A história da humanidade é dividida pelos historiadores em eras. As eras são longos períodos nos quais vigora uma característica predominante do modo de produção . Assim, por exemplo, na era medieval a produção era essencialmente agrícola. Em meados de 1800 novas técnicas de produção foram surgindo com a utilização de máquinas que passaram a substituir o trabalho humano e, desse modo, começava a era industrial.
De 1980 a 1990, houve um grande avanço na tecnologia de comunicação e o político tem de estar preparado para os desafios desta nova era
Nas últimas décadas do século passado, 1980 e 1990, houve um grande avanço na tecnologia de comunicação com o aumento das transmissões via satélite e surgimento da Internet. De lá para cá passamos a viver na era da informação. Por que era da informação? Porque existe uma super oferta de informações.
Mecanismos de difusão da informação
Sem dúvida a televisão e a Internet são os principais veículos de transmissão de informação. A Internet é um fenômeno recente mas a televisão nem tanto. O que mudou na televisão foi o surgimento dos canais a cabo.
Há 10 ou 15 anos os aparelhos de televisão eram fabricados com um seletor de canais redondos e com opção de 6 ou 7 canais. Naquele tempo era possível saber em instantes a programação que passava em todos os canais.
Com o advento da TV a cabo há uma oferta de 50, 60 ou mais canais. Ficamos sempre com a impressão de, ao optar por um canal, perder alguma programação interessante que esteja passando nos demais.
Já a Internet possibilita a comunicação com qualquer parte do mundo em tempo real dispensando muitas vezes a leitura da imprensa escrita (jornais e revistas). Quase sempre os mesmos conteúdos são encontrados nela a qualquer momento e em muitos casos, de modo mais econômico.
Nesse cenário o político muitas vezes é cobrado a responder assuntos sobre os quais não tem informação porque não leu determinado jornal, não entrou em algum site, não assistiu ao documentário que passou no canal x ou y. O fato é que, de modo geral, o eleitor não perdoa a desinformação, o que torna cada vez mais necessária a utilização de critérios na escolha da informação.
Selecionando informações
Informações sobre cidades podem tanto ser obtidas de recortes de jornais ou via Internet
Embora possamos afirmar que o grau de exigências de informações esteja relacionado ao âmbito de atuação do político, muitas vezes os fatos extrapolam fronteiras tornando acontecimentos locais, regionais ou nacionais em questões globais.
Para o político que atua no âmbito municipal certamente o que os eleitores mais podem cobrar é que, o vereador, prefeito ou secretario municipal esteja por dentro dos assuntos do seu município, seja o acidente que ocorreu na rua tal por causa de um buraco no asfalto, seja o casamento da filha dessa ou daquela família, enfim assuntos locais. Neste caso os principais veículos de informação são jornais de circulação e as estações de rádio comunitárias, o que se encontra tanto em grandes centros urbanos como em pequenas cidades do interior.
Os deputados estaduais, governadores e secretários de estado são cobrados pelos eleitores, tanto a respeito de informações de âmbito estadual, como questões relacionadas aos municípios ou regiões. Para deputados estaduais e secretários de estado as cobranças eleitores muitas vezes estão relacionadas a um aspecto específico.
Por exemplo, a ocorrência de geada ou seca que prejudicou esta ou aquela cultura no município ou a falta de merenda escolar, o crime violento na pacata cidade "y", etc. Neste caso, o político deve concentrar ou exigir de seus assessores o armazenamento de informações relacionadas a sua área de atuação ou região específica. Essas informações tanto podem ser recolhidas de recortes de jornais ou via Internet.
Para o governador de estado a necessidade de informação é maior porque há mais cobrança dos eleitores. Obviamente o governador não tem condições de saber tudo o que ocorre no seu estado e na sua administração. Neste caso a recomendação e que o político encarregue sua assessoria de selecionar e armazenar informações relevantes em arquivos organizados por assuntos. Quando for possível, o governador pode cobrar de seus assessores a elaboração de um boletim diário resumindo as notícias de seu estado.
Para os políticos que atuam no âmbito nacional, deputados federais e senadores, as exigências de informação dizem respeito ao país, ao estado e ao município ou municípios que formam sua base eleitoral. Neste caso, o político deve procurar ler pelo menos um dos grandes jornais nacionais, acompanhar o Diário da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal e encarregar sua assessoria de selecionar e armazenar informações de seu estado e região. Para aqueles deputados ou senadores que tiverem escritórios políticos no estado e num ou outro município, uma boa dica é incumbir sua assessoria local de organizar recortes de jornais em pastas e por assunto, para que o político possa ler quando estiver em visita às bases.
O local e o global
O candidato precisa ser criterioso e sistemático, selecionando sempre informações relevantes, para estar preparado para a era da informação
As sugestões aqui apresentadas são formas de selecionar e organizar métodos de informações essenciais uma vez que, não há possibilidade de acompanhar e digerir todas as informações que diariamente são oferecidas pelos mais diversos veículos.
Entretanto o político, em qualquer que seja o âmbito de sua atuação, deve estar sempre atento a acontecimentos que, embora ocorrido em lugar específico, rapidamente adquire dimensões globais e exige que o político esteja apto a esboçar sua posição para os eleitores.
Esses acontecimentos tanto podem envolver questões ambientais como a morte de uma baleia, o vazamento de algum navio petroleiro, a emissão de gases tóxicos por uma fábrica, como questões morais como a prática de eutanásia em algum paciente em estado terminal num hospital americano ou europeu, etc.
Em fim, não há mais fronteiras para fatos e informações. É preciso ser criterioso e sistemático, selecionando informações relevantes para sua área de atuação mas estar atento para assuntos que possam exigir seu posicionamento.
segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
Estudar o comportamento político significa entender as razões que levam os indivíduos a participarem de uma eleição
Para a ciência política, estudar o comportamento político significa construir instrumentos que permitam compreender as razões que levam os indivíduos a participarem de uma eleição (irem às urnas), bem como os motivos pelos quais escolhem este ou aquele partido ou candidato.
A ciência política tenta descobrir quais são os motivos que levam os indivíduos a participarem de uma eleição/Foto: Elza Fiúza/ABr
No entanto, a construção de tais instrumentos analíticos é um processo de contínua transformação. Essa transformação ocorre por meio da soma de conhecimentos acumulados sobre determinados assuntos. Em outras palavras, ao se produzir novas explicações sobre o mesmo fenômeno, utiliza-se parte do conhecimento já produzido.
Nesse sentido, o chamado “Modelo de Michigan”, oriundo da Universidade de Michigan, foi o pontapé inicial de uma série de teorias que procuravam, e procuram interpretar o comportamento político dos eleitores.
O Modelo de Michigan
O modelo de Michigan foi elaborado por pesquisadores da Universidade de Michigan nos anos 1950, sob a liderança de Angus Campbell, tendo como obra mais expressiva, o livro The American Voter. A principal metodologia desta corrente era a utilização de surveys (pesquisas que utilizam questionários). A partir dos dados coletados por amostragens, os pesquisadores de Michigan procuraram extrair inferências capazes de predizer o comportamento geral dos eleitores, ou seja, construir instrumentos teóricos capazes de “antecipar” o voto do eleitor.
Grande parte das teorias produzidas por esses pesquisadores teve a influência da psicologia social. Segundo a metodologia do Modelo de Michigan, a orientação das escolhas políticas, assumidas pelos indivíduos, começa a se delinear a partir do ambiente social. Nesse sentido, a conclusão principal desta teoria é a de que, indivíduos em contextos sócio-culturais semelhantes tendem a fazer a mesma opção eleitoral, ou seja, votar de maneira igual.
Não obstante, antes de compreender as razões das escolhas eleitorais, o grande desafio explicativo para as escolas que interpretam o comportamento político, é saber o que leva um individuo a participar do processo eleitoral. Obviamente, em contextos institucionais nos quais o voto é obrigatório, como no Brasil, a participação eleitoral se justifica em função das sanções legais. O mesmo não ocorre nos Estados Unidos, onde o voto é facultativo.
As razões para participação eleitoral
Se o voto não é obrigatório, o que levaria um indivíduo a participar de uma eleição? Os pesquisadores de Michigan explicam a participação eleitoral a partir da crença individual no voto. Se um indivíduo acreditar que, com o seu voto, é capaz de influenciar o resultado da eleição, ele tenderá a comparecer às urnas.
Numa situação inversa, caso o indivíduo pense que seu voto é irrelevante, sua tendência é abster-se do ato de votar. A raiz do problema está exatamente no número de indivíduos que compartilham de uma ou de outra posição. Quanto maior for o número de indivíduos que acreditam ser dispensável sua participação no processo eleitoral, maior será o índice de abstenção, gerando, no limite, uma crise de legitimidade dos novos governantes, uma vez que, apesar do fato de o eleito ter obtido a maioria dos votos, grandes parcelas do eleitorado decidiram não comparecer as urnas. Dessa forma, a representatividade dos eleitos torna-se frágil.
Já quando a crença na eficácia do voto é mais enraizada na cultura política de determinado país, a participação eleitoral tende a ser elevada, e o número de abstenção torna-se um fenômeno apenas residual, com uma parcela muito pequena de eleitores que abrem mão do direito ao voto.
O problema das escolhas
Com relação ao tema das escolhas eleitorais, o comportamento político é analisado pelos teóricos de Michigan a partir da seguinte equação: C1=f(Ai, Aj), onde C1 significa um determinado comportamento político influenciado pela multiplicação dos fatores (f), Ai e Aj, ou seja, as escolhas dos indivíduos estão relacionadas à probabilidade da repetição de fatores sócio-ambientais. Isso significa que as opções eleitorais, segundo o Modelo de Michigan, estão relacionadas ao tipo de sociabilização dos indivíduos.
Para a escola de Michigan, as escolhas dos indivíduos estão relacionadas à probabilidade da repetição de fatores sócio-ambientais/Foto: Elza Fiúza/ABr
A construção de um sistema individual de opções políticas inicia na fase da adolescência. Nesse período, segundo o Modelo de Michigan, a convivência familiar, escolar, religiosa, etc., forma a personalidade do indivíduo, e determina suas escolhas como eleitor. Assim sendo, as escolhas dos eleitores poderiam ser previstas a partir do conhecimento de sua inserção social.
O resultado prático desta teoria, baseada no Modelo de Michigan, mostrou que a hipótese de que o tipo de sociabilização determina o comportamento político dos indivíduos era válida apenas para 15% do eleitorado norte-americano, ou seja, a maioria dos eleitores apresenta um comportamento errático. Esta constatação ataca o coração da teoria: se o comportamento futuro dos indivíduos é fruto do seu sistema de atitudes perante o mundo e, se essas atitudes não são coerentemente estruturadas, então não é possível prever nada.
Para resolver este dilema os teóricos de Michigan propõem dois caminhos: o estudo do grau de centralidade e do grau de motivação para a política. O primeiro aspecto diz respeito à centralidade da política na vida dos indivíduos, ou seja, a diferença entre o padrão de indivíduos com maior ou menor interesse pela política. O segundo aspecto diz respeito a fatores conjunturais que podem incidir sobre a motivação individual para o voto.
Indivíduos com maior interesse pela vida política nacional ou local tendem a ter um padrão de escolha política mais permanente (estruturado). Já indivíduos com menos interesse por questões políticas, seriam, segundo o Modelo Michigan, mais suscetíveis a impulsos momentâneos. Suas escolhas políticas dependeriam mais de fatores conjunturais do que fatores estruturais.
A partir desse aporte teórico produzido pelo Modelo Michigan, a interpelação do comportamento político foi ganhando novos componentes. Todavia, de uma forma ou de outra, as pesquisas produzidas pelos teóricos de Michigan estão na base desse tipo de estudo.
A ciência política tenta descobrir quais são os motivos que levam os indivíduos a participarem de uma eleição/Foto: Elza Fiúza/ABr
No entanto, a construção de tais instrumentos analíticos é um processo de contínua transformação. Essa transformação ocorre por meio da soma de conhecimentos acumulados sobre determinados assuntos. Em outras palavras, ao se produzir novas explicações sobre o mesmo fenômeno, utiliza-se parte do conhecimento já produzido.
Nesse sentido, o chamado “Modelo de Michigan”, oriundo da Universidade de Michigan, foi o pontapé inicial de uma série de teorias que procuravam, e procuram interpretar o comportamento político dos eleitores.
O Modelo de Michigan
O modelo de Michigan foi elaborado por pesquisadores da Universidade de Michigan nos anos 1950, sob a liderança de Angus Campbell, tendo como obra mais expressiva, o livro The American Voter. A principal metodologia desta corrente era a utilização de surveys (pesquisas que utilizam questionários). A partir dos dados coletados por amostragens, os pesquisadores de Michigan procuraram extrair inferências capazes de predizer o comportamento geral dos eleitores, ou seja, construir instrumentos teóricos capazes de “antecipar” o voto do eleitor.
Grande parte das teorias produzidas por esses pesquisadores teve a influência da psicologia social. Segundo a metodologia do Modelo de Michigan, a orientação das escolhas políticas, assumidas pelos indivíduos, começa a se delinear a partir do ambiente social. Nesse sentido, a conclusão principal desta teoria é a de que, indivíduos em contextos sócio-culturais semelhantes tendem a fazer a mesma opção eleitoral, ou seja, votar de maneira igual.
Não obstante, antes de compreender as razões das escolhas eleitorais, o grande desafio explicativo para as escolas que interpretam o comportamento político, é saber o que leva um individuo a participar do processo eleitoral. Obviamente, em contextos institucionais nos quais o voto é obrigatório, como no Brasil, a participação eleitoral se justifica em função das sanções legais. O mesmo não ocorre nos Estados Unidos, onde o voto é facultativo.
As razões para participação eleitoral
Se o voto não é obrigatório, o que levaria um indivíduo a participar de uma eleição? Os pesquisadores de Michigan explicam a participação eleitoral a partir da crença individual no voto. Se um indivíduo acreditar que, com o seu voto, é capaz de influenciar o resultado da eleição, ele tenderá a comparecer às urnas.
Numa situação inversa, caso o indivíduo pense que seu voto é irrelevante, sua tendência é abster-se do ato de votar. A raiz do problema está exatamente no número de indivíduos que compartilham de uma ou de outra posição. Quanto maior for o número de indivíduos que acreditam ser dispensável sua participação no processo eleitoral, maior será o índice de abstenção, gerando, no limite, uma crise de legitimidade dos novos governantes, uma vez que, apesar do fato de o eleito ter obtido a maioria dos votos, grandes parcelas do eleitorado decidiram não comparecer as urnas. Dessa forma, a representatividade dos eleitos torna-se frágil.
Já quando a crença na eficácia do voto é mais enraizada na cultura política de determinado país, a participação eleitoral tende a ser elevada, e o número de abstenção torna-se um fenômeno apenas residual, com uma parcela muito pequena de eleitores que abrem mão do direito ao voto.
O problema das escolhas
Com relação ao tema das escolhas eleitorais, o comportamento político é analisado pelos teóricos de Michigan a partir da seguinte equação: C1=f(Ai, Aj), onde C1 significa um determinado comportamento político influenciado pela multiplicação dos fatores (f), Ai e Aj, ou seja, as escolhas dos indivíduos estão relacionadas à probabilidade da repetição de fatores sócio-ambientais. Isso significa que as opções eleitorais, segundo o Modelo de Michigan, estão relacionadas ao tipo de sociabilização dos indivíduos.
Para a escola de Michigan, as escolhas dos indivíduos estão relacionadas à probabilidade da repetição de fatores sócio-ambientais/Foto: Elza Fiúza/ABr
A construção de um sistema individual de opções políticas inicia na fase da adolescência. Nesse período, segundo o Modelo de Michigan, a convivência familiar, escolar, religiosa, etc., forma a personalidade do indivíduo, e determina suas escolhas como eleitor. Assim sendo, as escolhas dos eleitores poderiam ser previstas a partir do conhecimento de sua inserção social.
O resultado prático desta teoria, baseada no Modelo de Michigan, mostrou que a hipótese de que o tipo de sociabilização determina o comportamento político dos indivíduos era válida apenas para 15% do eleitorado norte-americano, ou seja, a maioria dos eleitores apresenta um comportamento errático. Esta constatação ataca o coração da teoria: se o comportamento futuro dos indivíduos é fruto do seu sistema de atitudes perante o mundo e, se essas atitudes não são coerentemente estruturadas, então não é possível prever nada.
Para resolver este dilema os teóricos de Michigan propõem dois caminhos: o estudo do grau de centralidade e do grau de motivação para a política. O primeiro aspecto diz respeito à centralidade da política na vida dos indivíduos, ou seja, a diferença entre o padrão de indivíduos com maior ou menor interesse pela política. O segundo aspecto diz respeito a fatores conjunturais que podem incidir sobre a motivação individual para o voto.
Indivíduos com maior interesse pela vida política nacional ou local tendem a ter um padrão de escolha política mais permanente (estruturado). Já indivíduos com menos interesse por questões políticas, seriam, segundo o Modelo Michigan, mais suscetíveis a impulsos momentâneos. Suas escolhas políticas dependeriam mais de fatores conjunturais do que fatores estruturais.
A partir desse aporte teórico produzido pelo Modelo Michigan, a interpelação do comportamento político foi ganhando novos componentes. Todavia, de uma forma ou de outra, as pesquisas produzidas pelos teóricos de Michigan estão na base desse tipo de estudo.
Feliz ano novo
Amigos
Gostaria de desejar a todos os meus sinceros agradecimentos por esse ano de 2007, e desejar um feliz 2008, eu quero que esse blog seja um espaço de amigos...
Obrigado por tudo
blog do Tulhão
Gostaria de desejar a todos os meus sinceros agradecimentos por esse ano de 2007, e desejar um feliz 2008, eu quero que esse blog seja um espaço de amigos...
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blog do Tulhão
Meu amigo Daniel
Daniel Scardua disse...
fala meu bom amigo!!!!como vai vc seu cachorro?????Sei que ando sumido da net, mas não morri ainda naum, viu????querido, espero q tenha tido um natal tão bom feliz quanto o meu!!!e passo hoje p desejar um ano novo releto de vitorias!!!fica bem meu irmão!!!bj p vc, p li e p o bb!!!!obrigado pelo link do meu blog aqui!!!!fica bem,Daniel Scardua...
Eu adoro esse cara veja o blog dele, ta nos melhores blogs no "blog do meu amigo Daniel Scardua"
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Covas um mito....
Covas, um dos criadores do PSDB, evitou que o Partido entrasse no governo Collor na sua fase aguda
Fernando Henrique e Tasso Jereissati chegaram a ser convidados para o ministério
A história política de Mário Covas é muito rica e coerente, antes e depois de um episódio que poderia ter comprometido o futuro político do PSDB, Partido criado como dissidência do PMDB na Constituinte. Em março de 1992, numa reunião extraordinária da Executiva Nacional, Mário Covas liderou uma posição contrária ao ingresso no governo Fernando Collor. Na fase aguda de "salvação" de seu governo, Collor reformulara seu ministério com algumas figuras de destaque.
Mário Covas liderou uma posição contrária ao ingresso do partido no governo Fernando Collor
Era o que se chamava de ministério da governabilidade. E para ele estavam convidados pelo novo secretário do governo, Jorge Bornhausen, duas lideranças tucanas, Fernando Henrique Cardoso e Tasso Jereisssatti. Eles teriam admitido aceitar, mas condicionaram a uma confirmação à uma decisão partidária. Covas comandou a oposição aos convites e levou a melhor na votação. Naquele ato, o presidente Collor perdia o apoio da bancada do PSDB, decisiva para a situação em que se encontrava, mas em compensação, Fernando Henrique e Jereissati acabaram sendo poupados politicamente para seu futuros projetos. E o PSDB se preservava para o que viria logo a seguir, as eleições de 1994.
Este fato, mostra a sensibilidade política, coerência e retidão de Mário Covas, um dos responsáveis não só pela criação do PSDB, mas pelo zelo e obediência aos princípios que nortearam a fundação do partido que idealizara, ao lado de um grupo de companheiros. Ele foi um dos mais respeitados políticos da história brasileira, cuja dignidade na vida pública e pessoal tornou-se verdadeira referência. O episódio envolvendo Collor é apenas um de muitos em que Covas se envolveu mostrando sempre muita fidelidade ao programa partidário e objetivos perseguidos.
Sua morte, em 2001, depois de um longo período de sofrimento, com melhoras e recaídas, emocionou todo o país, que nele identificou sempre uma das grandes figuras da política brasileira e com contribuições a oferecer. Solidário e firme, convicto de suas idéias, combativo e humanista, a morte de Mário Covas, em 6 de março de 2001, privou o cenário nacional de uma de suas mais importantes figuras nas três últimas décadas.
De Santos para cenário nacional
Covas com Jânio Quadros no início de sua trajetória política
Mário Covas nasceu em Santos, São Paulo, em 21 de abril de 1930. Passou a infância em Santos, onde cursou o primeiro grau no Colégio Santista, e o segundo no Colégio Bandeirantes, em São Paulo, tendo se graduado em química industrial e logo depois tornando-se professor. Formou-se engenheiro civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, turma de 1955. Teve intensa militância na política estudantil dos anos 50 e foi vice-presidente da UNE, União Brasileira dos Estudantes, em São Paulo. Formado, prestou concurso público na Prefeitura de Santos, onde trabalhou como engenheiro.
Candidatou-se a prefeito de Santos em 1961, pelo PST, obtendo o segundo lugar na votação. No ano seguinte, e pelo mesmo partido, elegeu-se deputado federal.
Com a extinção dos partidos políticos, em 1966, foi um dos fundadores do MDB, pelo qual nesse mesmo ano se reelegeu deputado. Foi então escolhido líder da bancada oposicionista na Câmara dos Deputados. Aos 37 anos de idade, o jovem parlamentar já liderava uma bancada composta por figuras expressivas da vida política brasileira, como Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, Franco Montoro, Ivete Vargas, entre outros.
Como líder percorreu vários estados procurando estimular seus correligionários, inclusive nos momentos agudos por que passou o MDB do Rio Grande do Sul, onde as teses da autodissolução e renúncia coletiva estavam em debate. Covas propunha o combate político dentro das poucas possibilidades que a oposição desfrutava na época. Desde o primeiro mandato, iniciado em 1963, até o final do segundo, em 1968, Mário Covas foi todos os anos incluído na lista dos mais destacados parlamentares, organizada anualmente pelos jornalistas que cobrem o Congresso Nacional.
Reação contra os militares
Covas ao lado de FHC e Serra, seus companheiros de PSDB
O caso Márcio Moreira Alves, em 1968, gerou de sua parte uma forte reação. Não aceitava que um discurso pronunciado num pinga-fogo da Câmara, mesmo crítico, ganhasse a dimensão que assumiu e se transformasse em caso de "dignidade das Forças Armadas", que representaram contra o deputado. Não ficou só. A maioria rejeitou o pedido arquitetado pelo ministro da Justiça, Gama e Silva, mas a reação custaria o fechamento do Congresso, a edição de um novo e mais duro Ato Institucional e a sua própria cassação.
Em 16 de janeiro de 1969 teve seu mandato atingido pela ditadura militar e os direitos políticos suspensos por dez anos. Um dia antes da edição do AI-5, prevendo as reações que viriam contra o discurso feito pelo deputado Márcio Moreira Alves, Covas fez um veemente discurso na Câmara: "Creio no povo, anônimo e coletivo, com todos seus contrastes, desde a febre criadora à mansidão paciente. Creio ser desse amalgama, dessa fusão de almas e emoção, que emana não apenas o poder, mas a própria sabedoria. Creio na palavra ainda quando viril ou injusta, porque acredito na força das idéias e no diálogo, que é o seu livre embate."
Alijado da vida política do país, Covas dedicou-se à atividade privada. Embora proscrito, nunca perdeu contato com seus companheiros e com a política.
A recuperação do prestígio
Ao recuperar a plenitude de seus direitos políticos, em 1979, com a decretação da anistia, foi eleito presidente do MDB de São Paulo, mas o pluripartidarismo o levaria a articular o PMDB, ocupando sua presidência regional. Eleito deputado federal com 300 mil votos em 1982, foi nomeado em março de 1983 secretário dos Transportes do governo Franco Montoro. Indicado pelo governador de São Paulo e aprovado pela Assembléia Legislativa, tornou-se prefeito da capital em 10 de maio, cargo que ocupou até 31 de dezembro de 1985.
Nos 33 meses de gestão na Prefeitura, Covas costumava dizer que sua missão seria "encurtar as distâncias sociais" da cidade e dar prioridade a obras e serviços na periferia. Desse período ficaram algumas fortes lembranças, como os mutirões para construção de guias e posterior pavimentação de ruas e a intervenção nas empresas privadas de ônibus. A campanha para escolher seu substituto centralizou as atenções políticas do país reunindo Fernando Henrique Cardoso e Jânio Quadros. Fernando Henrique ainda no PMDB, como Covas, era o favorito, mercê da boa administração de seu correligionário e do governador estadual, Franco Montoro, mas cometeu alguns erros políticos que foram bem aproveitados pelo ex-presidente. Um deles foi se deixar fotografar dias antes da eleição sentado na cadeira do prefeito...
Constituinte e PSDB
Mário Covas foi eleito senador, em 1986, com 7,7 milhões de votos
Após deixar a Prefeitura, Mário Covas foi eleito senador, em 1986, com uma das maiores votações: 7,7 milhões de votos. Líder do seu partido na Assembléia Nacional Constituinte, foi um dos articuladores das comissões temáticas que garantiram a participação de vários segmentos organizados da sociedade na elaboração da nova Carta. Já tinha, no entanto, projetos políticos bem delineados: criar um partido da social-democracia e candidatar-se ao Palácio do Planalto. Seria tudo uma questão de tempo.
Um tempo de confronto
Guerreiro por natureza, Mário Covas não entregava os pontos antes de uma boa briga verbal. "Não agüento ficar quieto. Tem horas em que meu sangue de espanhol parece ferver", dizia ele. Exibia sua habilidade em discursos na tribuna e em conversas ao pé do ouvido. Turrão, assustava os adversários ao começar os discursos com fala mansa e entremeá-los com saraivada de argumentos. Passional, emocionava platéias e conseguia virar votações. Foi o que aconteceu em momentos cruciais da política nacional.
Em 1968, com a sombra da ditadura militar, Covas obteve a última vitória da palavra contra a força. Armado com sua oratória, o deputado de 38 anos, que liderava a bancada do MDB, reverteu uma votação que parecia perdida, defendendo o mandato do colega Márcio Moreira Alves, contra quem o ministro da Justiça, autorizado pelos ministros militares, solicitava licença para processar. Naquele 12 de dezembro de 1968, um dia antes da decretação do AI-5 - o ato institucional que fechou o Congresso e suspendeu garantias e direitos constitucionais, Covas ajudou a provocar um racha na Arena para atrair os dissidentes da sigla. Indignado com a tentativa do governo Costa e Silva de cassar Moreira Alves, que, em setembro, fizera um discurso considerado ofensivo às Forças Armadas, ele foi um dos que comandou a rejeição do pedido de licença para processar o colega. Foram 216 votos contra, 141 a favor e 12 em branco, uma vitória estimulada por muitos fatores, um dos quais seu discurso dizendo que as Forças Armadas não poderiam desagravar uma instituição pelo caminho do desrespeito a um poder: "Como acreditar que as Forças Armadas brasileiras, que foram defender em nome do povo brasileiro, em solo estrangeiro, a democracia no mundo, coloquem como imperativo de sua sobrevivência o sacrifício da liberdade e da democracia no Brasil? Sou, senhor presidente, por fundamentação e por índole, um homem que mentalmente crê. Creio no regime democrático, que não se confunde com a anarquia, mas que em instante algum possa rotular ou mascarar a tirania. Creio no Parlamento, ainda que com suas demasiadas fraquezas, que só desaparecerão se o sustentarmos livre, soberano e independente."
Covas, assim como Brizola, apoiou Lula no 2º turno da eleição presidencial de 1989
Garra na Constituinte
Quase 20 anos depois, outro pronunciamento já como senador, Mário Covas mudaria mais uma vez os rumos da política. Conquistou a liderança do PMDB na Constituinte, em 1987, ao enfrentar o poderoso Ulysses Guimarães e os interesses do governo José Sarney. Começavam ali seus desentendimentos com líderes do PMDB que acabariam evoluindo para a formação do PSDB, ainda durante os trabalhos da Constituinte. Tinha voltado à tribuna para enfrentar o que chamou de outro tipo de opressão, usando o argumento do excesso de poder, agora contra o próprio Ulysses e seu candidato à liderança na Constituinte.
Choque de capitalismo
O PSDB já estava formado, reunindo dissidentes do PMDB em sua maioria. Os objetivos eram maiores, não se limitando à Constituinte, mas também participar de uma eleição presidencial, como forma de difundir o novo partido. E o nome aclamado foi o seu. Lançado, Covas fez da tribuna do Senado um histórico pronunciamento apontando as razões de sua candidatura, saudado até por adversários.
Ali, poderia ser traçada a linha divisória da velha alternativa entre a direita autoritária e a esquerda populista, e tendo como opção uma visão moderna da política. Covas apresentou no Senado sua plataforma de candidato, com a famosa expressão "choque de capitalismo". Aplaudido de pé, ele antecipou vários pontos que ainda hoje estão na agenda política.
"O Brasil não precisa apenas de um choque fiscal. Precisa, também, de um choque de capitalismo, um choque de livre iniciativa, sujeita a riscos e não apenas a prêmios."
"Só existe soberania quando há uma população com condições para sobreviver com dignidade."
"Basta de gastar sem ter dinheiro. Basta de tanto subsídio, de tantos incentivos, de tantos privilégios sem justificativas ou utilidade comprovadas. Basta de empreguismo. Basta de cartórios."
"Uma reforma urbana é fundamental, tanto quanto a realização da reforma agrária."
"Vamos fazer uma auditoria na dívida externa."
"O regime parlamentar pode banir o autoritarismo."
"A social-democracia partilha da crítica mundial ao Estado superdimensionado."
Convenção do PSDB em 1994 que escolheu Mário Covas candidato a governador de São Paulo
"Só se pode falar em país capitalista se seu mercado interno for forte."
"O problema fundamental é a impunidade, que criou um tipo de cultura."
"Não aceitamos a tese neoliberal do Estado."
"Compreendo a função política na democracia como instrumento eficaz para a transformação e aperfeiçoamento das estruturas."
"Ser nacionalista hoje em dia é defender uma política nacional de desenvolvimento."
"Desigualdade não se corrige com estagnação. Corrige-se redistribuindo renda e também crescendo ao mesmo tempo."
"O PSDB não preconiza o calote. Nossa proposta é a redução da dívida externa ao valor do mercado secundário."
"Há necessidade de privatização em alguns setores. Eu não privatizo, por exemplo, a Petrobras, pelo seu significado simbólico para a própria libertação da economia nacional."
"O desenvolvimento econômico deve passar necessariamente pela justiça social."
Foi uma eleição muito disputada, era a primeira depois do regime militar, e na qual Mário Covas brigou até o fim para ir ao segundo turno. Obteve o quarto lugar, com 7.790.392 votos, atrás de Fernando Collor e Lula, que foram ao segundo turno, e Leonel Brizola.
O governo paulista
Seu grande inimigo em São Paulo sempre foi Paulo Maluf. Aqui, os dois aparecem numa capa da revista Veja SP
Mário Covas permaneceu no Senado, combatendo o governo Collor, que terminou em fins de 1992. Itamar Franco fez um governo de coalizão, recrutando quase todos os partidos. A oportunidade dos tucanos viria em 1994, quando Fernando Henrique, vindo de uma passagem exitosa na Fazenda com a implantação do Plano Real, despontou como candidato, e Mário Covas voltou-se para a sucessão do governo paulista. Ambos venceram.
Covas sempre dizia que não queria ser presidente, mas governador, e, depois de ter perdido a eleição de 1990 para Luiz Fernando Fleury, concorreu e ganhou em 1994. A partir de então, mesmo participando ativamente das ações partidárias no âmbito estadual e nacional, Covas voltou-se para a administração estadual.
Quando assumiu tinha pela frente uma dívida considerável e o grave problema do Banespa, para a qual contou com apoio federal no seu processo de saneamento. Exigente com sua equipe e polêmico com a oposição, Covas imprimiu um estilo próprio no comando do Estado, não fugindo ao debate por vezes público e agitado.
Reeleição e o drama começa
Mário Covas durante campanha, em 1998, pela reeleição ao cargo de governador de São Paulo
Concorreu à reeleição em 1998 e saiu vitorioso, mas aí passou a enfrentar a enfermidade, lutando com muita coragem para compatibilizar o tratamento com a administração, até que foi vencido. Houve momentos de muita emoção nessa fase, envolvendo governo, oposição e público. E Covas lutou até o fim, vendo seu drama ser acompanhado por todos. Num desabafo chegou a dizer, refletindo todo seu estado de espírito, em janeiro de 2001, que não iria morrer, "porque não queria morrer!".
Foi toda uma fase marcada por muitos momentos de esperanças, emoções e tristeza. Ao submeter-se a uma cirurgia de próstata, no início de tudo, os médicos detectaram um câncer de bexiga, que é retirada. Uma nova bexiga é reconstruída com partes do intestino.
Em 1999, Covas tomou posse como governador reeleito depois de terminada sua licença médica, mostrando a mesma firmeza e procurando transmitir a sensação de que superara seus problemas médicos. Torna-se então superativo, procurando imprimir um ritmo administrativo capaz de superar as deficiências orgânicas e aos prognósticos indefinidos.
Esforço final
Nessa atividade, Covas decide participar intensamente do governo, inclusive enfrentando manifestações e protestos, comparecendo a muitos eventos desfavoráveis ao governo. A ponto de sofrer agressões de desafetos, como uma bandeirada na cabeça durante manifestação de professores em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, episódio registrado pela TV e que obteve ampla repercussão. Ao tentar entrar na Secretaria da Educação, na praça da República (região central de São Paulo), onde professores em greve estavam acampados, Covas é atingido por pedras e paus e sofre um ferimento na testa e outro no lábio superior.
Saúde agravada
Os problemas de saúde se mostram insuperáveis. No dia 19 de julho, os médicos confirmam que Covas tem um tumor maligno entre a nova bexiga e o reto, mesma região atingida pelo câncer em 1998. No dia 24 de outubro de 2000, Covas adia sua internação para a noite do dia 29, data da eleição, e confirma publicamente seu voto em Marta Suplicy , no segundo turno para a Prefeitura de São Paulo, coerente com sua histórica postura antimalufista.
Dia 31 de outubro, Mário Covas deixa o Incor (Instituto do Coração), um dia depois de se submeter a uma angioplastia para desobstrução de artéria coronária e colocação de um "stent" (prótese em forma de tubo) para mantê-la aberta. Um mês depois, no dia 30 de novembro, viaja 640 km de helicóptero, e 60 km de carro para vistoriar obras na capital paulista, Campinas e em São José dos Campos. Políticos tucanos acompanham o governador Mário Covas em sua última cerimônia antes da internação. No dia 19 de novembro, Covas é internado no Incor para se submeter à segunda cirurgia de retirada de um tumor maligno em menos de dois anos.
Solidariedade nacional
Covas, ao lado de sua esposa, se emociona durante entrevista coletiva no Incor
Nessa época, foram enviadas centenas de cartas e telegramas, correntes de orações foram realizadas por todo o país. Mensagens pessoais já eram encaminhadas ao governador, quando este ia inaugurar e inspecionar obras. Nestes meses foram estabelecidas fortes relações entre Covas e o povo de São Paulo. O clima emocional tomava conta do Estado. Sentindo o agravamento, no dia 22 de janeiro de 2001, Covas anuncia oficialmente o afastamento de suas funções de governador do Estado de São Paulo. Seu vice, Geraldo Alckmin, assume interinamente o governo. No dia 25 de janeiro, mesmo afastado, Covas participa de inauguração de obras na Castelo Branco. O sofrimento chega ao fim no dia 6 de março: Mário Covas morre de falência múltipla dos órgãos por volta das 5h30.
Frases reveladoras
A força de Covas, no entanto, se traduzia por algumas frases que revelavam sua lucidez mesmo nos momentos mais difíceis:
"Eu tinha medo disso. Mas como posso reclamar se Deus me deu a vida? Quem ganha o principal não pode discutir o acessório." (Depois da cirurgia a que se submeteu para a extração de dois tumores no intestino - dezembro de 2000)
"Tem sido tão bom para mim que o meu grau de dívida com a sociedade é muito grande. Errei muitas vezes, vou continuar errando, mas não posso deixar de reconhecer que, mesmo sem ter pedido, recebi tudo de que precisava." (Em entrevista coletiva, depois da cirurgia para a retirada de um tumor na bexiga - novembro de 2000)
Mário Covas participa do sorteio de casas populares em Itaquera
"A gente vai tocando para a frente. Quando cair, a gente pára. Não sou maluco, eu conheço a minha força. Ninguém quer se suicidar. Esta é a obra social mais importante de todo o meu governo. Por isso fiz questão de vir até aqui." (Um dia depois de se licenciar do cargo para tratar do câncer, visitando uma favela urbanizada - dezembro de 2000)
"O que me move é tentar, no limite das minhas forças, cumprir a minha tarefa." (Na mesma ocasião - dezembro de 2000)
"Um dia isso vai acontecer. E todos sentirão a minha falta." (Ao ser questionado se teria medo de morrer, depois de sair do hospital - outubro de 2000)
Depoimento de Lula
Mesmo em trincheiras opostas, Mário Covas e Lula tinham muita coisa em comum. É do atual presidente da República o depoimento feito logo após sua morte:
"Covas foi um adversário leal. Com ele, podíamos sempre conversar abertamente. Esse tipo de político faz muito bem ao Brasil, ao contrário de outros que não têm ética nem cumprem compromissos. Mesmo quando estávamos em pólos opostos ele contribuía com grandes idéias para o debate. Dava prazer fazer política com Covas. A verdade é que ele deixa uma grande lacuna ética na política brasileira.
Covas e Lula no final dos anos 70
Covas tinha fama de mal-humorado, mas lutava e era honesto naquilo que falava. Acredito que o Brasil tenha perdido um exemplo de ética, de dignidade e de moral. Perdeu o Brasil, perdeu o PSDB, e, acima de tudo, também perdeu o povo brasileiro. Isso não significa deixar de lado todas as nossas diferenças políticas e partidárias. Mas é hora de fazer o reconhecimento devido a uma pessoa por quem eu nutria um profundo respeito e admiração. Isso porque Covas tinha caráter e tinha palavra.
Na Assembléia Nacional Constituinte, quando fomos colegas, os conservadores, além de atacar a esquerda, tinham o objetivo de neutralizar e diminuir o peso de Mário Covas, que era então o principal negociador do PMDB e agia de forma honrada, cumprindo à risca o que acordava conosco. Por mais que você pudesse discordar de Covas, você podia confiar na sua palavra. Tinha a certeza de que ele cumpriria os acordos e sabia também que ele poderia dizer não, mesmo quando seria mais fácil dizer sim.
Além disso tudo, ele sempre teve comigo um comportamento muito ético e decente, numa história que vem desde a solidariedade nas greves de 1979 e 1980, passando pela própria Constituinte, quando atuou com muita dignidade, e culminando no segundo turno das eleições de 1989, quando foi para o palanque comigo em São Paulo e no Rio de Janeiro, além do recente apoio à candidatura de Marta Suplicy na última eleição para a prefeitura de São Paulo.
Em termos conjunturais, a morte do governador Mário Covas pode complicar ainda mais a relação entre a oposição e o governo federal. Acredito que agora fique mais difícil esse diálogo. Covas tinha uma relação profunda com o PT, apesar das divergências. Esse era um dos fatores que facilitavam o entendimento entre nós."
É preciso dizer também que, dentro do PSDB, inclusive na sua alta cúpula, muita gente não gostava de Covas, muita gente o considerava muito duro. É bom lembrar que, não fosse por causa dele, certos tucanos teriam embarcado sem pestanejar na canoa furada do governo de Fernando Collor de Melo.
Por Carlos Fehlbe
Fernando Henrique e Tasso Jereissati chegaram a ser convidados para o ministério
A história política de Mário Covas é muito rica e coerente, antes e depois de um episódio que poderia ter comprometido o futuro político do PSDB, Partido criado como dissidência do PMDB na Constituinte. Em março de 1992, numa reunião extraordinária da Executiva Nacional, Mário Covas liderou uma posição contrária ao ingresso no governo Fernando Collor. Na fase aguda de "salvação" de seu governo, Collor reformulara seu ministério com algumas figuras de destaque.
Mário Covas liderou uma posição contrária ao ingresso do partido no governo Fernando Collor
Era o que se chamava de ministério da governabilidade. E para ele estavam convidados pelo novo secretário do governo, Jorge Bornhausen, duas lideranças tucanas, Fernando Henrique Cardoso e Tasso Jereisssatti. Eles teriam admitido aceitar, mas condicionaram a uma confirmação à uma decisão partidária. Covas comandou a oposição aos convites e levou a melhor na votação. Naquele ato, o presidente Collor perdia o apoio da bancada do PSDB, decisiva para a situação em que se encontrava, mas em compensação, Fernando Henrique e Jereissati acabaram sendo poupados politicamente para seu futuros projetos. E o PSDB se preservava para o que viria logo a seguir, as eleições de 1994.
Este fato, mostra a sensibilidade política, coerência e retidão de Mário Covas, um dos responsáveis não só pela criação do PSDB, mas pelo zelo e obediência aos princípios que nortearam a fundação do partido que idealizara, ao lado de um grupo de companheiros. Ele foi um dos mais respeitados políticos da história brasileira, cuja dignidade na vida pública e pessoal tornou-se verdadeira referência. O episódio envolvendo Collor é apenas um de muitos em que Covas se envolveu mostrando sempre muita fidelidade ao programa partidário e objetivos perseguidos.
Sua morte, em 2001, depois de um longo período de sofrimento, com melhoras e recaídas, emocionou todo o país, que nele identificou sempre uma das grandes figuras da política brasileira e com contribuições a oferecer. Solidário e firme, convicto de suas idéias, combativo e humanista, a morte de Mário Covas, em 6 de março de 2001, privou o cenário nacional de uma de suas mais importantes figuras nas três últimas décadas.
De Santos para cenário nacional
Covas com Jânio Quadros no início de sua trajetória política
Mário Covas nasceu em Santos, São Paulo, em 21 de abril de 1930. Passou a infância em Santos, onde cursou o primeiro grau no Colégio Santista, e o segundo no Colégio Bandeirantes, em São Paulo, tendo se graduado em química industrial e logo depois tornando-se professor. Formou-se engenheiro civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, turma de 1955. Teve intensa militância na política estudantil dos anos 50 e foi vice-presidente da UNE, União Brasileira dos Estudantes, em São Paulo. Formado, prestou concurso público na Prefeitura de Santos, onde trabalhou como engenheiro.
Candidatou-se a prefeito de Santos em 1961, pelo PST, obtendo o segundo lugar na votação. No ano seguinte, e pelo mesmo partido, elegeu-se deputado federal.
Com a extinção dos partidos políticos, em 1966, foi um dos fundadores do MDB, pelo qual nesse mesmo ano se reelegeu deputado. Foi então escolhido líder da bancada oposicionista na Câmara dos Deputados. Aos 37 anos de idade, o jovem parlamentar já liderava uma bancada composta por figuras expressivas da vida política brasileira, como Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, Franco Montoro, Ivete Vargas, entre outros.
Como líder percorreu vários estados procurando estimular seus correligionários, inclusive nos momentos agudos por que passou o MDB do Rio Grande do Sul, onde as teses da autodissolução e renúncia coletiva estavam em debate. Covas propunha o combate político dentro das poucas possibilidades que a oposição desfrutava na época. Desde o primeiro mandato, iniciado em 1963, até o final do segundo, em 1968, Mário Covas foi todos os anos incluído na lista dos mais destacados parlamentares, organizada anualmente pelos jornalistas que cobrem o Congresso Nacional.
Reação contra os militares
Covas ao lado de FHC e Serra, seus companheiros de PSDB
O caso Márcio Moreira Alves, em 1968, gerou de sua parte uma forte reação. Não aceitava que um discurso pronunciado num pinga-fogo da Câmara, mesmo crítico, ganhasse a dimensão que assumiu e se transformasse em caso de "dignidade das Forças Armadas", que representaram contra o deputado. Não ficou só. A maioria rejeitou o pedido arquitetado pelo ministro da Justiça, Gama e Silva, mas a reação custaria o fechamento do Congresso, a edição de um novo e mais duro Ato Institucional e a sua própria cassação.
Em 16 de janeiro de 1969 teve seu mandato atingido pela ditadura militar e os direitos políticos suspensos por dez anos. Um dia antes da edição do AI-5, prevendo as reações que viriam contra o discurso feito pelo deputado Márcio Moreira Alves, Covas fez um veemente discurso na Câmara: "Creio no povo, anônimo e coletivo, com todos seus contrastes, desde a febre criadora à mansidão paciente. Creio ser desse amalgama, dessa fusão de almas e emoção, que emana não apenas o poder, mas a própria sabedoria. Creio na palavra ainda quando viril ou injusta, porque acredito na força das idéias e no diálogo, que é o seu livre embate."
Alijado da vida política do país, Covas dedicou-se à atividade privada. Embora proscrito, nunca perdeu contato com seus companheiros e com a política.
A recuperação do prestígio
Ao recuperar a plenitude de seus direitos políticos, em 1979, com a decretação da anistia, foi eleito presidente do MDB de São Paulo, mas o pluripartidarismo o levaria a articular o PMDB, ocupando sua presidência regional. Eleito deputado federal com 300 mil votos em 1982, foi nomeado em março de 1983 secretário dos Transportes do governo Franco Montoro. Indicado pelo governador de São Paulo e aprovado pela Assembléia Legislativa, tornou-se prefeito da capital em 10 de maio, cargo que ocupou até 31 de dezembro de 1985.
Nos 33 meses de gestão na Prefeitura, Covas costumava dizer que sua missão seria "encurtar as distâncias sociais" da cidade e dar prioridade a obras e serviços na periferia. Desse período ficaram algumas fortes lembranças, como os mutirões para construção de guias e posterior pavimentação de ruas e a intervenção nas empresas privadas de ônibus. A campanha para escolher seu substituto centralizou as atenções políticas do país reunindo Fernando Henrique Cardoso e Jânio Quadros. Fernando Henrique ainda no PMDB, como Covas, era o favorito, mercê da boa administração de seu correligionário e do governador estadual, Franco Montoro, mas cometeu alguns erros políticos que foram bem aproveitados pelo ex-presidente. Um deles foi se deixar fotografar dias antes da eleição sentado na cadeira do prefeito...
Constituinte e PSDB
Mário Covas foi eleito senador, em 1986, com 7,7 milhões de votos
Após deixar a Prefeitura, Mário Covas foi eleito senador, em 1986, com uma das maiores votações: 7,7 milhões de votos. Líder do seu partido na Assembléia Nacional Constituinte, foi um dos articuladores das comissões temáticas que garantiram a participação de vários segmentos organizados da sociedade na elaboração da nova Carta. Já tinha, no entanto, projetos políticos bem delineados: criar um partido da social-democracia e candidatar-se ao Palácio do Planalto. Seria tudo uma questão de tempo.
Um tempo de confronto
Guerreiro por natureza, Mário Covas não entregava os pontos antes de uma boa briga verbal. "Não agüento ficar quieto. Tem horas em que meu sangue de espanhol parece ferver", dizia ele. Exibia sua habilidade em discursos na tribuna e em conversas ao pé do ouvido. Turrão, assustava os adversários ao começar os discursos com fala mansa e entremeá-los com saraivada de argumentos. Passional, emocionava platéias e conseguia virar votações. Foi o que aconteceu em momentos cruciais da política nacional.
Em 1968, com a sombra da ditadura militar, Covas obteve a última vitória da palavra contra a força. Armado com sua oratória, o deputado de 38 anos, que liderava a bancada do MDB, reverteu uma votação que parecia perdida, defendendo o mandato do colega Márcio Moreira Alves, contra quem o ministro da Justiça, autorizado pelos ministros militares, solicitava licença para processar. Naquele 12 de dezembro de 1968, um dia antes da decretação do AI-5 - o ato institucional que fechou o Congresso e suspendeu garantias e direitos constitucionais, Covas ajudou a provocar um racha na Arena para atrair os dissidentes da sigla. Indignado com a tentativa do governo Costa e Silva de cassar Moreira Alves, que, em setembro, fizera um discurso considerado ofensivo às Forças Armadas, ele foi um dos que comandou a rejeição do pedido de licença para processar o colega. Foram 216 votos contra, 141 a favor e 12 em branco, uma vitória estimulada por muitos fatores, um dos quais seu discurso dizendo que as Forças Armadas não poderiam desagravar uma instituição pelo caminho do desrespeito a um poder: "Como acreditar que as Forças Armadas brasileiras, que foram defender em nome do povo brasileiro, em solo estrangeiro, a democracia no mundo, coloquem como imperativo de sua sobrevivência o sacrifício da liberdade e da democracia no Brasil? Sou, senhor presidente, por fundamentação e por índole, um homem que mentalmente crê. Creio no regime democrático, que não se confunde com a anarquia, mas que em instante algum possa rotular ou mascarar a tirania. Creio no Parlamento, ainda que com suas demasiadas fraquezas, que só desaparecerão se o sustentarmos livre, soberano e independente."
Covas, assim como Brizola, apoiou Lula no 2º turno da eleição presidencial de 1989
Garra na Constituinte
Quase 20 anos depois, outro pronunciamento já como senador, Mário Covas mudaria mais uma vez os rumos da política. Conquistou a liderança do PMDB na Constituinte, em 1987, ao enfrentar o poderoso Ulysses Guimarães e os interesses do governo José Sarney. Começavam ali seus desentendimentos com líderes do PMDB que acabariam evoluindo para a formação do PSDB, ainda durante os trabalhos da Constituinte. Tinha voltado à tribuna para enfrentar o que chamou de outro tipo de opressão, usando o argumento do excesso de poder, agora contra o próprio Ulysses e seu candidato à liderança na Constituinte.
Choque de capitalismo
O PSDB já estava formado, reunindo dissidentes do PMDB em sua maioria. Os objetivos eram maiores, não se limitando à Constituinte, mas também participar de uma eleição presidencial, como forma de difundir o novo partido. E o nome aclamado foi o seu. Lançado, Covas fez da tribuna do Senado um histórico pronunciamento apontando as razões de sua candidatura, saudado até por adversários.
Ali, poderia ser traçada a linha divisória da velha alternativa entre a direita autoritária e a esquerda populista, e tendo como opção uma visão moderna da política. Covas apresentou no Senado sua plataforma de candidato, com a famosa expressão "choque de capitalismo". Aplaudido de pé, ele antecipou vários pontos que ainda hoje estão na agenda política.
"O Brasil não precisa apenas de um choque fiscal. Precisa, também, de um choque de capitalismo, um choque de livre iniciativa, sujeita a riscos e não apenas a prêmios."
"Só existe soberania quando há uma população com condições para sobreviver com dignidade."
"Basta de gastar sem ter dinheiro. Basta de tanto subsídio, de tantos incentivos, de tantos privilégios sem justificativas ou utilidade comprovadas. Basta de empreguismo. Basta de cartórios."
"Uma reforma urbana é fundamental, tanto quanto a realização da reforma agrária."
"Vamos fazer uma auditoria na dívida externa."
"O regime parlamentar pode banir o autoritarismo."
"A social-democracia partilha da crítica mundial ao Estado superdimensionado."
Convenção do PSDB em 1994 que escolheu Mário Covas candidato a governador de São Paulo
"Só se pode falar em país capitalista se seu mercado interno for forte."
"O problema fundamental é a impunidade, que criou um tipo de cultura."
"Não aceitamos a tese neoliberal do Estado."
"Compreendo a função política na democracia como instrumento eficaz para a transformação e aperfeiçoamento das estruturas."
"Ser nacionalista hoje em dia é defender uma política nacional de desenvolvimento."
"Desigualdade não se corrige com estagnação. Corrige-se redistribuindo renda e também crescendo ao mesmo tempo."
"O PSDB não preconiza o calote. Nossa proposta é a redução da dívida externa ao valor do mercado secundário."
"Há necessidade de privatização em alguns setores. Eu não privatizo, por exemplo, a Petrobras, pelo seu significado simbólico para a própria libertação da economia nacional."
"O desenvolvimento econômico deve passar necessariamente pela justiça social."
Foi uma eleição muito disputada, era a primeira depois do regime militar, e na qual Mário Covas brigou até o fim para ir ao segundo turno. Obteve o quarto lugar, com 7.790.392 votos, atrás de Fernando Collor e Lula, que foram ao segundo turno, e Leonel Brizola.
O governo paulista
Seu grande inimigo em São Paulo sempre foi Paulo Maluf. Aqui, os dois aparecem numa capa da revista Veja SP
Mário Covas permaneceu no Senado, combatendo o governo Collor, que terminou em fins de 1992. Itamar Franco fez um governo de coalizão, recrutando quase todos os partidos. A oportunidade dos tucanos viria em 1994, quando Fernando Henrique, vindo de uma passagem exitosa na Fazenda com a implantação do Plano Real, despontou como candidato, e Mário Covas voltou-se para a sucessão do governo paulista. Ambos venceram.
Covas sempre dizia que não queria ser presidente, mas governador, e, depois de ter perdido a eleição de 1990 para Luiz Fernando Fleury, concorreu e ganhou em 1994. A partir de então, mesmo participando ativamente das ações partidárias no âmbito estadual e nacional, Covas voltou-se para a administração estadual.
Quando assumiu tinha pela frente uma dívida considerável e o grave problema do Banespa, para a qual contou com apoio federal no seu processo de saneamento. Exigente com sua equipe e polêmico com a oposição, Covas imprimiu um estilo próprio no comando do Estado, não fugindo ao debate por vezes público e agitado.
Reeleição e o drama começa
Mário Covas durante campanha, em 1998, pela reeleição ao cargo de governador de São Paulo
Concorreu à reeleição em 1998 e saiu vitorioso, mas aí passou a enfrentar a enfermidade, lutando com muita coragem para compatibilizar o tratamento com a administração, até que foi vencido. Houve momentos de muita emoção nessa fase, envolvendo governo, oposição e público. E Covas lutou até o fim, vendo seu drama ser acompanhado por todos. Num desabafo chegou a dizer, refletindo todo seu estado de espírito, em janeiro de 2001, que não iria morrer, "porque não queria morrer!".
Foi toda uma fase marcada por muitos momentos de esperanças, emoções e tristeza. Ao submeter-se a uma cirurgia de próstata, no início de tudo, os médicos detectaram um câncer de bexiga, que é retirada. Uma nova bexiga é reconstruída com partes do intestino.
Em 1999, Covas tomou posse como governador reeleito depois de terminada sua licença médica, mostrando a mesma firmeza e procurando transmitir a sensação de que superara seus problemas médicos. Torna-se então superativo, procurando imprimir um ritmo administrativo capaz de superar as deficiências orgânicas e aos prognósticos indefinidos.
Esforço final
Nessa atividade, Covas decide participar intensamente do governo, inclusive enfrentando manifestações e protestos, comparecendo a muitos eventos desfavoráveis ao governo. A ponto de sofrer agressões de desafetos, como uma bandeirada na cabeça durante manifestação de professores em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, episódio registrado pela TV e que obteve ampla repercussão. Ao tentar entrar na Secretaria da Educação, na praça da República (região central de São Paulo), onde professores em greve estavam acampados, Covas é atingido por pedras e paus e sofre um ferimento na testa e outro no lábio superior.
Saúde agravada
Os problemas de saúde se mostram insuperáveis. No dia 19 de julho, os médicos confirmam que Covas tem um tumor maligno entre a nova bexiga e o reto, mesma região atingida pelo câncer em 1998. No dia 24 de outubro de 2000, Covas adia sua internação para a noite do dia 29, data da eleição, e confirma publicamente seu voto em Marta Suplicy , no segundo turno para a Prefeitura de São Paulo, coerente com sua histórica postura antimalufista.
Dia 31 de outubro, Mário Covas deixa o Incor (Instituto do Coração), um dia depois de se submeter a uma angioplastia para desobstrução de artéria coronária e colocação de um "stent" (prótese em forma de tubo) para mantê-la aberta. Um mês depois, no dia 30 de novembro, viaja 640 km de helicóptero, e 60 km de carro para vistoriar obras na capital paulista, Campinas e em São José dos Campos. Políticos tucanos acompanham o governador Mário Covas em sua última cerimônia antes da internação. No dia 19 de novembro, Covas é internado no Incor para se submeter à segunda cirurgia de retirada de um tumor maligno em menos de dois anos.
Solidariedade nacional
Covas, ao lado de sua esposa, se emociona durante entrevista coletiva no Incor
Nessa época, foram enviadas centenas de cartas e telegramas, correntes de orações foram realizadas por todo o país. Mensagens pessoais já eram encaminhadas ao governador, quando este ia inaugurar e inspecionar obras. Nestes meses foram estabelecidas fortes relações entre Covas e o povo de São Paulo. O clima emocional tomava conta do Estado. Sentindo o agravamento, no dia 22 de janeiro de 2001, Covas anuncia oficialmente o afastamento de suas funções de governador do Estado de São Paulo. Seu vice, Geraldo Alckmin, assume interinamente o governo. No dia 25 de janeiro, mesmo afastado, Covas participa de inauguração de obras na Castelo Branco. O sofrimento chega ao fim no dia 6 de março: Mário Covas morre de falência múltipla dos órgãos por volta das 5h30.
Frases reveladoras
A força de Covas, no entanto, se traduzia por algumas frases que revelavam sua lucidez mesmo nos momentos mais difíceis:
"Eu tinha medo disso. Mas como posso reclamar se Deus me deu a vida? Quem ganha o principal não pode discutir o acessório." (Depois da cirurgia a que se submeteu para a extração de dois tumores no intestino - dezembro de 2000)
"Tem sido tão bom para mim que o meu grau de dívida com a sociedade é muito grande. Errei muitas vezes, vou continuar errando, mas não posso deixar de reconhecer que, mesmo sem ter pedido, recebi tudo de que precisava." (Em entrevista coletiva, depois da cirurgia para a retirada de um tumor na bexiga - novembro de 2000)
Mário Covas participa do sorteio de casas populares em Itaquera
"A gente vai tocando para a frente. Quando cair, a gente pára. Não sou maluco, eu conheço a minha força. Ninguém quer se suicidar. Esta é a obra social mais importante de todo o meu governo. Por isso fiz questão de vir até aqui." (Um dia depois de se licenciar do cargo para tratar do câncer, visitando uma favela urbanizada - dezembro de 2000)
"O que me move é tentar, no limite das minhas forças, cumprir a minha tarefa." (Na mesma ocasião - dezembro de 2000)
"Um dia isso vai acontecer. E todos sentirão a minha falta." (Ao ser questionado se teria medo de morrer, depois de sair do hospital - outubro de 2000)
Depoimento de Lula
Mesmo em trincheiras opostas, Mário Covas e Lula tinham muita coisa em comum. É do atual presidente da República o depoimento feito logo após sua morte:
"Covas foi um adversário leal. Com ele, podíamos sempre conversar abertamente. Esse tipo de político faz muito bem ao Brasil, ao contrário de outros que não têm ética nem cumprem compromissos. Mesmo quando estávamos em pólos opostos ele contribuía com grandes idéias para o debate. Dava prazer fazer política com Covas. A verdade é que ele deixa uma grande lacuna ética na política brasileira.
Covas e Lula no final dos anos 70
Covas tinha fama de mal-humorado, mas lutava e era honesto naquilo que falava. Acredito que o Brasil tenha perdido um exemplo de ética, de dignidade e de moral. Perdeu o Brasil, perdeu o PSDB, e, acima de tudo, também perdeu o povo brasileiro. Isso não significa deixar de lado todas as nossas diferenças políticas e partidárias. Mas é hora de fazer o reconhecimento devido a uma pessoa por quem eu nutria um profundo respeito e admiração. Isso porque Covas tinha caráter e tinha palavra.
Na Assembléia Nacional Constituinte, quando fomos colegas, os conservadores, além de atacar a esquerda, tinham o objetivo de neutralizar e diminuir o peso de Mário Covas, que era então o principal negociador do PMDB e agia de forma honrada, cumprindo à risca o que acordava conosco. Por mais que você pudesse discordar de Covas, você podia confiar na sua palavra. Tinha a certeza de que ele cumpriria os acordos e sabia também que ele poderia dizer não, mesmo quando seria mais fácil dizer sim.
Além disso tudo, ele sempre teve comigo um comportamento muito ético e decente, numa história que vem desde a solidariedade nas greves de 1979 e 1980, passando pela própria Constituinte, quando atuou com muita dignidade, e culminando no segundo turno das eleições de 1989, quando foi para o palanque comigo em São Paulo e no Rio de Janeiro, além do recente apoio à candidatura de Marta Suplicy na última eleição para a prefeitura de São Paulo.
Em termos conjunturais, a morte do governador Mário Covas pode complicar ainda mais a relação entre a oposição e o governo federal. Acredito que agora fique mais difícil esse diálogo. Covas tinha uma relação profunda com o PT, apesar das divergências. Esse era um dos fatores que facilitavam o entendimento entre nós."
É preciso dizer também que, dentro do PSDB, inclusive na sua alta cúpula, muita gente não gostava de Covas, muita gente o considerava muito duro. É bom lembrar que, não fosse por causa dele, certos tucanos teriam embarcado sem pestanejar na canoa furada do governo de Fernando Collor de Melo.
Por Carlos Fehlbe
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
Operação antiCPMF restabeleceu o entendimento na oposição.

A aliança PSDB/DEM abalada durante a maior parte do ano, ainda com reflexos da campanha presidencial, pode estar de volta com mais vigor. O entendimento entre os dois partidos na votação da CPMF foi um sinal importante. Ela começa pelos cardeais Fernando Henrique e Jorge Bornhausen, mas se exterioriza através dos líderes Arthur Virgílio e José Agripino no Senado. Se ela esteve presente na votação mais importante do ano, talvez abra o caminho para embates futuros.
Gilberto Kassab e Geraldo Alckmin
Fora do Senado, o teste maior virá com as eleições municipais, o fato político mais importante do ano. A principal delas deverá travar-se em São Paulo, onde há interesses conflitantes na disputa pela prefeitura de São Paulo. Gilberto Kassab, do DEM, e que era o vice-prefeito de José Serra, está no cargo. Este é cobiçado pelo PSDB que se considera a maior força política do Estado e já cogita lançar Geraldo Alckmin. Até argumentando que o PT dispõe de bons nomes, como Marta Suplicy.
Na equação satisfatória desta equação reside o maior desafio para a manutenção do bom momento nas relações entre PSDB e DEM, já com vistas às eleições presidenciais, O entendimento entre PSDB e DEM (ex-PFL) vem de longe, desde a primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso em 1994. Teve uma pausa na campanha de José Serra em 1998, em função do episódio Roseana Sarney, candidata lançada pelo PFL e que renunciou em sinal de protesto por ações da PF que a prejudicaram.
As relações entre os dois partidos foram recuperadas lentamente diante de um adversário comum, o presidente Lula. E passam agora por um bom momento. Para isso está contribuindo decisivamente o bom momento entre os dois partidos no Senado.
Desafio do governo
Se no Senado é que PSDB e DEM mantêm uma oposição forte e unida, também é lá que o Palácio do Planalto por força desta situação enfrenta sua maior dificuldade. Nem na relação com os governadores de oposição a dificuldade é tão expressiva. Claro que a relação de dependência dos estados diante do governo federal contribui para tanto, a ponto de ter sido intensamente acionada (sem êxito) pelo governo federal para mudar o resultado na votação da CPMF.
E, nesta operação, não fazendo distinção entre governadores da oposição ou de partidos do governo. Apostando na carência de recursos e a necessidade óbvia de apoio financeiro a tentativa se fez presente. Até porque os estados dependem muito dos recursos e boa vontade de Brasília.
Gilberto Kassab e Geraldo Alckmin
Fora do Senado, o teste maior virá com as eleições municipais, o fato político mais importante do ano. A principal delas deverá travar-se em São Paulo, onde há interesses conflitantes na disputa pela prefeitura de São Paulo. Gilberto Kassab, do DEM, e que era o vice-prefeito de José Serra, está no cargo. Este é cobiçado pelo PSDB que se considera a maior força política do Estado e já cogita lançar Geraldo Alckmin. Até argumentando que o PT dispõe de bons nomes, como Marta Suplicy.
Na equação satisfatória desta equação reside o maior desafio para a manutenção do bom momento nas relações entre PSDB e DEM, já com vistas às eleições presidenciais, O entendimento entre PSDB e DEM (ex-PFL) vem de longe, desde a primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso em 1994. Teve uma pausa na campanha de José Serra em 1998, em função do episódio Roseana Sarney, candidata lançada pelo PFL e que renunciou em sinal de protesto por ações da PF que a prejudicaram.
As relações entre os dois partidos foram recuperadas lentamente diante de um adversário comum, o presidente Lula. E passam agora por um bom momento. Para isso está contribuindo decisivamente o bom momento entre os dois partidos no Senado.
Desafio do governo
Se no Senado é que PSDB e DEM mantêm uma oposição forte e unida, também é lá que o Palácio do Planalto por força desta situação enfrenta sua maior dificuldade. Nem na relação com os governadores de oposição a dificuldade é tão expressiva. Claro que a relação de dependência dos estados diante do governo federal contribui para tanto, a ponto de ter sido intensamente acionada (sem êxito) pelo governo federal para mudar o resultado na votação da CPMF.
E, nesta operação, não fazendo distinção entre governadores da oposição ou de partidos do governo. Apostando na carência de recursos e a necessidade óbvia de apoio financeiro a tentativa se fez presente. Até porque os estados dependem muito dos recursos e boa vontade de Brasília.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
A casa caiu para o presidente operário
Ola amigos....
O governo perdeu a votação da CPMF, precisava de 49 votos para ganhar mas teve apenas 45 votos, minha gente, o negócio ficou preto para o governo, que arrecadava 40 bi de reais por ano, pense isso por mês, 3,4 bi, muito dinheiro que rendeu a reeleição do Senhor Presidente e os desvios de verbas que deveriam ser destinadas a saúde, mas utilizadas para a ampliação do Bolsa Familia, que ampliou o numero de pessoas que ficaram dependentes de um misero 90 reais para sustentar familias de baixa renda. Isso é um absurdo....
Mas os senadores foram felizes em acabar com imposto que não só era do cheque, mas de todas as movimentações financeiras.
Parabens senadores, parabens Brasil por esse ato de coragem, agora espero que o governo tome vergonha na cara e manda para a discução a reforma tributaria, politica e da previdencia.
Graças a Deus minha conta ficará com alguns reais a mais.....
http://img2.orkut.com/images/medium/1195832389/13904589.jpg
O governo perdeu a votação da CPMF, precisava de 49 votos para ganhar mas teve apenas 45 votos, minha gente, o negócio ficou preto para o governo, que arrecadava 40 bi de reais por ano, pense isso por mês, 3,4 bi, muito dinheiro que rendeu a reeleição do Senhor Presidente e os desvios de verbas que deveriam ser destinadas a saúde, mas utilizadas para a ampliação do Bolsa Familia, que ampliou o numero de pessoas que ficaram dependentes de um misero 90 reais para sustentar familias de baixa renda. Isso é um absurdo....
Mas os senadores foram felizes em acabar com imposto que não só era do cheque, mas de todas as movimentações financeiras.
Parabens senadores, parabens Brasil por esse ato de coragem, agora espero que o governo tome vergonha na cara e manda para a discução a reforma tributaria, politica e da previdencia.
Graças a Deus minha conta ficará com alguns reais a mais.....
http://img2.orkut.com/images/medium/1195832389/13904589.jpg
CPMF É DERRUBADA NO SENADO

13/12/2007 - 01h12 - Atualizado em 13/12/2007 - 09h12
Senado derruba prorrogação da CPMF
Decisão retira dos cofres do governo R$40 bilhões em 2008.Estados devem ser afetados com cortes em repasses federais.
ROBERTO MALTCHIKALEXANDRO MARTELLO Do G1, em Brasília entre em contato
O plenário do Senado rejeitou na madrugada desta quinta-feira (13), por 45 votos contra 34, a proposta de prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011.
Logo após a derrota, o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, disse que o governo não pretende apresentar uma nova Proposta de Emenda Constitucional (PEC) em 2008 para reimplementar a CPMF. "Vamos pensar numa proposta diferente”, disse o ministro.
Senado derruba prorrogação da CPMF
Decisão retira dos cofres do governo R$40 bilhões em 2008.Estados devem ser afetados com cortes em repasses federais.
ROBERTO MALTCHIKALEXANDRO MARTELLO Do G1, em Brasília entre em contato
O plenário do Senado rejeitou na madrugada desta quinta-feira (13), por 45 votos contra 34, a proposta de prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011.
Logo após a derrota, o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, disse que o governo não pretende apresentar uma nova Proposta de Emenda Constitucional (PEC) em 2008 para reimplementar a CPMF. "Vamos pensar numa proposta diferente”, disse o ministro.
A incidência da CPMF sobre as movimentações financeiras vai terminar no dia 31 de dezembro deste ano.
A decisão ocorreu após um longo processo de negociações - mal sucedidas - envolvendo governo e oposição e representa a redução em R$ 40 bilhões na arrecadação federal no ano que vem.
Com a derrota, o governo terá que apresentar uma nova Proposta de Emenda Constitucional, no ano que vem, para a criação da CPMF, caso queira renovar a cobrança do tributo. Neste caso, uma vez aprovada, o reinício da cobrança ainda levaria 90 dias, por conta da legislação tributária brasileira.
Última cartada
Em uma última cartada para tentar aprovar a prorrogação do chamado "imposto do cheque", o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), propôs adiar novamente a votação da CPMF por mais um dia.
Ele sustentou que o adiamento seria necessário para que a oposição pudesse avaliar, com calma, uma nova proposta do governo federal - confirmada por meio de carta assinada pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e das Relações Institucionais, José Múcio. Também foi enviada uma carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), confirmando a oferta dos ministros.
A nova proposta, segundo Jucá, englobaria ou a transferência total dos recursos arrecadados por meio da CPMF para a área de Saúde no decorrer dos próximos três anos, ou a extinção do tributo a partir de 2009, sendo que, antes disso, seria debatida a reforma tributária.
O esforço foi em vão: a oposição rejeitou a proposta, quase que de imediato.
Já no início da madrugada, o senador Pedro Simon (PMDB-RS), último orador inscrito para falar na tribuna, ainda fez um apelo: adiar a votação. "Faço um apelo dramático. Vamos ler e debater esse documento e voltar a daqui a 11 horas e 56 minutos. Ninguém ganha [hoje], seja qual for o resultado", disse. O governo buscou o adiamento numa articulação de bastidores no plenário, mas a oposição não cedeu.
Recado
Mesmo antes da sessão, a oposição já cantava vitória. O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), avaliava que a derrubada da CPMF não significaria que o "Brasil vai acabar". “Em período de crise internacional, o Brasil não acabou. Não vai acabar. E acredito que o Brasil tem firmes condições de, sem a CPMF, sofrer um ajuste pelo lado da despesa, cortando supérfluos. O presidente poderia tomar alguma medida para abrir um debate sobre reforma tributária", disse o tucano.
"Se tiver vontade de fazer reforma tributária, em tempo recorde, com sua maioria na Câmara, e com nossa boa vontade no Senado, ele aprovaria em tempo recorde em ano eleitoral”, acrescentou. Já o líder do Democratas (DEM), José Agripino (RN), dizia que a derrota seria um recado para o governo. “É um ponto de inflexão da classe política. O governo não vai poder aumentar mais a carga tributária. Mostra que o Brasil vai crescer com a queda da carga tributária”, disse. No outro lado, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) tinha uma opinião bem diferente dos líderes da oposição. “Será um caos financeiro. Um caos nas finanças públicas. Alguns programas sociais, alguns fundos setoriais serão prejudicados, por exemplo, o Bolsa Família”, observa.
Negociações
Antes da votação, governo, oposição e representantes dos estados travaram uma intensa negociação, com diferentes propostas, todas sem um resultado positivo para Planalto. O governo resistiu em aceitar uma proposta elaborada pelo Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde para que o orçamento da saúde crescesse R$ 45 bilhões até 2010. Para isso, os recursos da CPMF para o setor deveriam ser ampliados progressivamente, chegando a 80% da arrecadação do tributo em 2010. Os outros 20% da CPMF continuariam livres para os gastos do Executivo, por meio da DRU. Enquanto isso, o Palácio do Planalto acenava com uma ampliação menor dos recursos destinados pelo tributo para a saúde, com um incremento de R$ 36 bilhões. A regulamentação da emenda 29, que já foi aprovada pela Câmara, prevê um incremento de R$ 24 bilhões ao orçamento da Saúde até 2011
A decisão ocorreu após um longo processo de negociações - mal sucedidas - envolvendo governo e oposição e representa a redução em R$ 40 bilhões na arrecadação federal no ano que vem.
Com a derrota, o governo terá que apresentar uma nova Proposta de Emenda Constitucional, no ano que vem, para a criação da CPMF, caso queira renovar a cobrança do tributo. Neste caso, uma vez aprovada, o reinício da cobrança ainda levaria 90 dias, por conta da legislação tributária brasileira.
Última cartada
Em uma última cartada para tentar aprovar a prorrogação do chamado "imposto do cheque", o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), propôs adiar novamente a votação da CPMF por mais um dia.
Ele sustentou que o adiamento seria necessário para que a oposição pudesse avaliar, com calma, uma nova proposta do governo federal - confirmada por meio de carta assinada pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e das Relações Institucionais, José Múcio. Também foi enviada uma carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), confirmando a oferta dos ministros.
A nova proposta, segundo Jucá, englobaria ou a transferência total dos recursos arrecadados por meio da CPMF para a área de Saúde no decorrer dos próximos três anos, ou a extinção do tributo a partir de 2009, sendo que, antes disso, seria debatida a reforma tributária.
O esforço foi em vão: a oposição rejeitou a proposta, quase que de imediato.
Já no início da madrugada, o senador Pedro Simon (PMDB-RS), último orador inscrito para falar na tribuna, ainda fez um apelo: adiar a votação. "Faço um apelo dramático. Vamos ler e debater esse documento e voltar a daqui a 11 horas e 56 minutos. Ninguém ganha [hoje], seja qual for o resultado", disse. O governo buscou o adiamento numa articulação de bastidores no plenário, mas a oposição não cedeu.
Recado
Mesmo antes da sessão, a oposição já cantava vitória. O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), avaliava que a derrubada da CPMF não significaria que o "Brasil vai acabar". “Em período de crise internacional, o Brasil não acabou. Não vai acabar. E acredito que o Brasil tem firmes condições de, sem a CPMF, sofrer um ajuste pelo lado da despesa, cortando supérfluos. O presidente poderia tomar alguma medida para abrir um debate sobre reforma tributária", disse o tucano.
"Se tiver vontade de fazer reforma tributária, em tempo recorde, com sua maioria na Câmara, e com nossa boa vontade no Senado, ele aprovaria em tempo recorde em ano eleitoral”, acrescentou. Já o líder do Democratas (DEM), José Agripino (RN), dizia que a derrota seria um recado para o governo. “É um ponto de inflexão da classe política. O governo não vai poder aumentar mais a carga tributária. Mostra que o Brasil vai crescer com a queda da carga tributária”, disse. No outro lado, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) tinha uma opinião bem diferente dos líderes da oposição. “Será um caos financeiro. Um caos nas finanças públicas. Alguns programas sociais, alguns fundos setoriais serão prejudicados, por exemplo, o Bolsa Família”, observa.
Negociações
Antes da votação, governo, oposição e representantes dos estados travaram uma intensa negociação, com diferentes propostas, todas sem um resultado positivo para Planalto. O governo resistiu em aceitar uma proposta elaborada pelo Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde para que o orçamento da saúde crescesse R$ 45 bilhões até 2010. Para isso, os recursos da CPMF para o setor deveriam ser ampliados progressivamente, chegando a 80% da arrecadação do tributo em 2010. Os outros 20% da CPMF continuariam livres para os gastos do Executivo, por meio da DRU. Enquanto isso, o Palácio do Planalto acenava com uma ampliação menor dos recursos destinados pelo tributo para a saúde, com um incremento de R$ 36 bilhões. A regulamentação da emenda 29, que já foi aprovada pela Câmara, prevê um incremento de R$ 24 bilhões ao orçamento da Saúde até 2011
domingo, 2 de dezembro de 2007
Fiz Aniversario que legal
Ola amigos estou no dia 03 de dezembro completando meus 33 anos de vida e fico feliz por isso, pois foram 33 anos bem vividos. Não tenho nada a reclamar, sou um previlegiado, tenho uma familia maravilhosa, com minha esposa Lili e meu filho Miguel. Tenho a honra de ter minha mãe e minha irmã e aminha vó Helena vivinha da silva aos 86 anos, ganhei uma nova familia com a minha esposa, a minha sogra a Regina meu sogro Bene e minha cunhada Bruna, o pessoal da Miriane (minha comadre), com o George (cumpadre), Daniel, Guilherme, Joaninha, Daiane; a Eliane e as crianças, o Leo, a Rose (in memorian) e familia, en tese tudo bom.

Mas tenho muitos amigos que se foram como o Xandão que num assalto foi morto friamente em 2003, deixando muito saudade. Meu pai seu Zé Vitalino, tio Pedro, Gilberto da Crisma, minha prima Sonia, nosso sempre governador Mario Covas, Franco Montoro, Sergio Mota, veio Bittencort, amigos que se foram e me deixaram muitas saudades...
Mas tenho muitos amigos vivos em várias epocas, o pessoal do Jd. Roberto em Osasco, do Pestana, do São Victor, do Cirino em Osasco, de Barueri, do Escola Mirthes (EEPSG de Barueri) sou dessa epoca, escotismo (bandeirante e do Rondon), da rua Inacio de Camargo, da Igreja(Pe. Danilo, e a trupe dos coroinhas, 1° comunhão, da Crisma, Catequese, Grupo de Jovens, Canto, administração, Recanto Infantil), do Raposo, dos empregos que tive em Barueri, do PSDB, (O Gatti e seu grupo, Getulio, Vivi, Bolaxa, Mario Lopes entre outros), da Radio (Palnalto FM), das minhas ex namoradas, do C...do Padre, Rampas, da minha campanha para vereador, da Camara de Barueri, da Prefeitura, da Juventude do PSDB (Ronaldo Corinthiano e esposa, Anderson, Telma, Gersão, Vivian, Bolaxa, Gordo, Ronnie, entre outros que não me lembro), o gremio do Mirthes, do Desafio, da Lider, do Jornal Primeira Hora, do Bosco do Jornal Cidade de Barueri, ACIB, da Cooperserv, do PT, PFL, PDT, PSB, PMDB, meus parentes.
Carapicuiba, que me recebeu muito bem, PSDB, a familia da minha esposa (Dona Edy, Wanderlei, Tia Ceição e o tio Bastião, tia Dadinha e tio Zacarias (in memorian), amigos que fiz na Vila, da Igreja (Pe. Claudio, Catequese, Pastoriais do Dizimo, Coração de Maria, Liturgia, entre outros) JPSDB,´prefeitura, Camara, todos meus amigos de vários bairros, da Casa do Empreendedor em especial, contadores, entre outros....
Fora os amigos dee outras cidades e denominações que participo, como o PSDB estadual, onde atuei por 13 anos na JPSDB estadual...
Por isso que tenho muita alegria de viver e de estar vivo que é muito importante.
Abs

Serra é favorito a 2010 e 3o mandato é rejeitado, diz pesquisa
SÃO PAULO (Reuters) - O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), é o favorito para suceder o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição de 2010, de acordo com pesquisa Datafolha. Os possíveis candidatos petistas ficaram na faixa de um dígito das intenções de voto.
O deputado federal Ciro Gomes (PSB), ex-ministro de Lula, aparece com chances, superando o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), nos cenários em que os dois potenciais candidatos são colados lado a lado. Serra e Aécio travam disputa dentro do PSDB para a indicação à eleição que ocorre daqui a três anos.
Serra, que perdeu o pleito presidencial de 2002 para Lula, recebeu entre 37 e 38 por cento das intenções de voto na pesquisa divulgada na edição de domingo do jornal Folha de S. Paulo.
No cenário em que os candidatos são Serra, Ciro, a ex-candidata à Presidência Heloísa Helena (PSOL), a ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT), e o ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), o tucano surge na frente com 37 por cento das intenções de voto. Ciro fica em segundo, com 18 por cento, e aparecem na sequência Heloísa Helena (13 por cento), Marta (6 por cento) e Jobim (2 por cento).
Na mesma situação, mas com Aécio no lugar de Serra, Ciro teria 27 por cento, Heloísa Helena, 18 por cento, o governador mineiro 15 por cento, Marta ficariam com 9 por cento e Jobim teria 3 por cento.
A pesquisa do Datafolha indica ainda que 50 por cento da população aprova o governo Lula, dois pontos percentuais acima do levantamento anterior, feito em agosto. Para 35 por cento, o governo é considerado regular. Ruim ou péssimo foi a avaliação para 14 por cento dos entrevistados. O combate à fome e à miséria é o ponto alto da gestão Lula e o setor pior avaliado é o da saúde.
O direito a um terceiro mandato para o presidente Lula também foi abordado na pesquisa. Um total de 65 por cento rejeitou essa possibilidade, a partir de uma pergunta sobre se os brasileiros concordariam com uma mudança na lei para que Lula volte a concorrer em 2010. Mas 31 por cento concordam com o mecanismo, que vem sendo negado publicamente pelo presidente.
A sondagem foi realizada entre 26 e 29 de novembro com 11.741 pessoas em 390 municípios de 25 unidades da federação. A margem de erro é de dois percentuais.
(Por Carmen Munari)
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