Nesta quinta-feira (24), de volta de uma viagem de dois dias a Curitiba (PR), Alckmin deve reunir-se com a bancada de vereadores do PSDB paulistano. São 12 os tucanos com assento na Câmara Municipal de São Paulo. Só um, Tião Faria, está do lado de Alckmin. Todos os demais defendem a manutenção da aliança tucano-democrata em torno de Kassab. A começar de Natalini, líder da bancada tucana.
A reunião com os vereadores foi marcada, desmarcada e remarcada. Partidários de Alckmin avaliam que ele não deveria receber os tucanos da Câmara Municipal, aliados de Kassab, no mesmo dia em que o prefeito deve posar para fotos ao lado de Quércia. Até as 21 h de ontem, porém, a reunião estava de pé.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também deseja reunir-se com Alckmin. Quer estimulá-lo a refletir mais sobre a nova conjuntura. Privadamente, diz que o melhor para Alckmin seria guardar-se para a disputa ao governo de São Paulo, em 2010.
Alckmin se finge de morto. Não emitiu, por ora, sinal de que pretenda desistir. Ao contrário. Deseja encerrar o lero-lero em torno de sua candidatura até a próxima semana. Antes, deve reunir-se com Kassab.
Em duas reuniões anteriores, Alckmin e Kassab combinaram que voltariam a conversar no final de abril. Consolidado o cenário de candidaturas apartadas, cada um cuidaria da própria vida, reencontrando-se apenas num eventual segundo turno.
Aferrada a esse calendário, a direção municipal do PSDB estima que o derradeiro encontro entre os dois candidatos vai ocorrer até quarta-feira (30) da semana que vem. Programa-se para os primeiros dias de maio a realização de uma reunião do diretório paulistano do partido, para referendar as pretensões de Alckmin.
Onze dos 12 vereadores tucanos acham, porém, que há uma decisão que precede o lançamento de candidaturas. “Nós pedimos, desde janeiro de 2008, que o partido decida, antes, se a aliança com o DEM será ou não mantida”, disse um dos vereadores ao blog, sob o compromisso do anonimato.
Ele comparou: “Funciona como um casamento. Quando alguém contrai núpcias, assume compromissos, põe uma aliança no dedo. Não pode simplesmente casar com outros ou decidir que vai viver sozinho sem antes descasar formalmente. O partido precisa definir, em alguma de suas instâncias, se a aliança será ou não rompida.”
Como se vê, agora mais do que nunca, o PSDB consolida-se como um agrupamento de amigos integralmente composto de inimigos.
por Lula Marques/Folha Blog do Josias
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