dos idosos. Se Tammy Baldwin tivesse um retrospecto como o de Jô Musser para mostrar, ela não precisaria esconder o seu na lama".
O apresentador retorna e conclui: "E quando voltarmos, Tammy Baldwin vai continuar sua campanha de baixo nível".

Um comentário:

  1. ja ta lincado tulhão!!!
    depois da uma conferida... abraço,
    Daniel Scardua

    ResponderExcluir